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Revista Science publica artigo com descobertas inéditas sobre pterossauros com participação da UFPE

A professora Juliana Sayão e o doutor em Geociências Renan Bantim fizeram parte da pesquisa

Foto: Divulgação

 

 

 

 

 

 





Juliana Sayão e Renan Bantim analisaram fósseis
encontrados na China

Um artigo publicado hoje (1º) na revista Science, uma das principais publicações científicas do mundo, revela uma descoberta inédita de centenas de ovos tridimensionais, alguns com embriões, e ossos de pterossauros coletados na China. A pesquisa contou com a participação da professora Juliana Sayão, do Núcleo de Ciências Biológicas do Centro Acadêmico de Vitória (UFPE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e do doutor em Geociências Renan Bantim, que foi seu orientando em tese sobre análise histológica em ossos de pterossauros. O trabalho reuniu 17 pesquisadores brasileiros e chineses da Academia Chinesa de Ciências, Museu Hami, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Foto: Alexander Kellner

Assembleia de ossos e centenas de ovos de pterossauros

“É uma descoberta inédita e não há nada parecido não só em relação a pterossauros, mas a vertebrados fósseis em geral”, explica Sayão. Sua colaboração com os paleontólogos chineses vem desde 2004, quando foi orientada no doutorado pelo professor Alexander Kellner, do Museu Nacional, outro autor do artigo “Egg accumulation with 3D embryos provides insight into the life history of a pterosaur”. Um dos blocos de arenito analisados tinha 215 ovos visíveis, mas é possível que haja até 300 enterrados sob os que estão expostos. Dos 42 ovos observados por meio de escaneamento por tomografia computadorizada ou micropreparação, 16 continham restos embrionários. O embrião mais completo apresentava parte da asa e de ossos do crânio e a mandíbula inferior completa.

Foto: Alexander Kellner

Detalhe de um dos ovos contendo o esqueleto de um
embrião de pterossauro.

A descoberta possibilita o estudo da reprodução e do crescimento dos pterossauros, da espécie Hamipterus tianshanensis, que foram localizados em um sítio do Cretáceo Inferior na China – onde o registro de atividade biológica demonstra que havia uma população de pterossauros – e trazidos para a UFPE para a realização do estudo histológico por análise microscópica. “Antes havia apenas quatro evidências de ovos no mundo e tudo que se sabia vinha disso”, afirma a professora. O artigo informa que “o trabalho de campo extensivo revelou não apenas uma quantidade de ovos extraordinária, mas também o primeiro embrião tridimensional de pterossauro, possibilitando um olhar para a embriologia e a estratégia reprodutiva desses répteis voadores”.

Paleoarte: Maurilio Oliveira

Reconstrução artística da eclosão de um dos ovos
do pterossauro Hamipterus tianshanensis

A realização de tomografia computadorizada, osteohistologia e micropreparação revela que os ossos das asas dos embriões não eram calcificados, o que indica que eles não podiam voar assim que nasciam e que os adultos tinham que cuidar dos filhotes. Também foi detectado que os ovos tinham cascas moles, diferente de seus parentes dinossauros e da maioria dos outros répteis. A professora explica que nenhuma outra espécie de vertebrados fósseis contava, até agora, com tantos exemplares representativos de todas as etapas da vida, desde o embrião até o animal adulto.

Paleoarte: Chuang Zhao

Reconstituição em vida de macho, fêmea e filhotes do
pterossauro Hamipterus tianshanensis

Juliana Sayão seguiu esta semana, junto com a professora Enelise Piovesan (UFPE) e o doutorando Osvaldo Correia Filho, para expedição na Antártica , onde vão fazer parte da equipe brasileira que participará de uma operação para coleta de fósseis.

Mais informações

Professora Juliana Sayão
jmsayao@gmail.com

 

 

Date of last modification: 05/12/2017, 13:39