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Nº 208 Maio de 2017
UFPE prioriza a cooperação e os projetos inovadores
Entre as prioridades da instituição na gestão do reitor Anísio Brasileiro e da vice-reitora Florisbela Campos está a captação de recursos para pesquisas em áreas estratégicas junto a entidades nacionais e internacionais e a ampliação da participação da instituição em editais públicos.
Matérias
Nos últimos anos, a UFPE colocou como meta estratégica o fortalecimento das cooperações com organizações públicas e privadas, através de projetos inovadores com uma visão empreendedora. Entre as prioridades da instituição na gestão do reitor Anísio Brasileiro e da vice-reitora Florisbela Campos está a captação de recursos para pesquisas em áreas estratégicas junto a entidades nacionais e internacionais e a ampliação da participação da instituição em editais públicos. “Para além da questão do financiamento, a cooperação visa contribuir para o desenvolvimento do Nordeste e do Brasil. Por isso, é crucial expandir e qualificar a presença da UFPE nos cenários de inovação local, regional, nacional e internacional. Temos de responder com ousadia às demandas da sociedade, o que implica manter o padrão de excelência dos cursos de graduação e de pós-graduação e continuar a experimentar novos modelos pedagógicos, com uso intensivo de tecnologias avançadas e dinâmicas mais atraentes para os estudantes”, afirma o reitor.
Segundo ele, a UFPE está empenhada em fomentar, cada vez mais, a cultura inovadora, protagonista e empreendedora entre professores e estudantes, sem esquecer a visão ética e cidadã. Atualmente, a UFPE conta com oito programas de pós-graduação avaliados como tendo nível equivalente aos melhores do mundo. Treze dos institutos e laboratórios de pesquisa já têm forte inserção internacional, trabalhando em conjunto em diversas áreas do conhecimento. “É nesse contexto que se destacam as ações voltadas para a internacionalização e a criação da Positiva – Diretoria de Inovação, que vem para incrementar a colaboração com órgãos governamentais, empresas privadas e organizações sociais”, afirma ele.
Entre os esforços para ampliar as ações de internacionalização, o reitor cita os eventos d o Grupo Tordesilhas, em novembro do ano passado, reunindo representantes de universidades brasileiras, espanholas e portuguesas, e a vinda do reitor de Coimbra, João Gabriel Monteiro de Carvalho e Silva, em agosto, dentro da programação dos 70 anos da UFPE.
Em outro território, não menos importante, a UFPE passou a cooperar mais com os produtores culturais. “Nossas atividades de extensão e cultura estão sendo reforçadas com diversos equipamentos que, brevemente, serão entregues à comunidade, como o Centro de Convenções totalmente renovado, com a recuperação da coberta, a implantação de dois novos auditórios e, por fim, a recuperação do Teatro e a inauguração do Cinema. Tais equipamentos permitirão que a UFPE interaja fortemente com a sociedade, estabelecendo pontos de contato entre os artistas e suas entidades, a comunidade acadêmica e a sociedade em geral”, diz o reitor.
Eliza Brito
Ampliar o acesso, as condições para a permanência e garantir o êxito do jovem na educação superior pública federal até a conclusão do curso são os principais objetivos da Política de Assistência Estudantil da UFPE, gerida pela Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis (Proaes). A proposta vai muito além do fato de assegurar os recursos materiais para os estudantes.
“A Proaes mudou a forma de analisar a assistência estudantil. Não trabalhamos com a assistência apenas no sentido da transferência de recursos para o aluno. Nós somos uma pró-reitoria para assuntos estudantis. Vemos o estudante como um ser integral”, explica a pró-reitora Ana Cabral. Na gestão da unidade desde o final de 2015, a professora reestruturou a Proaes, que agora tem três diretorias: de Assistência Estudantil; de Alimentação e Nutrição; de Esporte, Cultura e Lazer; e a vinculação da gestão financeira e administrativa do Núcleo de Educação Física e Desportos à Proaes.
