O II Simpósio de Doação e Transplante foi realizado na manhã de quinta-feira (28), no auditório do Centro de Ciências Médicas (CCM) da Universidade Federal de Pernambuco. O evento contou com a presença de estudantes, profissionais, pacientes e familiares de doadores e transplantados, proporcionando a todos uma oportunidade valiosa para aprofundar seus conhecimentos sobre o “Setembro Verde”, uma campanha nacional com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a doação de órgãos e tecidos.

A primeira palestra, que iniciou às 8h50, foi ministrada pelo superintendente do HC, Filipe Carrilho, abordando o tema “Panorama dos transplantes no Estado”. O médico falou sobre as futuras perspectivas do HC no contexto dos transplantes de órgãos, situando o hospital como parte integrante da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e também destacou a política de fortalecimento das unidades de transplante. “Hoje, só temos o transplante renal, mas temos perspectivas de avançar para o de córnea e o ósseo. E, em um segundo momento, com toda uma estruturação, poder pensar no cardíaco e no de figado”, acrescentou.

Em seguida, as apresentações tiveram continuidade com o tópico “Panorama dos transplantes no Estado”, conduzido pela coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Melissa Moura. A profissional trouxe uma visão ampla das atividades de doação e transplante de órgãos tanto em Pernambuco quanto no âmbito nacional, assim como abordou a relevância de reduzir as taxas de recusa familiar, que atualmente estão em torno de 41% no Estado.

“Precisamos trabalhar com os nossos profissionais de saúde, que estão nas grandes instituições hospitalares, a capacidade de tratar o diagnóstico de morte encefálica e comunicar às famílias as notícias difíceis, para que elas se sintam acolhidas e digam 'sim' para a doação de órgãos. E também para trabalharmos a sociedade como um todo, para que essas famílias tenham a consciência e a sensibilização de que a doação pode tirar até sete pessoas da lista de espera em Pernambuco”, disse.

O evento prosseguiu pela manhã com diversas palestras, incluindo “O transplante renal no HC” ministrada pelo nefrologista Marclébio Dourado, da Unidade de Transplante; e “Papel da enfermagem no processo doação-transplante”, conduzida pela enfermeira Elizabeth Amorim, da Cihdott do HC, entre outras apresentações. Além disso, a programação incluiu homenagens e depoimentos emocionantes sobre a relevância da doação e dos transplantes, bem como uma apresentação do Projeto Música para o Coração e a Alma 2023, protagonizado pelo coral Anna Claudia Reithler, do HC.

A estudante Thele Albuquerque, fisioterapeuta que faz parte do programa de Residência Multiprofissional Integrada à Saúde do HC, marcou presença no simpósio e compartilhou um pouco dos seus motivos para participar, bem como o impacto dessa experiência em sua carreira. Ela destacou: “Decidi participar deste evento devido à importância de compreender sobre o transplante e o incentivo à doação de órgãos, principalmente para passar informações de qualidade para a população, mas também para acolher os nossos pacientes enquanto profissional da saúde. É uma campanha que precisa ser mais divulgada por ser uma causa tão necessária e urgente.”

O evento ainda contou com a participação do diretor do CCM e ex-superintendente do HC, Luiz Alberto Mattos, e com a coordenadora da Cihdott do HC e médica intensivista, Claudia Angela Vilela. A realização desta atividade surge através da parceria da Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) com a Unidade de Transplantes e a Residência Multiprofissional todas do Hospital das Clínicas da UFPE e com a participação da Central de Transplantes de Pernambuco.