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Giro Nordeste conversa hoje (9) com a escritora Lilia Schwarcz
Exibido na TVU (canal 11.1), às 17h, o programa discute o bicentenário da Independência do Brasil
A escritora, antropóloga, historiadora e professora universitária Lilia Schwarcz participa do programa Giro Nordeste de hoje (9) e debate sobre o bicentenário da Independência. Produzido pela TVE Bahia, o programa é exibido na TVU (canal 11.1), excepcionalmente às 17h, durante o período de veiculação do guia eleitoral.
“O Brasil teve um processo de independência muito conservador”, afirma Lilia. "Enquanto a revolução americana foi uma revolução, a brasileira não. Foi: um golpe das elites no sentido de evitar o desmembramento territorial, como havia acontecido na América espanhola; manter o status quo, ou seja, a grande propriedade exportadora e monocultora; e, sobretudo, a manutenção da escravidão”, analisa a historiadora.
Sobre o que faltou nas aulas escolares de História quanto aos 200 anos de Independência do Brasil, a professora da Universidade de São Paulo (USP) explica que “faltou mostrar como o 7 de setembro é uma data de meada, não é nem de início nem de final, que independência é um processo”. Para Lilia Schwarcz, esse processo começa nas conjurações, a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana, ainda no final do século XVIII; continuando em Pernambuco, com a Revolução de 1815 que, segundo a antropóloga, foi a primeira revolução que fala em República no Brasil. De acordo com a coautora do recém-publicado livro “O Sequestro da Independência”, “terminaria talvez, se é que o processo de independência termina, em 1835 com a Revolta dos Malés, em Salvador”.
No programa, Lilia ainda reflete sobre a importância dada à comemoração: “Eu não acho que a gente deve bater continência pra uma data cívica. Eu penso que efemérides são boas mais para fazer pensar do que para concluir".