O professor e maestro Sérgio Dias, do Departamento de Música (DMus) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), vai ser o regente e diretor musical na apresentação da ópera montada pela primeira vez na América Latina “Catone in Utica” (em tradução livre, “Catão em Útica”). A obra do século XVIII foi composta por Antônio Vivaldi para o livreto do poeta e escritor Pietro Metastasi. O espetáculo vai ser apresentado gratuitamente no Palácio da Cultura Sônia Cabral, em Vitória, no Espírito Santo, nos dias 5 e 6 deste mês. Como os ingressos esgotaram rapidamente, um ensaio aberto ao público foi apresentado ontem (dia 1º) no local.

O drama se passa em 49-48 a.C. no Norte da África, em Útica, província senatorial romana da África Proconsular. Nele é narrado o conflito fictício entre um senador republicano, Catão, o Jovem, e Júlio César, ditador da República de Roma. A obra também se desenvolve em torno de Emília, viúva de Pompeu, que busca vingança pelo assassinato do marido. Como história secundária, a trama traz também a história de amor de Marzia, filha de Catão, que se apaixona por Júlio César. A novidade é que a Trupe Barroca traz o conflito para o contexto político das décadas de 1920 e 1930 no Brasil. O grupo de músicos capixabas se dedica à execução de obras dos séculos XVII e XVIII e executa seu repertório com instrumentos históricos e cópias perfeitas. 

O conjunto tem o professor Sérgio Dias como regente colaborador. O docente tem experiência em artes e ciências musicais, com ênfase em flauta e regência. Trabalha com manuscritos e documentos musicais antigos, história da música, regência, música brasileira colonial, música portuguesa dos séculos XVIII e XIX, música napolitana, música contemporânea brasileira, música de câmara e musicologia histórica. É musicólogo consultor do Instituto Ricardo Brennand, regente titular e diretor artístico das Orquestra de Câmara e Sinfônica da UFPE e dos grupos Sonoro Ofício e Gárgula Ensemble Vocal, especializados na música dos séculos XVII, XVIII e das primeiras décadas do século XIX.