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Especialistas do HC alertam sobre o colesterol alto no Dia Mundial do Coração

De cada grupo de dez pessoas adultas, quatro têm um nível alterado de colesterol, ultrapassando os números dos Estados Unidos

O Dia Mundial do Coração, celebrado hoje (29), é a data escolhida para lembrar à sociedade da importância de manter hábitos saudáveis como medida preventiva para a saúde cardiovascular. Sobre o assunto, dois especialistas do Hospital das Clínicas da UFPE – instituição que possui serviços especializados no diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas a essa desordem – trazem explicações sobre o colesterol alto, uma doença silenciosa que pode aumentar o risco para outros problemas adversos, como infarto e AVC (acidente vascular cerebral). O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“O colesterol é uma substância produzida principalmente no fígado, que é carregada no sangue através das lipoproteínas. Uma pequena parte dele é ingerida através da alimentação. O nível elevado desta gordura é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose, principal etiologia da doença isquêmica cardíaca, em particular, o infarto agudo do miocárdio. As patologias cardiovasculares são a principal causa de morte em nosso país”, explica o chefe do Serviço de Cardiologia do HC, Brivaldo Markman Filho.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, quatro em cada dez adultos apresentam níveis elevados de colesterol, superando as estatísticas dos Estados Unidos.

TIPOS DE COLESTEROL - Existem três tipos de colesterol, cada uma com seu papel na saúde do coração. O LDL, conhecido como colesterol “ruim” e considerado o mais perigoso, tende a acumular-se em excesso nas paredes das artérias, formando placas de gordura e desencadeando uma série de doenças. O segundo tipo é o VLDL, que também pode ser prejudicial quando presente em excesso, uma vez que transporta triglicerídeos, um tipo de gordura, na corrente sanguínea. Por fim, há o HDL, denominado “colesterol bom”, devido à sua função de limpar as artérias. Quanto maior o nível de HDL no organismo, menor é o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

De acordo com a médica endocrinologista do HC Lúcia Cordeiro, é essencial manter a rotina de exames e o acompanhamento médico regular, devido à natureza silenciosa da doença. “A medida do colesterol deve ser realizada em todos aqueles indivíduos acima de 40 anos, ou mais precocemente, se houver evidências de doença nos vasos arteriais dos pais ou alguma condição clínica que se correlacione com a elevação dos lipídios sanguíneos”, acrescenta.

TRATAMENTO - O colesterol alto, também conhecido como hipercolesterolemia, pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, obesidade, sedentarismo, tabagismo e má alimentação. Dentre os poucos sintomas do excesso de colesterol, é possível notar fadiga, palpitações, dores de cabeça, pressão alta e inchaço abdominal.

“O tratamento da hipercolesterolemia é feito com dieta apropriada, pobre em gorduras saturadas, e medicamentos que diminuem o colesterol ruim (LDL), as estatinas. Emagrecer, a prática de atividade física regular, não fumar, beber com moderação, são atitudes benéficas, pois tendem a elevar o colesterol bom (HDL). Associadamente, o controle bem feito do Diabetes e da Hipertensão Arterial reduz o risco cardiovascular dos indivíduos”, informa Brivaldo Markman.

No entanto, Lúcia Cordeiro enfatiza que, uma vez que a doença geralmente não manifesta sintomas, muitas pessoas acabam tendo uma aderência menor à medicação durante o tratamento. “Associam-se a esse fato muitas notícias negativas sobre efeitos colaterais, a maioria desproporcional ou sem a devida comprovação, fazendo com que o leigo tenha receio do uso crônico dos fármacos hipolipemiantes”, ressalta a endocrinologista.

Date of last modification: 29/09/2023, 14:15