A Diretoria de Assistência Estudantil (DAE) conta com o Núcleo de Atenção à Saúde do Estudante (Nase), para cuidar especificamente dos alunos com vulnerabilidade socioeconômica. O acesso dos alunos aos benefícios é garantido por meio de editais. Pelos Programas de Moradia Estudantil 2016.1 e 2016.2, foram 92 os estudantes contemplados. Já pelo Edital de Assistência 2016.1, foram benefi ciados 755 alunos. E no Nase, uma média mensal de 370 estudantes recebe atendimento médico eletivo, psicológico, psiquiátrico, psicopedagógico, de enfermagem, de serviço social e de educação sexual.
Outro programa da DAE que merece destaque é o Probem (Programa de Bem-Estar Mental), que foi reativado nesta gestão e atende, mensalmente, cerca de cem estudantes, nos três campi (Recife, Vitória e Caruaru). A diretoria também instituiu, em março, um programa para atendimento às mulheres vítimas de violência nos três campi.
Uma campanha criada pela agência experimental Minerva, ligada ao curso de Publicidade e Propaganda, em parceria com a Pró-Reitoria de Comunicação, Informação e Tecnologia da Informação (Procit), está dando visibilidade ao programa. “O acolhimento, no Nase, a essas mulheres é prioritário e especial. A partir daí, elas são encaminhadas para os hospitais preparados, como o da Mulher e o Wilma Lessa”, explica Ana Cabral.
Vinculados à política de assistência, os Restaurantes Universitários (RUs) dos três campi também são foco da Proaes. “O reitor conseguiu, junto ao Ministério da Educação (MEC), R$ 3 milhões, específicos para o RU de Caruaru, o que garantiu a conclusão da licitação. Ele começou a funcionar no primeiro semestre de 2017”, diz ela. O RU do Centro Acadêmico de Vitória (CAV) ainda dependerá de recursos complementares para a sua construção.
A pró-reitoria destaca, ainda, o lançamento, em agosto de 2016, da Política de Esportes da UFPE, com a reativação da Associação Atlética Acadêmica Desportiva (AAAD). Ela também enfatiza as reuniões com diferentes categorias dos estudantes, para discutir as principais questões relativas a eles, que passaram a ser realizadas na sua gestão. Quanto às consequências em relação à redução de recursos do Governo Federal para as políticas de assistência, em 2015, a pró-reitora explica que o fato determinou a reestruturação do Plano de Assistência Estudantil da UFPE para colocar um teto nos gastos.
Os alunos foram classificados em níveis, para que todos pudessem ser ajudados, mesmo com a redução dos recursos. “As bolsas foram reajustadas, para que novos estudantes em situação de vulnerabilidade fossem assistidos”, afirma Ana Cabral.
Ana Célia de Sá
Integrar as formações profissional e cidadã do discente é uma das principais missões da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). Por meio de programas, projetos, cursos, eventos, serviços e produtos, a Proexc promove a troca de saberes e possibilita a realização de práticas conjuntas entre a UFPE e outros setores da sociedade em diversas áreas do conhecimento, construindo possibilidades para uma transformação da realidade social que ultrapassa os muros dos três campi universitários – Recife, Vitória e Caruaru. Para isso, alia as áreas acadêmica e cultural em um trabalho que atinge e beneficia, atualmente, um público de mais de 500 mil pessoas, segundo informações registradas na Proexc pela comunidade acadêmica.
Na área acadêmica, as atividades vinculam-se a projetos apoiados por editais de extensão; ações afirmativas de fortalecimento das matrizes africana e indígena e dos vínculos identitários, realizadas por três núcleos: Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), Núcleo de Estudos Brasil-África (Neba) e Núcleo de Educação Integral e Ações Afirmativas (Neafi ); ações de formação continuada e permanente, promovidas pelo Centro Paulo Freire e pelas Cátedras Paulo Freire e José Martí; e difusão e popularização da ciência e tecnologia por meio da Coordenadoria de Ensino de Ciências do Nordeste (Cecine).
Destaca-se ainda a atuação de duas unidades ligadas ao Programa do Idoso (Proidoso): a Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI), com realização de cursos que promovem a melhoria da qualidade de vida desse público, e o Núcleo de Atendimento ao Idoso (NAI), unidade ambulatorial de atenção à saúde do idoso que beneficia aproximadamente 700 pessoas. Dados registrados no Sistema de Informação e Gestão de Projetos (SIGProj) do Ministério da Educação (MEC), no exercício de 2016, apontam 829 ações de extensão cadastradas pela comunidade acadêmica da UFPE, sendo 15 programas, 436 projetos, 155 cursos, 209 eventos, 12 serviços e dois produtos. Houve a participação de 2.394 docentes, 4.578 estudantes, 369 técnicos administrativos e 95 pessoas de instituições parceiras.
