Curricularização/Creditação da Extensão Curricularização/Creditação da Extensão

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO FORMAÇÃO

A Extensão é uma atividade formativa essencial no ensino superior, junto com o ensino e a pesquisa. Na UFPE, adotamos o conceito da Política Nacional de Extensão Universitária (PNExU), que a define como um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político, voltado para a interação transformadora entre a universidade e a sociedade.

 

A Extensão Universitária é uma atividade fundamental, juntamente com o ensino e a pesquisa. Suas ações são guiadas por cinco diretrizes essenciais (os cinco "ii"):

 

  1. interação dialógica; 

  2. interdisciplinaridade e interprofissionalidade; 

  3. indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão; 

  4. impacto na formação do estudante

  5. impacto e transformação social. 

 

Além das diretrizes, a Extensão Universitária abrange diversas áreas temáticas, promovendo uma interação transformadora entre a universidade e a sociedade. Essas áreas são fundamentais para o objetivo da Extensão como processo formativo. As 8 áreas temáticas são: saúde, educação, trabalho, meio ambiente, comunicação, direitos humanos e justiça, tecnologia de produção e cultura.

 

CURRICULARIZAÇÃO

Conforme a Resolução 31/2022 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UFPE, cada curso de graduação deve dedicar pelo menos 10% dos créditos exigidos para a integralização do curso às Ações Curriculares de Extensão (ACEx).

 

Do que decorre o imperativo desse ajuste?

O ajuste é imperativo para efetivar o princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. O tripé ensino/pesquisa/extensão na formação dos estudantes universitários promove a integração da ciência, cultura e trabalho, permitindo escuta, reflexão, investigação, diálogo, criatividade, criticidade e participação cidadã. Ancorar a prática pedagógica nesse tripé é optar por um projeto educativo baseado em ideias, sentimentos e valores, buscando um perfil civilizatório que valorize a participação das comunidades e respeite a diversidade cultural.

 

OS DESAFIOS DA CURRICULARIZAÇÃO

Desde 2014, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vem realizando ações para enfatizar a importância da extensão na formação dos alunos. Uma comissão vinculada à Proexc e à Proacad foi criada para estudar e propor o processo de curricularização da extensão.

 

A proposta é tão necessária quanto desafiadora. A extensão demorou a ser reconhecida como processo formativo, como portadora de intencionalidade pedagógica. Por décadas, sua realização se deu sob a perspectiva da transmissão vertical de conhecimento (de quem sabe para quem não sabe), do uso do saber para exercício do poder. Gadotti (2017) ressalta que foi no ambiente reformista e progressista dos anos de 1950 e do início dos anos de 1960 que a universidade acordou para seu compromisso social, influenciada pelos movimentos sociais. Também, pelas contribuições de Paulo Freire, a exemplo da coordenação do Serviço de Extensão Cultural (SEC), na então Universidade do Recife, hoje UFPE. O SEC é, portanto, a ação originária da extensão na UFPE.

 

O princípio da indissociabilidade também não é recente. Foi estabelecido em 1968 pela Lei 5.540/68 que trata da Reforma Universitária, considerando, porém, como “atividades inerentes” à universidade somente o ensino e a pesquisa. Dualidade que foi superada pelo artigo 207 da Constituição Federal de 1988. Frente ao exposto, pergunta-se: por que somente nos últimos anos a presença da extensão nos currículos tem sido regulamentada? Não basta a previsão legal para que uma conquista social seja efetivada, haja vista os contraditórios e históricos interesses da sociedade. Cabe lembrar as iniciativas freirianas, das quais, em 1962, resultou a primeira Política Institucional de Extensão e Cultura no país, cujos arcabouços fundamentais foram logo desconstruídos pelo golpe de 1964.

 

Apesar da previsão constitucional após 1988, a presença da extensão nos currículos só foi regulamentada nos últimos anos pelo Ministério da Educação (Resolução 07/2018) e na UFPE pelo CEPE (Resolução 31/2022). Entretanto, ainda persistem entendimentos parciais ou equivocados sobre sua importância. Diante disso, a UFPE convida todos os docentes e a comunidade acadêmica a unirem esforços para efetivar a curricularização da extensão, reafirmando seu papel formativo e como instrumento de transformação social entre a universidade e a sociedade. Junte-se a nós nessa importante jornada!

 

( ! ) Temporariamente, a marcação de reuniões sobre a Curricularização da Extensão está suspensa. Para mais informações, entre em contato com os Coordenadores Setoriais ou Representantes de Extensão de sua Unidade.

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