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Produção literária de mulheres negras hoje (11) no Giro Nordeste

Idealizadora da plataforma literária “Diálogos Insubmissos”, a convidada do programa, que vai ao ar às 20h, é a professora baiana Dayse Sacramento

O Giro Nordeste de hoje (11) dialoga sobre literatura feita por mulheres negras no Brasil, mercado leitor e racismo. No centro da roda de conversa, está a criadora do Circuito Literário “Diálogos Insubmissos de Mulheres Negras” Dayse Sacramento. O programa é veiculado toda sexta-feira às 20h pela TVU (canal 11.1), com reapresentação às segundas-feiras às 21h. E, nesta edição, conta com a participação remota da jornalista da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Stela Maris Saldanha entre os entrevistadores de emissoras públicas de televisão e rádio do Nordeste.

“Quantas autoras negras vocês têm lido? Quantas autoras negras estão nas estantes das suas casas?”, questiona a convidada. Professora de Língua Portuguesa no Instituto Federal da Bahia (IFBA) e doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), a idealizadora da plataforma relembra quando começou seu gosto pela leitura. “Eu fui uma criança que tive acesso desde muito cedo a livros [sua mãe trabalhava em uma grande editora em Salvador] e, sobretudo, gibis. Eu lia muito autores que não eram autores negros. Tive uma infância permeada por uma leitura de autores brancos. Eu lia vorazmente esses textos, mas sempre me questionava porque aquelas histórias eram tão diferentes da história da minha vida, da história das pessoas que eram próximas a mim e que eram pessoas negras. Então eu passo toda a minha vida sendo uma leitora curiosa por entender onde nós estávamos nessa literatura desde muito cedo”, diz ela.

Organizadora do livro “Insubmissão Intelectual de Mulheres Negras Nordestinas”, Dayse Sacramento ainda comenta sobre sua descoberta de autoras negras: “Conceição Evaristo, Miriam Alves, Lívia Natália. Todas essas mulheres, eu só tive acesso na universidade. Então se a gente para pra pensar no abismo que teve a minha formação enquanto uma pessoa negra para acessar representações literárias que fossem do universo de pessoas negras, de mulheres negras, isso é extremamente violento. E esse é um aspecto que também sempre me mobilizou muito enquanto docente. De pensar o texto das pessoas negras dentro da sala de aula.”

Date of last modification: 11/11/2022, 15:03