No âmbito da cultura, entendida como o espaço da arte, do patrimônio e da memória, as ações estão concentradas em projetos, cursos, eventos, espetáculos e exposições promovidos, sobretudo, pelo Centro Cultural Benfica, Instituto de Arte Contemporânea e Memorial da Medicina, unidades vinculadas à Proexc. A manutenção dos acervos de museus, coleções científicas e galerias de arte que funcionam na UFPE também é foco do trabalho a ser fortalecido pela Proexc como forma de preservar a história da Universidade. O inventário do patrimônio cultural e um catálogo das obras de arte da UFPE estão em elaboração, em parceria com o curso de Museologia, e serão lançados, ainda em 2017, em comemoração aos 70 anos da Universidade.
Atenta às demandas sociais contemporâneas, a Proexc incorpora o viés da inovação às atividades de gestão da extensão.
“Inovar em tempos transversos na extensão e na cultura é dar voz e vez aos saberes, às práticas, às experiências e aos conhecimentos transversais e interdisciplinares na formação dos estudantes. O esforço tem sido direcionado para consolidar a indissociabilidade ensino--pesquisa-extensão e fortalecer a dimensão formativa da extensão como ação curricular presente nos cursos de graduação, em prol de um mundo mais humanizado, ético, saudável, justo e solidário”, afirma a pró-reitora de Extensão e Cultura, Christina Nunes.
Renata do Amaral
Criar uma comunicação recíproca e interativa para gerar um sentimento de pertencimento na comunidade acadêmica da UFPE. É assim que o pró-reitor de Comunicação, Informação e Tecnologia da Informação (Procit), Décio Fonseca, resume a missão da pró-reitoria, criada em setembro de 2015.
“Não adianta apenas ter informação se a instituição não chega realmente nas pessoas, não se comunica efetivamente. Nosso principal papel é de articulação entre as unidades de comunicação e os demais setores da UFPE, além de qualificar a imagem institucional no conjunto da sociedade”, explica.
Implementar uma nova política de comunicação, informação e tecnologia é o desafio. “Para ter descentralização de fato, é preciso elaborar uma política e definir padrões”, afirma ele.
Para isso, a equipe busca trabalhar de forma transversal. Como exemplo, Décio cita a campanha Meu Nome Importa, que envolveu estudantes, professores e funcionários na defesa do uso do nome social. “Queremos quebrar ao máximo o paradigma imobilista e buscar soluções inovadoras para atingir a comunidade acadêmica de forma ampla.”
Na comunicação, uma das ações é a elaboração do novo Portal da UFPE, em parceria com a Assessoria de Comunicação (Ascom) e o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) e apoio das unidades de gestão e da comunidade universitária, a ser lançado na segunda etapa das comemorações dos 70 anos da Universidade. Além disso, vêm sendo priorizadas as mídias sociais, a produção de vídeos institucionais e a sinalização dos três campi. Também está prevista a inauguração do Cinema da UFPE, no próximo semestre, que será aberto ao público externo, numa parceria entre a Procit e a Proexc.
Outro ponto importante é a reestruturação do Núcleo de Televisão e Rádios Universitárias (NTVRU). A migração da TV Universitária (Canal 11) para o sinal digital está prevista para 2017. Os programas TVU no Campus, exibidos na programação e divulgada pelo YouTube, buscam aproximar mais a UFPE da sociedade. Está em andamento a recuperação da Rádio AM, que vai abrir editais para discutir novos projetos com a comunidade.
O fortalecimento do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB) é uma das metas da área de informação, com a criação de um novo repositório institucional e o estímulo às revistas científicas.
Na Editora UFPE, está programado o lançamento de séries de e-books. Será realizado um mapeamento dos fluxos de informação e comunicação para melhorá-los e estabelecer padrões.
