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Codiretor da série Cangaço Novo está no Giro Nordeste hoje (15)
Com trabalhos premiados em festivais de cinema dentro e fora do Brasil, o baiano Aly Muritiba é o entrevistado hoje (15) na TVU (canal 11.1)
Para esmiuçar sua mais recente obra codirigida junto com Fábio Mendonça, a série “Cangaço Novo”, o cineasta Aly Muritiba conversa, hoje (15), com o Giro Nordeste. No bate-papo, o convidado relembra como se deu o desenvolvimento desse projeto fílmico e o fazer propriamente dito do seriado, além de defender como política pública a regulamentação de cotas de tela para cinemas e plataformas de streaming. Veiculado pela TVU (canal 11.1), o programa começa às 20h nas sextas-feiras e é reapresentado às 21h nas segundas-feiras.
Muritiba, que nasceu na cidade baiana de Mairi e passou por São Paulo e Curitiba antes de se tornar diretor de cinema, afirma que a série “Cangaço Novo”, disponível pelo serviço de streaming Prime Vídeo, aborda temas complexos de forma respeitosa e com muita pesquisa com os diferentes personagens envolvidos no fenômeno criminal.
Já sobre o título da série, o cineasta conta que foi a Polícia Federal quem nomeou “novo cangaço” o fenômeno social originário no Ceará no início dos anos 2000, em que grupos armados sitiam cidades e sequestram autoridades para fazer roubos a banco, com ações planejadas e espetaculosas. Aly informa, no entanto, que “hoje em dia, a Polícia Federal chama essa técnica de assalto como domínio de cidades, não mais novo cangaço, porque a filiação ao cangaço tradicional fez com que houvesse uma certa romantização dessas pessoas que promovem esse tipo de ação criminosa”.
Quando questionado acerca das cenas de ação filmadas no seriado, o diretor comenta que “a gente nunca encarou as cenas de ação como mero entretenimento, a gente sempre encarou como dramaturgia”. Muritiba esclarece que “havia um princípio básico que regia a nossa série e que eu acho que se mostrou muito acertado hoje em dia. A premissa era: os atores não devem se moldar ao enquadramento ou às marcas ou à posição da luz. É a câmera que tem que ir atrás dos atores porque os nossos atores a gente percebeu muito rapidamente, eles não eram atores, nem atrizes. Eles eram os personagens 100% do tempo”.
Ele, que já atuou no serviço público como agente penitenciário no Paraná, recorda, durante a entrevista, que, desde pequeno, havia uma vontade de expressão muito grande, apesar de nunca imaginar que o fazer cinematográfico pudesse se tornar um ofício. E revela que sua entrada na sétima arte aconteceu despretensiosamente: a faculdade de Cinema foi uma escolha aleatória para abonar legalmente o tempo de trabalho efetivo como agente penitenciário pelo tempo acadêmico.
O Giro Nordeste é uma produção da TVE Bahia em parceria com emissoras públicas de rádio e televisão do Nordeste.