O Departamento de Física da UFPE vai promover um colóquio sobre o tema “A transformada de Hilbert-Huang: dos sinais não estacionários em Física ao estudo do magnetismo solar” na próxima sexta-feira (14), no auditório do DF, localizado no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), às 16h.

O palestrante será o professor José Dias do Nascimento Júnior, do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Dias é bacharel e mestrado em Física pela UFRN e doutor pela Universidade Paul Sabatier, da França.

Resumo

A análise temporal é o estudo do comportamento de um sistema físico ao longo do tempo. É uma ferramenta crítica na física porque nos permite entender a dinâmica de sistemas complexos e fazer previsões sobre como eles se comportarão no futuro. Em muitos casos, o comportamento de um sistema depende de sua história, e essa dependência só pode ser compreendida por meio da análise temporal. Por exemplo, na mecânica clássica, o movimento de um objeto depende de sua posição inicial e velocidade, bem como das forças que atuam sobre ele. Ao analisar a evolução temporal desses fatores, podemos prever o movimento futuro do objeto. Da mesma forma, na mecânica quântica, o comportamento de um sistema é determinado pela equação de Schrödinger dependente do tempo, que descreve a evolução da função de onda do sistema ao longo do tempo. Ao resolver essa equação, os físicos podem prever a probabilidade de encontrar uma partícula em um determinado local em um determinado momento. Além de seu poder preditivo, a análise temporal também nos permite estudar as leis fundamentais da física. Ao analisar o comportamento dos sistemas físicos ao longo do tempo, podemos testar e refinar nossas teorias do universo. Por exemplo, o estudo da evolução temporal da radiação cósmica de fundo em micro-ondas forneceu fortes evidências para a teoria do Big Bang da origem do universo, assim como estudar o magnetismo temporal do Sol pode nos dizer sobre o futuro das relações da Terra com nossa estrela central. No geral, a análise temporal é essencial para o estudo da física e além de previsões podemos testar nossas teorias do universo. Neste colóquio, apresentaremos desenvolvimentos recentes da análise temporal no estudo de sistemas astrofísicos, em atividade estelar que é geralmente dominada por um complexo trade-off entre a complexidade do modelo e a interpretabilidade, muitas vezes negligenciando a natureza não estacionária do processo. Mostraremos que a presença de múltiplos ciclos coexistentes em uma única estrela é mais comum do que se pensava anteriormente. Mostraremos resultados sobre a detecção de ciclos e a possibilidade de uma relação entre as inversões de polaridade magnética em estrelas do tipo solar que pode afetar o clima em planetas e exoplanetas que orbitam tais estrelas.

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