Foi elaborada uma Carta de Serviços completa da instituição, disponível no portal, e está sendo desenvolvido o Plano de Dados Abertos da UFPE, em articulação com as pró-reitorias e com o Centro de Informática (CIn). Na área de tecnologia, nova versão do aplicativo da UFPE, mais interativo, está sendo elaborada. O NTI também está atuando para implementar três novos sistemas integrados, elaborados pela UFRN, de Patrimônio, Administração e Contratos (Sipac) em execução, de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa), de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH), além do Siga-RI (Relações Internacionais), Siga-Progressão Docente e Siga-Residência.
Allane Silveira
Parte do tripé que dá suporte e sentido à Universidade, a pesquisa e a pós-graduação na UFPE vêm sendo incentivadas por políticas conduzidas, principalmente, pela Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq). O pró-reitor Ernani Carvalho e sua equipe têm atuado em várias ações no sentido de consolidar programas e incentivar a excelência na pesquisa.
Uma das principais estratégias adotadas é o fortalecimento e consolidação dos cursos de mestrado e doutorado. A ideia é melhorar a infraestrutura dos cursos que têm notas 3 e 4 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e estimular o aumento de suas publicações, base da boa formação na pós-graduação. Por outro lado, a pró-reitoria tem criado iniciativas para auxiliar os programas com notas 5 e 6 a manter sua alta qualidade e aumentar suas notas. A pró-reitoria tem trabalhado, em parceria com o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) e a Pró-Reitoria de Comunicação, Informação e Tecnologia da Informação (Procit), na tradução e publicação em inglês dos conteúdos das páginas de internet dos programas com esses conceitos, ação que deve ser concluída no primeiro semestre de 2017.
Também foram criados editais que estimulam a publicação em revistas científicas qualificadas. Os incentivos vão do pagamento de custos de publicação de artigos ou de revisões e traduções de manuscritos para a língua inglesa à destinação de recursos para execução de projetos de pesquisa, inovação ou participação do pesquisador em eventos e atividades científicas.
Para Ernani Carvalho, é quase impossível dissociar a pós-graduação da pesquisa: os incrementos aplicados em um interferem no outro, explica. Ele ressalta a importância desse tipo de incentivo: “Quando os professores publicam em periódicos de excelência, cria-se um círculo virtuoso: as parcerias entre docentes e alunos são desenvolvidas, o impacto das citações dos grupos de pesquisa e da universidade é ampliado, gera-se conhecimento e desenvolve-se a pesquisa no país e na região”.
Para o gestor, o grande desafio hoje é criar incentivos seletivos para que o docente desenvolva ciência de ponta: “Fazer pesquisa requer uma série de habilidades e um trabalho extra. Por isso, a Propesq criou editais especialmente para esta finalidade”. As chamadas premiam o pesquisador que publica em revistas de alto impacto, referenciadas por seus pares. Com este objetivo, este ano foi lançado um novo edital para o professor com proposta aprovada, mas não contemplada (devido ao contingenciamento financeiro), pela chamada de bolsas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “É um incentivo ao jovem pesquisador a ingressar nesse sistema poderoso de apoio ao desenvolvimento da pesquisa e uma forma de promover o reconhecimento da universidade por seu esforço”, comenta Ernani Carvalho.
Como toda a relação da Propesq com os pesquisadores se dá via editais, o que confere publicidade e transparência à instituição, a gestão vem implementando ações no sentido de desburocratizar alguns procedimentos. Eliminou-se a necessidade de processos físicos, o que tem representado um ganho do ponto de vista burocrático e de sustentabilidade.
Outra ação inovadora é a reestruturação do marco legal da Universidade. Existem comissões trabalhando, principalmente, na resolução relacionada aos programas de pós-graduação. “Estamos tentando fazer um mapeamento de questões que precisam ser inseridas e tentando desbloquear, ou seja, retirar amarras que têm prejudicado o desenvolvimento de ações da nossa pós-graduação. Esse é um trabalho silencioso, mas muito importante, que trará liberdade e mais capacidade de ação para nossos programas”, conta.
NOVOS CURSOS – Nos últimos cinco anos, a Universidade ganhou 22 novos cursos de mestrado e doutorado, além de sete novos mestrados profissionais em rede e 15 mestrados e doutorados interinstitucionais. Os resultados desse crescimento são ilustrativos: estão na quantidade de mestres e doutores que vêm se formando na UFPE, numa curva ascendente. O pró-reitor Ernani Carvalho dá especial destaque à formação de doutores.
