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Pesquisadores se unem para checar informações sobre a pandemia no sistema prisional

A população pode apoiar financeiramente a iniciativa

Uma iniciativa conjunta do Centro de Estudos de Desigualdade e Discriminação (CEDD/UnB), Grupo Asa Branca de Criminologia (UFPE/Unicap), Grupo de Pesquisa em Criminologia (UEFS/Uneb) e Grupo Poder Controle e Dano Social (UFSC/UFSM) e de pesquisadores autônomos lançou o “Infovírus: prisões e pandemias”, iniciativa que atua como uma espécie de agência checadora de informações falsas sobre o alastramento do novo coronavírus nas prisões. O resultado da iniciativa pode ser conferido no Instagram (@infovirusprisoes) e no Twitter (@infoviruspp).

Além de enviar notícias e dados técnicos através das redes sociais, a população pode apoiar financeiramente a iniciativa, pois o grupo precisa remunerar uma equipe de pesquisadores para administrar as demandas do projeto, além de produzir um site para dar mais visibilidade às ações. Os interessados devem entrar em contato pelo e-mail infovirusprisoes@gmail.com.

De acordo com a apresentação do grupo, “a produção em tempo real de dados confiáveis e de contrainformação é uma estratégia fundamental para disputar a opinião pública e gerar dados para a produção de incidências políticas e jurídicas no campo prisional”. Surge daí o propósito do Infovírus de gerar conteúdo nas redes sociais sobre a expansão da pandemia nos presídios brasileiros e produzir informações de qualidade para o debate público sobre formas de prevenção e de proteção à vida e à saúde no âmbito prisional.

MÉTODO – Segundo Júlio Paschoal, graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (FDR) da UFPE e membro do Grupo Asa Branca de Criminologia, os pesquisadores fazem uma checagem entre o discurso oficial e os dados divulgados pelo Departamento Penitenciário (Depen) a fim de apontar incongruências. “Um exemplo dessa distorção de informações se deu quando o ex-ministro Sérgio Moro afirmou que a situação nos presídios quanto à Covid-19 estava sob controle, sem levar em conta a superlotação do sistema prisional, o que impede totalmente de se controlar a transmissão do vírus naquele ambiente”, afirma Paschoal.

O pesquisador explica que parte da equipe acompanha as manifestações públicas das autoridades sobre Covid-19 e prisões, enquanto outra parte levanta os dados oficias a fiam de facilitar o contraponto. “Então quando ele diz que está tudo sob controle ou se divulga uma informação desatualizada sobre o tema fica mais difícil sensibiliza o gestor público e a sociedade sobre a necessidade de agir para controlar a situação da pandemia no sistema”, defende.

Data da última modificação: 08/05/2020, 17:32