O Fundo Petrolândia registra parte importante do processo de luta dos trabalhadores do vale do submedio São Francisco, afetados pela construção da barragem de Itaparica. A barragem da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga foi um grande projeto implantado durante a ditadura, sob a responsabilidade da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Essa mega obra inundou cidades inteiras e afetou a vida de pequenos agricultores, posseiros e povos indígenas como os Pankararu, Pankararé e Tuxá. As intensas lutas envolveram também os operários da construção civil. O lema do movimento dos trabalhadores rurais era “terra por terra na margem do lago”, exigindo reparação pelas terras e benfeitorias.
Este catálogo é composto por 572 documentos organizados temporalmente, em um período que vai da década de 1970 até a década de 1990, registrados atas de reuniões, relatórios, ofícios, boletins, informativos, cartas endereçadas a autoridades da república, moções de solidariedade, dentre outros documentos que detalharam a atividade sindical, dos trabalhadores contra a Companhia Hidroelétrica.
Acesse o catálogo: https://drive.google.com/file/d/1mVxK-RMGshTE3TDuPRypR0AOwF7Qb7lR/view
O Catálogo do Fundo POLOP constitui um esforço de preservação da memória das lutas contra a exploração e a opressão no Brasil. A publicação apresenta o Fundo POLOP - Política Operária. Além do inventário de todos os documentos, integralmente digitalizados e disponíveis ao público, há uma apresentação que traz um breve histórico da organização e outras fontes documentais disponíveis.
A existência da POLOP se deu, sob diferentes denominações, de 1961 a 1986. Sua história nos ajuda a entender mais os debates sobre a formação social brasileira, a batalha pela conquista da independência de classe por parte do proletariado, as vias de combate à ditadura de 1964-1985, a relação entre tática e estratégica, os desafios postos na conjuntura da reabertura democrática e constituinte, a crítica ao reformismo e muitos outros temas.
Desejamos uma boa leitura e que todos interessados possam navegar pelo acervo, procurando compreender o passado e vislumbrando caminhos para as lutas de hoje, por um mundo sem opressão e exploração. Para ter acesso ao catálogo, segue o link: https://drive.google.com/file/d/1ReGumj_vHlc8poQ7dG3QCdXYAYWOfJ16/view
“O lugar da memória é na vida. Na vida individual. Na vida social. Se a gente pensar bem, a memória é a condição da existência. Mesmo quando nós não nos damos conta de certos atos, eles existem porque estão memorizados. A desgraça maior que pode acontecer com um povo, com uma comunidade, é perder sua memória. Quem eu fui? Quem eu sou só se responde por quem eu fui. Nós nunca somos os mesmos ao longo do tempo. Eu só sei o que eu sou pelo que fui." (Denis Bernardes)
O livro de Chistiane Rufino Dabat e Maria do Socorro de Abreu e Lima, em sua página 61, de composição do Luiz Anastácio Momesso, ''Os Arquivos de Trabalhadores e a Universidade'', explora as possibilidade de colaboração entre Universidades e movimentos sociais em prol da preservação da memória e da história dos trabalhadores, ao qual a classe dominante tenta apagar o movimento de luta e resistência.
A criação de arquivos sobre os trabalhadores e movimentos sociais, aponta a importância da universidade como forma de preservar a memória de lutas, conquistas e sacrifícios que aconteceram para o desenvolvimento da consciência de classe e a construção de um projeto de emancipação social. Os arquivos é resultados de atividades de organização, mobilização e lutas, criando uma grande quantidade de acervos e documentos que são essenciais para a pesquisa da história que deve permanecer viva.