“Essa matriz tem obtido uma dimensão espetacular, o que é um sinal de estabilização. As grandes universidades em todo o mundo formam mais doutores e a UFPE tem se aproximando desse perfil, estratégia que devemos manter”, conta. Para o gestor, esta é uma função da Universidade na Região Norte-Nordeste, tendo em vista o destaque da UFPE como uma das mais bem preparadas para cumprir essa missão.
A forte relação entre pesquisa e pós-graduação é evidenciada, novamente, através dos resultados positivos observados não só no aumento significativo do número de doutores formados, mas também no incremento da publicação qualificada e no crescimento do número de citações de trabalhos produzidos na UFPE. Para Carvalho, isso tem impactado positivamente nos rankings nacionais e internacionais.
“Em 2016, a Universidade obteve o 21º lugar da América Latina no ranking da revista Times Higher Education, um dos mais tradicionais do mundo”, explica . A instituição também tem sempre uma colocação muito positiva no Ranking Universitário Folha (RUF), da Folha de São Paulo. “Estamos sempre próximos ao 10º lugar. Nos últimos anos, esta tem sido nossa média. Embora haja uma oscilação, a UFPE se mantém sólida nessa posição”, comenta.
A Universidade também vem se destacando em concorrências de chamadas nacionais promovidas por grandes agências e órgão de fomento. Em relação ao último Edital Universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por exemplo, um termômetro sobre o funcionamento da pós-graduação no Brasil, a UFPE foi a 8ª melhor instituição na obtenção desses recursos. Foram contemplados 111 professores.
No momento de restrição orçamentária atual, as ações da gestão caminham no sentido de tentar manter o nível de qualidade que a UFPE teve em anos passados, quando os recursos eram mais abundantes. O pró-reitor explica como é desafiante atuar nesse contexto: “Temos feito um esforço muito grande, através de ações estratégicas e escolhas difíceis com relação ao aporte de recursos. Mas acho que estamos tendo um relativo sucesso nisso”.
Ana Célia de Sá
A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida (Progepe) mantém o foco no servidor técnico-administrativo em educação (TAE) e docente, desenvolvendo ações voltadas à melhoria da qualidade de vida e ao bem-estar dos servidores dos campi Recife, Caruaru e Vitória. Nos últimos anos, tem reforçado a oferta de cursos de capacitação e qualificação e o trabalho de promoção à saúde, além de estabelecer políticas de gestão de pessoas.
“A Progepe tem três agendas: uma agenda interna, com os servidores que compõem a pró-reitoria; a gestão com a comunidade acadêmica dos três campi; e a agenda com a administração central, que atende às demandas institucionais”, explica a pró-reitora de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida, Sônia Medeiros. “Além de cuidar das pessoas, é preciso também obedecer à legislação, à legalidade em si”, completa.
Com o objetivo de promover o crescimento pessoal e profissional do servidor, a Progepe mantém o Programa de Capacitação e Qualificação da UFPE. De 2012 até 2016, foram realizadas 121 ações de capacitação, entre cursos presenciais e a distância, seminários e palestras, com participação de 7.454 servidores. Já de qualificação (pós-graduação lato sensu e stricto sensu), foram 26 cursos, no mesmo período, entre os quais o MBA Executivo em Gestão e Liderança Universitária e os Mestrados Profissionais em Gestão Pública, Políticas Públicas, Ergonomia e Administração, todos no Campus Recife.
Os dois últimos mestrados e o MBA contam com turmas específicas para servidores. No quesito qualidade de vida, a Progepe desenvolve projetos de promoção à saúde e ao bem-estar do servidor. Entre as ações estão Academia da UFPE, Ginástica Laboral, Dança, Clube do Desconto, Colégios Parceiros, administração do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professor Paulo Rosas (parceria com a Prefeitura do Recife), do Clube Universitário e do Núcleo de Atenção à Saúde do Servidor (Nass), Griffe UFPE e intermediação com planos de saúde.
