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Socorro Ferraz, do Departamento de História, recebe título de Professora Emérita da UFPE
Honraria se destina a professores aposentados, que tenham se distinguido no ensino, na pesquisa, na extensão e na administração universitários
A professora Socorro Ferraz, do Departamento de História, é a mais nova professora emérita da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A cerimônia de concessão do título honorífico – destinado a professores aposentados, que tenham se distinguido no ensino, na pesquisa, na extensão e na administração universitárias – foi realizada na tarde da sexta-feira (9) e transmitida pelo YouTube. Saiba mais sobre sua trajetória.
O professor Flávio Brayner, aposentado do Departamento de Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação, foi o responsável pelo discurso panegírico em homenagem à docente. “Para além dos bons e ruins, existem os professores excepcionais”, afirmou, destacando a defesa intransigente da justiça social realizada por Socorro ao longo de toda a sua carreira. “É a universidade que se envaidece com a honraria”, disse ele.
Devido à pandemia da Covid-19, a cerimônia foi realizada em formato remoto. A trasladação das vestes talares – a samarra e o capelo, respectivamente a capa e o chapéu típicos das cerimônias de outorga de títulos, de acordo com o protocolo da Universidade de Coimbra – foi feita por sua filha Bartira Ferraz, também professora do Departamento de História. A cor azul faz referência às Ciências Humanas.
“A Universidade é a minha casa”, disse Socorro ao iniciar seu discurso. Ela contou lembranças de sua trajetória, desde as aulas no Colégio de Aplicação - “aprendi com os alunos a olhar o mundo”, afirmou – até as memórias das viagens de campo para o sertão. “Tudo é uma fonte para a História, pois ela é como a sociedade se move”, explicou. Sua fala também destacou o fato de a escravidão dominar a história da sociedade brasileira.
A professora considerou sua participação na Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, voltada a esclarecer as circunstâncias das mortes e desaparecimentos na ditadura civil-militar, o trabalho mais doloroso de sua carreira. Lamentou as mais de 500 mil vidas perdidas por causa da Covid-19, incluindo duas colegas de departamento e amigas: as professoras Marília Pessoa Monteiro e Virgínia Almoêdo.
Além do reitor Alfredo Gomes, três ex-reitores da UFPE compareceram à solenidade virtual: Mozart Neves Ramos (1995-2003), Amaro Lins (2003-2011) e Anísio Brasileiro (2011-2019). “A UFPE ganha enorme dimensão social ao reconhecer pessoas como Socorro, que é uma inspiração para tempos tão obscuros como os que estamos vivendo”, afirmou Mozart.
Para Anísio, os valores da universidade são os mesmos valores que a professora Socorro defendeu durante toda a sua vida, como a democracia e a justiça social. Também presente, a vice-governadora Luciana Santos destacou a luta pelos Direitos Humanos realizada por Socorro. “A professora faz uma ode à liberdade, que está necessariamente ligada ao conhecimento”, ressaltou.
Para a diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Conceição Lafayette, a homenagem é um grande momento para a UFPE e para o CFCH. “É um momento histórico quando a gente pode reunir tantas pessoas queridas”, falou a professora, destacando a importância de registrar a história de Socorro para que as novas gerações possam ouvir. “Com seu jeito firme e sereno, ela é uma grande referência para todos nós.”
O reitor Alfredo Gomes reverenciou a contribuição de Socorro à UFPE e à sociedade brasileira. “Devemos reafirmar as bandeiras históricas que são parte de nossas lutas por uma cultura plural no Brasil”, frisou. A professora Socorro, ao fechar sua fala, também falou sobre o contexto atual do país. “O futuro do país dependerá da política, porque tudo é política”, lembrou.