O NUDOC - Núcleo de Documentação Sobre Movimentos Sociais da Universidade Federal de Pernambuco, faz parte do trabalho de preservação e exposição dos documentos históricos, entre professores, alunos, graduandos e pós-graduandos de diferentes cursos, que desenvolve na organização de arquivos de trabalhadores e outros movimentos sociais como, a Política Operária, Ação Católica Rural, Barragem de Itaparica - Petrolândia/PE, Fundo Múcio - que tratam de temas como gênero, saúde e mulher, dossiês do Conflitos na Zona Canavieira de Pernambuco, Movimento Estudantil em Pernambuco, Movimento Sindical em Pernambuco, Lutas por moradia em Pernambuco e demais contribuições que desenvolvem pesquisa, ensino e extensão. Assim, o Núcleo de Documentação cumpre um papel crucial na preservação e organização de arquivos que são fundamentais para o desenvolvimento da consciência histórica e social dos trabalhadores e movimentos populares, garantindo que suas lutas e experiências sejam reconhecidas e valorizadas na construção do conhecimento.
Sumário do Livro:
- O Estado e os Arquivos de Trabalhadores: O Arquivo Público do Ceará - Márcio de Souza Porto.
- O Arquivo Público do Estado de Pernambuco e a Memória dos Trabalhadores - Sandra Veríssimo.
- Centros de Documentação e Memória Sindical: A valorização dos arquivos, da documentação e da memória dos trabalhadores - Antonio José Marques.
- Memória da Resistência, Memória Viva: A preservação dos documentos e da história da classe trabalhadora - Ana Emília Borba.
- Os Arquivos de Trabalhadores e a Universidade - Luiz Anastácio Momesso.
- Os Acervos Documentais, a Produção Acadêmica e a História Social do Trabalho no Rio Grande do Sul - Silvia Regina Ferraz Petersen.
- A Estruturação de um Arquivo da Justiça do Trabalho no Brejo Paraibano na Perspectiva de uma História Global do Trabalho - Tiago Bernardon de Oliveira.
- Imprensa Operária em Maceió (1898-1920) - Osvaldo Maciel.
- Os trabalhadores livres na produção da erva-mate no Rio Grande do Sul oitocentista - Cristiano Luís Christillino.
- Este vento que tronos despedaça: Notas sobre fontes a respeito das resistências dos canavieiros à opressão ordinária do sistema de plantação e àquela, extraordinária, do golpe militar - Christine Rufino Dabat.
Este livro é um dos frutos do projeto de extensão “Bora Ocupar”: contrarreformas na Educação e a resistência das ocupações de escolas. Materializa o objetivo de produzir conhecimento a partir da experiência da onda de ocupações de escolas em 2016. O movimento havia sido registrado nas duas edições anteriores do projeto de extensão, dando origem ao documentário “Bora Ocupar”: um documentário sobre as ocupações de escolas em Recife, lançado em novembro de 2018. Com o filme pronto, organizamos cine debates em várias escolas, universidades, cineclubes e outros espaços, sempre com a participação de ex-ocupantes junto à equipe.
Pensando na formação coletiva, realizamos dois minicursos abertos à comunidade, em 2018 e 2019, onde buscamos compreender as causas da revolta estudantil, a conjuntura política e econômica e as formas de organização da juventude. Nestes dois anos, debatemos o modelo da Educação integral que teve Pernambuco como um de seus laboratórios; a Reforma do Ensino Médio; o novo regime fiscal inaugurado pela Emenda Constitucional 95/2016 e outras contrarreformas que motivaram a revolta estudantil. Tivemos sessões sobre a crise econômica; e a caracterização do governo Bolsonaro, com o objetivo de compreender como seu tripé ultraliberal, militarista e obscurantista se manifesta no campo da educação. Abrimos espaço para a discussão sobre a ofensiva ideológica dos Projetos de Escola Sem Partido. Alguns capítulos deste livro são desdobramentos do minicurso.
O primeiro capítulo Caracterização dos governos pós-golpe de 2016 no Brasil e seus impactos na Educação expressa a sessão em que mostramos a conexão entre a crise econômica mundial, a nova onda na luta de classes e a direitização da política burguesa. Trazemos o debate teórico sobre democracia, bonapartismo e fascismo para melhor compreender e caracterizar a conjuntura aberta pelo golpe de 2016. Avançamos na exposição dos impactos deste processo na Educação e as tendências de luta que se desenvolvem.
