A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) contará com nova unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Esta segunda unidade – a primeira funciona no Centro de Informática (CIn) – será implantada no Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (I-Litpeg), e será coordenada pelo professor Leonardo José do Nascimento Guimarães, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade, pesquisador do I-Litpeg e coordenador da Cátedra de Pesquisa Industrial da Energi Simulation (fundação canadense) em Simulação de Reservatórios de Petróleo.

O modelo de operação da Embrapii foi concebido para induzir a cooperação entre instituições de pesquisa científica e tecnológica e empresas industriais, explorando a sinergia entre ambas e estimulando a transferência de conhecimentos e a busca de soluções tecnológicas. As unidades Embrapii são constituídas a partir de competências específicas das instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas sem fins lucrativos, com experiência comprovada no desenvolvimento de projetos de inovação em parceria com empresas do setor industrial.

A unidade Emprapii do I-Litpeg, que está em fase de implantação e deve começar a operar já no primeiro semestre de 2023, atuará na área de competência intitulada “Modelagem de reservatórios e otimização robusta aplicadas a recursos energéticos e meio ambiente”, que configuram as áreas de atuação já desenvolvidas pelos pesquisadores do I-Litpeg, em parceria com a indústria. A proposta foi aprovada com três sublinhas de ação: Modelagem Geológica de Reservatórios; Otimização Robusta e Simulação Multifísica de Reservatórios; e Mitigação e bioenergia.

De maneira geral, essa unidade Embrapii está ligada à produção de petróleo e gás, transição energética, armazenamento geológico de gás carbônico e hidrogênio verde, mitigação de danos ambientais e bioenergia. Assim, um dos alvos são as empresas do setor de petróleo que atuam no Brasil. Tanto as de grande porte, com atuação no pré-sal brasileiro, como as de menor porte, com atuação mais local, nas bacias terrestres do Nordeste brasileiro. Outro alvo importante da unidade é o setor de bioenergia, onde aposta-se na diversificação de novos parceiros para contribuir em soluções biotecnológicas para a construção de um mundo mais sustentável.

De acordo com o professor Leonardo Guimarães, a implantação dessa unidade Embrapii dentro do I-Litpeg é um reconhecimento do trabalho de excelência dos pesquisadores da Universidade. “A aprovação da unidade Embrapii do Instituto Litpeg é um reconhecimento do trabalho de alta qualidade desenvolvido por um amplo grupo de pesquisadores da UFPE, que há mais de 15 anos vem estabelecendo parcerias com empresas nas áreas de petróleo, energia e mitigação de danos ambientais. Acreditamos que esta unidade Embrapii aumentará nossa competitividade na captação de novos projetos nesses setores”, explica o coordenador da nova unidade.

Segundo as professoras Yêda Medeiros e Sávia Gavazza, respectivamente, diretora e vice-diretora do I-Litpeg, a expectativa é que, após a implantação da unidade Embrapii no instituto, o I-Litpeg possa alcançar ainda mais parceiros industriais do que vem alcançando hoje em dia. “O credenciamento Embrapii foi o primeiro grande projeto que a nova diretoria do I-Litpeg abraçou. O resultado obtido certamente projetará o instituto em um novo patamar de negociação com parceiros industriais. Estamos felizes com o resultado e prontos para os novos desafios, a exemplo do credenciamento na Lei de Informática”, afirmam elas.

O financiamento total da unidade será de R$ 16.025.000, sendo que R$ 4.807.500 serão aportados pela Embrapii, R$ 10.095.750 serão investidos pelas empresas parceiras e R$1.121.750 serão contabilizados como contrapartida da UFPE. A nova unidade terá a Fade-UFPE como sua gestora financeira, que também contribuiu com a elaboração da estratégia de captação de projetos e com o panorama do mercado de pesquisa, desenvolvimento e inovação para o setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis.

As novas unidades Embrapii do país tiveram os recursos aprovados em junho de 2022 e foram selecionadas para atuarem em parceria com a indústria em projetos de inovação nas seguintes áreas: materiais avançados, prioritariamente para as cadeias do grafeno, nióbio ou lítio; biotecnologia; tecnologias aplicadas e Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). A organização atua por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, tendo como foco as demandas empresariais e como alvo o compartilhamento de risco na fase pré-competitiva da inovação.

EMBRAPII - A Embrapii é uma organização social com Contrato de Gestão com os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Educação (MEC), Economia (ME) e Saúde (MS). A instituição disponibiliza recursos não reembolsáveis como parte do valor total do projeto da empresa que deseja inovar. Para viabilizar o desenvolvimento, coloca à disposição 76 Unidades Embrapii (distribuídas pelo país), centros de pesquisa de ponta credenciados na rede de inovação. Em nove anos de existência, já foram apoiados 1,8 mil projetos, totalizando R$ 2,6 bilhões investidos em inovação industrial.

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Professor Leonardo Guimarães
leonardo.guimaraes@ufpe.br