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Por uma saúde inclusiva, HC destaca atenção e acolhimento à população LGBT

No mês do Orgulho LGBTQIA+, unidade hospitalar reforça a importância de ações e avanços em favor dessa população

A assistência à saúde é um direito fundamental de todos garantido pela Constituição Federal, sendo importante reconhecer que existem segmentos da população que possuem necessidades que demandam uma abordagem mais diferenciada e inclusiva. Entre esses grupos, está o público LGBTQIA+, que frequentemente enfrenta barreiras adicionais no acesso aos serviços de saúde. No mês em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, hospitais universitários ligados à Rede Ebserh, como o Hospital das Clínicas da UFPE, apontam conquistas e avanços relacionados à atenção e acolhimento em favor desses usuários, garantindo o direito à saúde pautado pelos princípios da integralidade e universalidade.

O HC é um dos cinco primeiros centros públicos do Brasil a realizar a cirurgia de redesignação sexual (ou transgenitalização) de forma gratuita. Atualmente, a unidade hospitalar acompanha cerca de 320 pessoas no seu Espaço de Acolhimento e Cuidado Trans (o Espaço Trans), ambulatório que promove o cuidado integral dessa população com ações de benefício à saúde física, mental e social.

“É preciso destacar a importância enorme em poder marcar um lugar dentro da assistência à saúde no nosso SUS, a partir de uma lógica de especificidade, de necessidades da população em geral e do cuidar de forma diferente das pessoas que têm necessidades diferentes”, ressalta a psicóloga Suzana Livadias, chefe da Unidade de Saúde Mental e coordenadora do Espaço de Acolhimento e Cuidado Trans do HC.

O 28 de junho marca o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, data que lembra a rebelião no bar Stonewall Inn, em 1969, quando os frequentadores LGBT decidiram enfrentar a violência da polícia (que reprimia com força manifestações homoafetivas), em Nova York (EUA). “A data é um marco histórico no sentido de poder demonstrar para a sociedade que não é demérito nenhum ser uma pessoa com orientação sexual ou identidade de gênero diferente daquilo que foi nomeado como regra. A data é também uma forma de a gente poder mostrar para a sociedade que é possível sentir orgulho dos filhos e filhas LGBTs, que é possível sentir orgulho do colega LGBT, da parceira e do parceiro LGBT”, finaliza Suzana Livadias.

ESPAÇO TRANS - O Espaço Trans do HC foi criado em 2014, quando a unidade hospitalar recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde para a implantação dos procedimentos relativos ao processo transexualizador do SUS, por meio da Portaria n° 1.055, de 13 de outubro.

Em parceria com outras áreas assistenciais do HC, a unidade hospitalar proporciona também procedimentos de transformação corporal como hormonização, cirurgia de transgenitalização (do masculino para o feminino), colocação de próteses mamárias, mamoplastia masculinizadora, histerectomia (remoção cirúrgica do útero, que também pode incluir a retirada das tubas uterinas e ovários) e tireoplastias (para suavizar o pomo de adão e tornar a voz mais aguda).

“O SUS é esse lugar de salvaguardar esses princípios da integralidade, da equidade, da universalidade, da autonomia do sujeito, da inclusão e da liberdade de expressão da condição de vivência da sexualidade e da identidade de gênero como um direito humano”, destaca Suzana Livadias.

O acesso se dá por meio de encaminhamento de uma Unidade Básica de Saúde, mas, neste momento, há lista de espera por haver poucos centros no Estado com ambulatório específico. A equipe que compõe o espaço é multidisciplinar e conta com profissionais da área de Medicina, Psicologia, Serviço Social, Enfermagem e Fonoaudiologia, e têm a parceria de diversas especialidades como Ginecologia, Urologia, Endocrinologia, Dermatologia e Cirurgia Plástica.

Date of last modification: 28/06/2023, 15:45