O capítulo 2, intitulado Crise, contrarreformas e mercantilização da educação ao mesmo tempo em que expressa os debates do minicurso, foi originado de uma pesquisa coletiva a muitas mãos. Foi feito um mapeamento de notícias no site do jornal Valor Econômico e da Consultoria Hoper, de 2014 a 2019, a respeito das movimentações do capital, sobretudo financeiro, no ramo educacional. Identificamos como a Reforma do Ensino Médio abriu este nível de ensino para uma maior investida das corporações educacionais, já majoritárias no ensino superior, na Educação básica, inclusive com a expansão do ensino a distância.
Em nosso terceiro capítulo, Regina Alice Rodrigues Araújo Costa apresenta os Sentidos do Escola Sem Partido no atual cenário brasileiro, identificando as origens e redes que sustentam o Escola Sem Partido, sua dimensão política, jurídica, ideológica, assim como a resposta dos movimentos em defesa da educação pública. Regina foi uma das convidadas do minicurso, assim como Katharine Ninive Pinto Silva, autora do capítulo 4. Ensino Médio e Base Nacional Comum Curricular: o que há de “novo” no velho dualismo educacional brasileiro? Uma contribuição à compreensão das novas formulações educacionais do “novo” Ensino Médio e Base Nacional Comum Curricular quanto à concepção sobre a juventude, formação e educação integral.
Por conta de suas pesquisas sobre o movimento de ocupação de escolas em São Paulo, convidamos Osvaldo Souza para elaborar um capítulo. Sua contribuição com Juventude proletária: entre a classe e a categoria social procura suprir uma lacuna quanto à análise classista sobre a juventude. Para atingir seu objetivo, situa a juventude historicamente, busca antecedentes da presença de grupos etários na organização social, do comunismo primitivo ao capitalismo. Apresenta também as determinações da condição que a juventude oprimida e explorada enfrenta no Brasil dos dias de hoje.
Adentrando o tema da organização estudantil, integrantes do projeto redigiram o Capítulo 6. A política da direção da União Nacional de Estudantes e União Brasileira de Estudantes Secundaristas de 2014 a 2019. Partem da rejeição que predominou no movimento de ocupação de escolas às organizações nacionais dos estudantes e os partidos/correntes políticas que as dirigem. Para compreender o fenômeno, traçam um panorama da relação entre Estado e movimentos estudantis desde a criação da UNE, em 1937, com ênfase particular na burocratização e estatização sob os governos do Partido dos Trabalhadores. Busca nas resoluções das entidades as manifestações da política de conciliação de classes e adaptação à mercantilização e desnacionalização da educação.
No sétimo capítulo, “Bora Ocupar”: um balanço das ocupações de escola em Recife, apontamos as manifestações particulares da conjuntura política e econômica no Recife de 2016, a precariedade das escolas, a experiência com um ensino integral que aparta ainda mais teoria e prática, a repressão ideológica e policial e a reflexão sobre o método das ocupações. Por fim, Maria Katarina Bezerra Cruz da Silva, ex-ocupante da escola Cândido Duarte traz um relato de experiência em que reflete sobre o movimento, sua participação em todas etapas do projeto de extensão, produção do documentário, formações e cine debates.
Concluímos nosso livro, portanto, voltando a nosso ponto de partida, a experiência das ocupações de escolas de 2016. Porém, com um outro olhar sobre a realidade, enriquecido pelo debate teórico, pelo conhecimento de suas determinações econômicas, políticas, jurídicas, ideológicas, dentre outras. Em nome da equipe do projeto, posso dizer que foi uma construção coletiva, comprometida com a busca do conhecimento sobre a realidade, sabendo que este se constroi por meio de livros, documentos, mas principalmente expressando a criação viva dos movimentos que integram a luta de classes.