ADMISSÃO – Os concursos para ingresso de professores e técnicos administrativos também estão sob a responsabilidade da Progepe, da elaboração dos editais, passando pela aplicação das provas e homologação dos resultados, até a posse dos candidatos. De 2012 até 2016, foram admitidos 676 docentes e 1.109 técnicos. Para dinamizar o trabalho e otimizar recursos, a Covest foi anexada, em 2016, ao organograma da pró-reitoria.
A Progepe ainda está envolvida com a flexibilização da jornada de trabalho dos TAEs, cujas normas foram aprovadas pelo Conselho de Administração, em 2014. Para Sônia Medeiros, a jornada de 30 horas semanais representa a garantia e a melhoria dos serviços prestados às comunidades interna e externa, contribuindo para o desenvolvimento da instituição.
Na UFPE, a implantação do Assentamento Funcional Digital (AFD), uma exigência do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, está sendo capitaneada pela Progepe. A ação visa à digitalização de todos os documentos funcionais dos servidores e ao armazenamento desses dados em um sistema digital do Governo Federal. Para cumprimento desta determinação, a Universidade iniciou a preparação há dois anos, investindo R$ 122 mil em equipamentos e treinamento.
Renata do Amaral
Positiva UFPE – Diretoria de Inovação é o novo nome da Diretoria de Inovação e Empreendedorismo (Dine) da Universidade, reformulada na atual gestão. Ligada ao Gabinete do Reitor, a Positiva UFPE busca disseminar a cultura de inovação e empreendedorismo na comunidade interna (discentes, técnicos e docentes).
Os resultados já são visíveis: em 2016, foram depositados 41 pedidos de patentes (a média anual entre 2002 e 2015 era de 13), 17 registros de programas de computador (a média era de um por ano) e cinco registros de marcas (a média era de um registro a cada dois anos). “No primeiro ano da nova gestão do reitor Anísio Brasileiro, houve um incremento nos números de pedidos de patente depositados, registros de programas de computador e registros de marca que representam um zelo com a propriedade intelectual (PI) gerada pela instituição, bem como uma medida de se ampliar o portfólio de tecnologias disponíveis para serem transferidas para a sociedade”, explica a professora de Design Solange Coutinho, que dirige a Positiva UFPE ao lado do engenheiro Sérgio Aguiar, também pesquisador em propriedade industrial.
Outro importante resultado foi o sucesso na obtenção de algumas concessões dessas marcas e patentes, com destaque para a Carta Patente da Invenção PI 0204519-2, intitulada “Equipamento eletrônico para monitoramento da concentração dos componentes em combustíveis líquidos”, de autoria do professor Edval José Pinheiro Santos, do Departamento de Eletrônica e Sistemas. Duas exigências técnicas referentes a esse pedido foram respondidas com o apoio da Positiva UFPE.
Também foram realizadas ações de difusão do sistema de propriedade intelectual com workshops no Recife e em Caruaru; negociações para licenciamentos de tecnologias e abertura de espaço para articulação de parcerias estratégicas com empresas; celebração de Protocolo de Intenções firmado com a Sudene; e parcerias em andamento com o Porto Digital (PortoMídia, no Recife, e Armazém da Criatividade, em Caruaru) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL)/Sebrae.
Os diretores destacam, entre as diversas atividades iniciadas, as seguintes ações: revisão do marco regulatório de Inovação, Empreendedorismo e Propriedade
Intelectual da UFPE; implantação da unidade de articulação e promoção de parcerias estratégicas da Universidade com empresas e demais segmentos da sociedade; e estabelecimento de canal de diálogo e articulação entre os laboratórios de pesquisa e unidades de apoio à pesquisa e inovação em conjunto com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (Fade); e com articulações e ações conjuntas com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado (Secti).
Neste primeiro ano, a Positiva UFPE também buscou identificar diversos agentes econômicos e sociais, públicos e privados que sejam relevantes para a consolidação de um sistema de inovação local, com prospecção de fontes e instrumentos de financiamento (nacionais e estrangeiros); elaborar estudos estratégicos para identificar demanda e oferta de conhecimento e tecnologias para o desenvolvimento da capacidade inovativa da base produtiva da região; e montar um portfólio institucional de pesquisas estratégicas, bilíngue, para difusão das potencialidades da UFPE, em parceria com a Diretoria de Relações Internacionais (DRI), Pró-Reitoria de Comunicação, Informação e Tecnologia da Informação (Procit) e Fade.
