Coleção de Mamíferos Coleção de Mamíferos

             A Coleção de Mamíferos é, junto com a Coleção de Aves, a coleção mais antiga do Departamento de Zoologia, tendo sido criada em 1968, pelo então Prof. Deoclécio Guerra. Representa uma das mais antigas coleções do Nordeste, com exemplares coletados da década de 1960, sendo atualmente o segundo maior acervo de mamíferos do Nordeste, atrás somente da Coleção Mastozoológica da Universidade Federal da Paraíba, constituindo a principal coleção de referência do estado. A Coleção de Mamíferos da UFPE conta atualmente com mais de 3.100 exemplares tombados, e cerca de 400 em fase de tombamento. Desde que passou para responsabilidade do atual curador, em 2006 (quando contava com 1500 exemplares), a coleção teve um aumento de mais de 130%, que se deu graças ao estabelecimento de acordos de cooperação com outras instituições de pesquisa e agências (UFRPE Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ, IBAMA e Laboratório de Citogenética Animal UFPE), além de doações espontâneas e depósitos de material coletado em projetos de consultoria. A Coleção de Mamíferos fornece anualmente de 10 a 15 cartas de aceite de depósito de material-testemunho para empresas de consultoria envolvidas em projetos de diagnóstico e monitoramento de mastofauna.

O acervo da Coleção de Mamíferos inclui representantes de nove ordens e mais de 100 espécies, sendo 10 exóticas. No entanto, a maior parte do acervo (em torno de 80%) é constituída de morcegos. A coleção de Chiroptera é particularmente valiosa, com mais de 1.600 indivíduos pertencentes a mais de 70 espécies brasileiras e 09 exóticas. De um modo geral, o acervo é constituído essencialmente de exemplares da região nordeste, em grande maioria de Pernambuco, mas com um acervo importante do Ceará, e detém uma grande série recente de mamíferos da Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco, com quase 500 exemplares de 11 localidades, fruto da tese de Doutoramento de Asfora (2011). O acervo inclui também espécimes raros ou de animais ameaçados, como tamanduá-bandeira, tamanduaí, lontras e felinos, além de exemplares que constituem os primeiros ou únicos registros de determinadas espécies no estado de Pernambuco. A coleção também recebeu dois parátipos do coendú-mirim, Coendou speratus, espécie de ouriço cacheiro atualmente conhecida somente da Zona da Mata sul de Pernambuco.

O curador da Coleção é o Dr. Diego Astúa, Professor Adjunto IV lotado no Departamento de Zoologia da UFPE. As linhas de pesquisa do Laboratório de Mastozoologia, sob sua coordenação, estão direcionadas a dois grandes eixos: (1) o estudo da evolução e diversificação morfológica em diversos grupos de mamíferos, como marsupiais, canideos, roedores, morcegos e sirênios e (2) o estudo da diversidade, ecologia e evolução da mastofauna do Nordeste do Brasil, seja na Caatinga ou na Floresta Atlântica. Para ambas, o fortalecimento e crescimento da coleção são essenciais.