Tratamento da obesidade, disbiose, endometriose e alergia alimentar na infância foram alguns dos assuntos debatidos pelo II Simpósio de Nutrição Clínica do Hospital das Clínicas da UFPE, realizado hoje (4), no Anfiteatro 1 do hospital, e com transmissão on-line para os inscritos nessa modalidade. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“Para o HC como hospital-escola, é muito importante promover eventos como esse que constroem a interseção da prática na assistência com o ensino, com a pesquisa e com a inovação”, destacou o superintendente do HC, Filipe Carrilho, na saudação de boas-vindas aos participantes, na abertura do evento, que contou com a apresentação da nutricionista Marcella Campos.

Além de evento científico, o simpósio também celebra e homenageia os(as) nutricionistas, que têm o dia 31 de agosto como sua data comemorativa. “Esse é um dia de trocas e compartilhamento de conhecimento ao mesmo tempo em que celebra a nossa profissão”, afirmou a chefe da Unidade de Multiprofissional e nutricionista clínica do HC, Helânia Dantas.

“Terapia nutricional na obesidade: abordagem atual humanizada”, ministrada pela nutricionista Denise Sandrelly, do HC, foi a palestra que abriu o evento, trazendo dados estatísticos e características da obesidade, doença crônica, multifatorial e em expansão, que deverá afetar um em cada quatro adultos no mundo até 2035 – hoje essa proporção é de um para cada grupo de sete.

A palestrante abordou os estigmas trazidos pela doença (como aqueles que associam a falta de vontade ou preguiça à pessoa obesa) e também as formas de tratamento, entre outras informações. “Combater esses estigmas não é negar que a obesidade é uma doença e que precisa de tratamento baseado em evidências científicas com metas realísticas e com foco na saúde da pessoa”, disse Denise Sandrelly.

A palestra seguinte foi ministrada pela pesquisadora e ex-residente do HC Ilanna Marques que está radicada em São Paulo. Ela falou sobre a identificação e manejo da disbiose, conceituado pela especialista como “desequilíbrio qualitativo e quantitativo da microbiota intestinal” e destacou algumas medidas para o diagnóstico, como a escala de Bristol, a avaliação do padrão evacuatório, questionário de fatores de risco e uma boa anamnese, entre outros.

“O intestino vai além da digestão e absorção de nutrientes que se acreditava antes. Graças à microbiota e à modulação intestinal provocada por esses micro-organismos que habitam o órgão. O estado da microbiota favorece ou desfavorece a assimilação de nutrientes, o que impacta na saúde global e até no tratamento de doenças, como o câncer, por exemplo”, explicou Ilanna Marques.

O evento prossegue à tarde com uma série de outras palestras que abordaram assuntos como “Novas perspectivas no tratamento natural de endometriose”; “Alergia alimentar na infância: acompanhamento nutricional e atualizações”; “Hiperfosfatemia na Doença Renal Crônica: um grande desafio para o nutricionista”; “Estratégias para captar clientes no digital: vale tudo? Ameaças e oportunidades para o nutricionista”; “Alergia alimentar na infância: acompanhamento nutricional e atualizações”; “Avaliação da composição corporal: da teoria à prática clínica”; e “Highlights da Diretriz Braspen de Terapia Nutricional no Paciente Grave”.