As prioridades da gestão na inovação são articular e promover parcerias estratégicas, assim como contribuir para a geração de inovações e apoio ao empreendedorismo por meio da integração da Universidade com a sociedade; tornar a UFPE uma referência na articulação institucional e no suporte ao desenvolvimento local, regional e nacional em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), proteção e transferência de tecnologia; e estabelecer a Política de Inovação da Universidade à luz do novo marco legal da CT&I (Lei 13.243/2016).
Renata do Amaral
Dar mais transparência, eficiência e celeridade aos processos administrativos. Para a pró-reitora de Gestão Administrativa (Progest), Niedja Paula Albuquerque, esse é o principal impacto da implantação do Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (Sipac) na gestão da Universidade.
Do protocolo ao patrimônio, a UFPE vai usar toda a parte administrativa do sistema, elaborado pela UFRN, num total de 21 módulos. Durante a implantação do Sipac, foram desenvolvidos pela própria pró-reitoria dois sistemas temporários: um de compras e um de contratos. Foram realizados 6 mil pedidos desde 2013. A pró-reitora explica que a compra de bens comuns passou a ser centralizada, de acordo com um planejamento realizado junto aos três campi. A Progest coleta a demanda, prepara a licitação que pode ser usada durante todo o ano e gerencia a distribuição dos pedidos.
Assim, é possível verificar quando os estoques estão baixando para que novas licitações sejam providenciadas, mantendo assim a oferta de itens para a comunidade acadêmica. É o caso de objetos comuns a vários centros, como material de expediente, mobiliário e eletrodomésticos.
“Isso permite melhor controle do patrimônio, aquisições mais vantajosas, padronização e maior eficiência dos gastos públicos”, explica Niedja Paula. “Com um clique, é possível saber o que há no almoxarifado.” Para compras específicas, há uma unidade em cada centro para coletar a demanda e encaminhar à Progest para providenciar a licitação.
No caso dos contratos, também é possível consultar os mais de 200 instrumentos vigentes e seus aditivos. A pró-reitora também destaca, dentre as novidades da Progest nesta gestão, o serviço de impressão departamental, que inclui a contratação e implantação do serviço de impressão para todos os setores da UFPE. Além do aluguel das máquinas multifuncionais – que permitem copiar, digitalizar e imprimir –, o contrato inclui manutenção e controle de impressões.
MANUAIS – Tanto a Progest quanto a Proplan fazem parte do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (Forplad). Após reuniões, foi criado um grupo de trabalho, com participação da UFPE, para elaborar um Manual de Fiscalização de Contratos.
O documento traz orientações para que os fiscais realizem o acompanhamento. Outros materiais, como o Manual de Compras e checklist de licitação, contratação direta, pregão e adesão, também foram produzidos e disponibilizados para padronizar os procedimentos e torná-los mais eficientes. “Com a criação da Progest, houve uma substancial diminuição na execução orçamentária por dispensa de licitação, uma vez que as compras passaram a ser centralizadas, gerando melhor qualidade nas contratações, economia em escala, celeridade e transparência”, conclui Niedja Paula.
Renata do Amaral
Modernizar o modelo de governança institucional da UFPE tem sido uma prioridade para a Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan). Ações como a construção de prédios e de laboratórios para fomentar a pesquisa buscam melhorar o desempenho da Universidade e também sua colocação nos rankings nacionais. “Antes o foco estava mais na infraestrutura, mas agora está em atingir objetivos estratégicos”, explica o pró-reitor Thiago José Galvão das Neves.
Por causa da nova conjuntura econômica e política, o Plano Estratégico Institucional (PEI) 2013-2027 e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2014-2018 estão sendo reavaliados. Além deles, a Proplan elabora um Plano de Ação Institucional (PAI) anual, que funciona como um degrau para chegar ao que se pretende para 2027. O ano foi tomado como marco para um planejamento mais extenso porque celebra os 200 anos da Faculdade de Direito do Recife (FDR).
Com um plano de longo prazo, é possível monitorar as ações e descobrir que pontos precisam de mais atenção da administração. Uma das mudanças que o pró-reitor destaca é a otimização da gestão de recursos: antes realizada por departamento, ela passou a ser feita por centro, reduzindo o número de unidades gestoras de 109 para 33. Cada unidade passou a receber informações gerenciais diárias, melhorando a comunicação.