***
Apresentamos também ao olhar de nossos leitores a arte de Luana Andrade, estampada em nossa capa. Luana, em meio às ocupações, fez um cartaz de denúncia da Reforma do Ensino Médio que expressou tão bem o sentimento dos estudantes que passou a ser reproduzido nas escolas ocupadas. A partir disso, a localizamos, convidamos para fazer o cartaz do documentário e também do livro. Nesta proposta, a escada – objeto usado para dar acesso ao que está fora de alcance – foi colocada dentro de uma mochila – objeto tão presente no cotidiano escolar e das manifestações, que guarda elementos significativos para meninos e meninas e é o primeiro objeto a ser devassado pela polícia nos atos, em busca de qualquer flagrante. A inserção da escada na mochila revela, em sua desproporção, que as raízes e desdobramentos do movimento não cabem no próprio movimento. A urgência da luta estudantil leva ao improviso na tentativa de se conectar com a herança do movimento histórico dos trabalhadores, das lutas anteriores em defesa da Educação Pública e também para conseguir transpor esta atual configuração da educação e da sociedade. Por meio do olhar de Luana, lembramos também que as ocupações foram permeadas por manifestações estéticas em grafites, cartazes, danças, música, teatro, cinema e performances. Manifestações que mostram que a arte é uma das formas de a humanidade se relacionar com a realidade, exteriorizando suas particularidades. Apontam para a necessidade de expressão e o protesto contra uma educação e sociedade que mutilam tantas dimensões e potencialidades dos jovens, caso não seja passíveis de serem mercantilizadas.
Recife, julho de 2020.
APRESENTAÇÃO: Soraia de Carvalho
CAPÍTULO 1: CARACTERIZAÇÃO DOS GOVERNOS PÓS-GOLPE DE 2016 NO BRASIL E SEUS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO: Soraia de Carvalho
CAPÍTULO 2: CRISE, CONTRARREFORMAS E MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO - Amanda Belarmino Couto, Júlia Lucas Correia, Letícia Gabrielle Lima da Costa e Silva, Maria Luíza Almeida Barroso, Paulo Jackson Garcez Santos, Priscila Serafim de Andrade, Sabrina Duarte Correa, Soraia de Carvalho eThiago Henrique da Silva.
CAPÍTULO 3: SENTIDOS DO ESCOLA SEM PARTIDO NO ATUAL CENÁRIO BRASILEIRO - Regina Alice Rodrigues Araujo Costa.
CAPÍTULO 4: ENSINO MÉDIO E BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: o que há de “novo” no velho dualismo educacional brasileiro? - Katharine Ninive Pinto Silva.
CAPÍTULO 5: JUVENTUDE PROLETÁRIA: entre a classe e a categoria social - Osvaldo de Souza.
CAPÍTULO 6: A POLÍTICA DA DIREÇÃO DA UNIÃO NACIONAL DE ESTUDANTES E UNIÃO BRASILEIRA DE ESTUDANTES SECUNDARISTAS DE 2014 A 2019 - Letícia Gabrielle Lima da Costa e Silva, Paulo Jackson Garcez Santos e Soraia de Carvalho.
CAPÍTULO 7: “BORA OCUPAR”: um balanço das ocupações de escola em Recife - Soraia de Carvalho
CAPÍTULO 8: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO DOCUMENTÁRIO “BORA OCUPAR” - Maria Katarina Bezerra Cruz da Silva
ÍNDICE REMISSIVO
SOBRE OS AUTORES E AUTORAS
Acesse através do link: https://drive.google.com/file/d/1e34y7u2k7JCya63dmWDfy1CynRO-wWq2/view
Prefácio
As lutas dos camponeses e suas organizações, ao mesmo tempo que preocupam os latifundiários e as classes dominantes, de forma geral, representam uma esperança para os que aspiram por mudanças. O latifúndio faz parte de nossa história e é um componente fundamental da desigualdade social. As lutas dos trabalhadores pelo direito ao uso da terra perpassam toda a trajetória do povo brasileiro. Inúmeras vezes marcadas pela violência. Em diferentes contextos, também gerou formas de organização que buscam responder às necessidades dessas lutas. Em Pernambuco, historicamente os movimentos camponeses chamaram a atenção. É um dos estados brasileiros onde as luta sociais no campo mais se destacaram, especialmente a partir das Ligas Camponesas, do sindicalismo rural e, agora, com a mobilização de trabalhadores sem terra.
