No dia 20 de novembro, é celebrado, no Brasil, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), em parceria com o Núcleo de Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER), reforça a importância dessa data e traz, neste Especial, a programação da 4ª edição do Novembro Negro, realizado pela UFPE, cujo tema é “Ecossistemas Afirmativos: O impacto do combate ao racismo institucional”.
 

Escolhido em memória da morte de Zumbi, figura de resistência e líder do Quilombo dos Palmares, que foi o maior do país e ficava localizado na então Capitania de Pernambuco, abrigando escravos fugidos e os congregando em uma estrutura social autônoma que visava proteger-se da sociedade colonial de então, o dia 20 de novembro é comemorado desde 2003 no âmbito escolar e acadêmico, graças à Lei nº 10.639/03. Esta lei prevê o ensino obrigatório da história e cultura afro-brasileira nas escolas como medida para combater o racismo, mas foi somente em 2011 que o dia foi aderido ao calendário nacional, através da Lei nº 12.519. Tendo em mente a importância do tema na educação antirracista, um exemplo de trabalho a ser citado é o da  pró-reitora da Proexc, Maria da Conceição dos Reis, que escreveu, em seu artigo recente para a Estudos Universitários: revista de cultura, sobre materiais didáticos focados na Educação das Relações Étnico-Raciais e como ter materiais afrocentrados, ou seja, materiais que analisam fenômenos sociais da população negra enquanto sujeito da sua própria trajetória, é importante para a implementação correta dessa lei.
 

Retrato do Zumbi dos Palmares

Sabemos que o racismo continua presente nas estruturas sociais e institucionais, de forma que os alunos negros, por diversas vezes, são afetados por ele, o que se manifesta de várias maneiras, como: remunerações injustas; permânencia nas instituições acadêmicas incerta por causa de fatores socioeconômicos; vexação por causa de falas infelizes; apagamento de sua cultura e história etc. A luta por igualdade e reparação é diária, estendendo-se ao âmbito jurídico por meio de leis como a Lei nº 12.711/2012, que há onze anos foi implementada, assegurando o acesso ao ensino superior nas universidades federais e ao ensino médio nas instituições federais para estudantes negros e pardos.

Nesse sentido, o objetivo do Novembro Negro da UFPE deste ano é visibilizar as ações afirmativas dentro das temáticas étnico-raciais que vêm sendo construídas na Universidade por iniciativa da própria instituição, por grupos e/ou núcleos de estudos/pesquisas, assim como por projetos de extensão e pela própria autonomia dos discentes. O Núcleo ERER também pretende avaliar o andamento da implementação do Plano de Combate ao Racismo Institucional (PCRI), aprovado pelo Conselho Universitário da UFPE em 12 de dezembro de 2022 e que:

(...) vem contribuir com a implantação e implementação das ações afirmativas para a promoção da igualdade racial no âmbito da UFPE e nas suas relações com a comunidade externa e, assim, restabelecer a honra e a dignidade de grupos étnicos-raciais, vítimas de danos morais causados pelo histórico racismo estrutural da sociedade brasileira.

Para fiscalizar o andamento do Plano e garantir a implementação dessas ações afirmativas, o Núcleo ERER, sob a coordenação da professora Maria da Conceição dos Reis, lançou, de forma on-line, em 20 de abril deste ano, o Painel Digital de Monitoramento de Ações Afirmativas e Promoção de Igualdade Étnico-Racial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).