“Com o processo de contingenciamento do governo federal, foi preciso reorganizar as prioridades”, destaca. Foi definido um novo marco regulatório para bolsas de assistência estudantil, com manutenção dos alunos com desempenho satisfatório e abertura de editais para novos alunos. “Só foram descredenciadas as bolsas de quem foi reprovado por desempenho acadêmico insuficiente após análise prévia da Proaes (Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis)”.
PROJETOS – Thiago Neves ressalta a importância dos convênios com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (Fade UFPE) para diversas ações vigentes. Contar com a fundação permite à UFPE trabalhar por projetos – com início, meio e fim determinados – e montar estruturas temporárias para atender às demandas do ensino, da pesquisa e da extensão. “Temos um ganho de execução em relação à Conta Única da União e maior autonomia”, diz o pró-reitor.
Outra ação importante da pró-reitoria durante a gestão atual foi o lançamento dos canais virtuais da Proplan Conectada, em redes sociais como o Facebook e o Instagram. O objetivo é fomentar a participação social da comunidade acadêmica e esclarecer como funciona o orçamento público, apresentando informações educativas e transparentes, contribuindo para o exercício do controle social e para o uso consciente dos recursos públicos.
Eliza Brito
O modelo da Superintendência de Segurança Institucional (SSI) da UFPE passou a ser exemplo para outras universidades do país. O superintendente Armando Nascimento destaca o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que criou a sua Superintendência de Segurança Institucional usando a da UFPE como exemplo. O motivo do reconhecimento é o trabalho que vem sendo feito nos últimos anos pela SSI. “O principal investimento foi colocar a segurança como uma atividade estratégica da UFPE.
Isto mudou a concepção de segurança universitária federal no Brasil”, explica Armando Nascimento. Ele cita como investimentos intermediários no setor as Operações Quadrante e Campus Seguro; e a conclusão do projeto integrado de segurança eletrônica e controle de acesso no Campus Recife, que agora fica a cargo da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa (Progest) para prosseguir com a compra. Também são destacadas por ele a instalação das plataformas de serviços integrados Kule 360, na frente do Centro de Artes e Comunicação, e K2, na frente do portão da Coordenadoria de Ensino de Ciências do Nordeste (Cecine); e a implementação de controle de acesso na Reitoria, com o objetivo de estudar a ampliação do controle por meio do uso do sistema eletrônico.
A operação Campus Seguro – que conta com o trabalho integrado da SSI da UFPE, da Secretaria de Defesa Social (SDS) e do 12º Batalhão da Polícia Militar (PM) – consiste no monitoramento das ações de segurança no campus para o estudo e a melhoria dos trabalhos desenvolvidos.
De acordo com o superintendente, depois da implementação da operação, as ocorrências relacionadas à segurança, dentro do Campus Recife, tiveram uma redução de 50%, quando comparados os dados de agosto de 2015 com agosto de 2016. Também faz parte da estratégia da Segurança Institucional a Operação Quadrante, que divide o campus em quadrantes de segurança, nos quais são realizadas rondas integradas internas e no entorno do campus.
Já as plataformas de serviço integrado, Kule 360 e K2, são uma tecnologia que integra videomonitoramento e comunicação direta com a central de segurança da Universidade, o que facilita o trabalho de segurança institucional gerando ganhos para toda a comunidade acadêmica.
DESAFIOS – Apesar dos avanços, ainda são muitos os desafios da segurança institucional. Para Armando Nascimento, o maior deles é a aprovação da comunidade. “É algo complexo, em virtude do modelo de segurança pública adotada no Brasil. A tipologia da estrutura policial brasileira fere as categorias utilizadas no mundo. Precisamos nos nortear baseados no que pode ser feito, no lugar de no que é feito.
Determinantes da estrutura são fundamentais para a eficiência da ação policial, desde que seja descentralizado. A barreira para se atingir esses desafios começa a ser demolida, com a inovação implementada pela UFPE e a Polícia Militar, por meio do 12º BPM. Os resultados irão suplantar os limites do campus. A sociedade vai perceber, já que é algo inovador no Brasil”, finaliza o superintendente.