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Serrapilheira oferece R$ 9,1 milhões a jovens cientistas em chamada pública

Novo edital, que vai selecionar até dez cientistas, inclui parceria com fundações de amparo à pesquisa

O Instituto Serrapilheira lançou ontem (31) a 6ª chamada pública de apoio à ciência. Serão selecionados até dez jovens cientistas com grandes perguntas que contribuam para o conhecimento fundamental em ciências naturais, ciência da computação e matemática. Os grants vão variar de R$ 200 mil a R$ 700 mil, a serem utilizados ao longo de cinco anos. As inscrições vão de 28 de outubro a 28 de novembro, e o edital completo pode ser conferido aqui. 

Os selecionados terão acesso, ainda, a recursos extras – até 30% do grant recebido – para investir na formação e integração de pessoas de grupos sub-representados em suas equipes. O novo edital do Serrapilheira vai oferecer, no total, até R$ 9,1 milhões aos jovens cientistas.

O objetivo da chamada é apoiar jovens cientistas que proponham grandes perguntas em suas áreas de atuação. A seleção acontece em duas fases. Na primeira, os candidatos enviam uma pré-proposta, que será avaliada por revisores internacionais. A partir daí alguns serão chamados para submeterem a proposta completa. A etapa final inclui uma entrevista em inglês com os proponentes.

Os candidatos deverão ter vínculo permanente com alguma instituição de pesquisa no Brasil e ter concluído o doutorado entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2020. Esse prazo é estendido em até dois anos para mulheres com filhos.

A chamada pública traz novidades em relação aos anos anteriores. Uma delas é que o candidato deve detalhar o risco do seu projeto a partir de três definições propostas pelo Serrapilheira: o risco de concepção, relacionado à formulação da hipótese do projeto; o risco de abordagem, que diz respeito à escolha metodológica; e o risco técnico, ligado à obtenção dos dados.

“A definição desse conceito é fruto de um amadurecimento institucional”, comenta Cristina Caldas, diretora de Ciência do Serrapilheira. “Entender o risco em cada etapa do projeto é fundamental para estruturá-lo de maneira mais completa, pensando o processo científico de forma mais profunda.”

Para o Serrapilheira, o risco é bem-vindo e faz parte de projetos ousados. O objetivo do detalhamento é mensurar como as suas escolhas podem dar errado e o que o pesquisador pretende fazer caso isso aconteça. “A ciência avança mais quando assume riscos. Se não estimularmos as pessoas a se arriscarem, acabamos criando uma ciência meramente incremental”, completa Cristina Caldas.

PARCERIA – Outra novidade é que o Serrapilheira estabeleceu parcerias com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e com as FAPs de São Paulo (Fapesp), Rio de Janeiro (Faperj) e Santa Catarina (Fapesc), com o objetivo de ampliar o apoio a jovens cientistas nos estados.

Essas parcerias podem se dar de duas formas: pelo cofinanciamento, o Serrapilheira e as FAPs poderão apoiar conjuntamente cientistas selecionados pela chamada pública do instituto. Já pelo apoio unilateral das FAPs, cientistas de seus respectivos estados que chegarem à fase final no processo de seleção do Serrapilheira, mas que não receberem apoio do instituto por limitação orçamentária, poderão receber recursos das fundações.

“Parcerias público-privadas efetivas são um bom caminho para o avanço da ciência, pois somamos a flexibilidade do financiamento privado à relevância do investimento público para o desenvolvimento do país”, conclui Cristina Caldas.

Date of last modification: 01/09/2022, 16:20