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HC põe em funcionamento Ambulatório de Crescimento Fetal

O ambulatório terá como público-alvo gestantes assistidas pelo HC que apresentem algum fator de risco para apresentar restrição de crescimento fetal

A linha de cuidado de Saúde da Mulher do Hospital das Clínicas da UFPE ganhou mais um reforço ontem (7), véspera do Dia Internacional da Mulher. Trata-se do Ambulatório de Crescimento Fetal, que vai acompanhar e monitorar as gestantes em seu pré-natal avaliando o desenvolvimento do feto. O ambulatório é fruto da tese de doutorado defendida pela médica tocoginecologista Débora Leite, do HC, e funcionará todas as quintas-feiras à tarde. O HC é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Foto: Passarinho

Atendimento ocorrerá às quintas-feiras à tarde, no HC

O ambulatório terá como público-alvo gestantes assistidas pelo HC que apresentem algum fator de risco para apresentar restrição de crescimento fetal: gravidez de gêmeos, alguma infecção na gestante, fetos com alterações de desenvolvimento já detectadas na ultrassonografia, filhos anteriores com crescimento inferior ao que era previsto, entre outros. Com esse acompanhamento, será possível manejar adequadamente o cuidado com a gestante e com o seu bebê para otimizar o momento ideal do parto.

“O fato de o bebê nascer abaixo do peso ideal pode acarretar problemas desde o nascimento (com a ida do bebê para a UTI e maior risco de morte nos primeiros 28 dias de vida) e tem repercussão também em longo prazo, já que essas pessoas podem ter mais obesidade, síndrome metabólica e gordura visceral, que é um critério importante para o surgimento de outras doenças e até mortes por motivo cardiovascular”, explica Débora Leite.

A tese “Explorando a ocorrência, a predição e o impacto da restrição do crescimento fetal” foi defendida no último dia 15, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e servirá como base para atualizar os protocolos assistenciais utilizados no HC, tanto no atendimento à gestante e ao seu diagnóstico, quanto em relação à conduta com a paciente. “Queríamos entender qual a abordagem local e nacional à restrição de crescimento fetal, como estamos identificando e acompanhando esses fetos que não crescem da forma esperada dentro do útero e as repercussões que isso pode gerar ao longo da vida”, conta Débora Leite.

Em seu estudo que analisou cerca de 1.200 mulheres, a médica tocoginecologista defende que a gestação é mais do que uma passagem entre a concepção e o parto. “Muita coisa acontece na gravidez, que representa uma ‘janela de oportunidades’ para o futuro. A gravidez é importante para a realização de prevenção de agravos e promoção de saúde. O pré-natal é mais do que avaliar a pressão arterial, ou o ganho de peso. A gente quer que a criança nasça viva, bem e que não tenha nenhuma complicação no futuro”, afirma ela.

As ações do ambulatório podem interromper uma espécie de “determinismo social” que atrapalha a boa saúde de gerações de uma mesma família. “Já está comprovado que se a menina nasce abaixo do peso esperado, ela tem possibilidade de também ter filhos com restrição de crescimento fetal. Se há a intervenção na gestação atual, há a chance de mudar a vida dos seus futuros filhos e netos. Identificar isso com atendimento e acompanhamento corretos promovendo intervenção com medicações adequadas, estímulo de hábitos de vida mais saudáveis podem amenizar e até reverter alguns processos que impedem o ganho de peso fetal”, revela Débora Leite.

Date of last modification: 08/03/2019, 15:14