A academia não está alheia a esta realidade. Ampliam-se as pesquisas relativas à situação do campo, em diferentes áreas do conhecimento. Inúmeros pesquisadores têm produzido trabalhos elucidativos sobre a situação dos camponeses, suas lutas, suas organizações, multiplicando-se a produção de publicações sobre a temática nas últimas décadas. O livro de Maria do Socorro de Abreu e Lima traz contribuições significativas para a elucidação, no campo da história, das lutas e organizações desses movimentos, proporcionando elementos para a compreensão do quadro que se coloca na atualidade.
A necessidade da realização da pesquisa que deu origem a este livro se evidenciou a partir de um estudo da história do movimento sindical rural de Pernambuco, realizado pela autora entre os anos de 1995 e 1996, destinado a dar fundamentação histórica a um projeto de pesquisa realizado na área de comunicação social. Com seu conhecimento acadêmico e com sua experiência de militante dos movimentos sociais, ela percebeu que nas pesquisas existentes não só havia lacunas como abordagens que davam margens a distorções, como o fato de as esquerdas quase não aparecerem nessa história no pós-64.
Com muito critério, persistência e método rigoroso, combinando a pesquisa de documentos escritos com memória oral, perseguindo cada fio da meada até quase a exaustão, reescreveu este período da história dos movimentos sociais no campo tornando presentes não só as grandes, mas também as pequenas lutas, levadas com tanta dificuldade principalmente após a tomada do poder pelos militares em 1964; resgatando a presença dos partidos de esquerda, constantemente ausentes em estudos sobre o campo nesse período; apresentando os diferentes projetos em disputa no meio dos trabalhadores rurais; evidenciando, através de farta documentação e exposição quase didática, o processo através do qual começa a emergir a presença das mulheres num espaço antes tido como rigorosamente masculino.
Apesar das contribuições significativas amplamente fundamentadas, outro destaque do livro é a clareza de exposição, que possibilita uma leitura agradável e bastante acessível. Torna-se, assim, leitura obrigatória para os estudiosos do tema, além de recomendada para todos os que, por qualquer motivo, buscam compreender as lutas, organizações e aspirações dos trabalhadores rurais. Nesta segunda edição revista e ampliada, a autora procurou acolher sugestões fornecendo maiores esclarecimentos sobre alguns episódios como também possibilitando, através dos anexos, que o leitor tenha um contato mais próximo com documentos que permitem verificar algumas afirmações assim como nos convida a vivenciar algo da atmosfera do período.
Luiz Momesso.
“Rádio, Movimentos Sociais e Direito à Comunicação – é uma busca incessante a complexa discussão sobre o papel da comunicação de massa e a inserção que esta tem no resgate dos problemáticos fenômenos que envolvem o homem e suas inquietações contemporâneas.
Além do fato de que os investimentos despendidos no desenvolvimento dos aparatos tecnológicos, cada vez mais modernos, traduzirem-se em um custo final que incorpora valor social tem-se, principalmente, que a evolução destes meios em prol da aceleração do desenvolvimento sócio-econômico os torna símbolo e ferramenta da transformação da estrutura social.
O conceito da mensagem se expande do conteúdo referente ao ambiente de troca da informação. Os mediadores técnicos da comunicação se transformam em signos porque implicam redefinições do significado do que é mediado. É exatamente o permitir a renovação do caráter da mensagem que os meios tecnológicos se incorporam a esta enquanto resgate do desenvolvimento dos valores humanos. Daí resulta a necessidade de compreender o momento que vivemos,ou seja o mundo conectado pela comunicação instantânea e assim nos conscientizarmos a não transigir com a nossa própria ética da responsabilidade.”
Por: Darcier Barros
"O termo “socialismo” tem sido historicamente associado às lutas e interesses políticos das classes trabalhadoras formadas a partir das contradições surgidas com a Revolução Industrial Inglesa. Transformações de grande impacto social no ordenamento jurídico econômico solidificaram a base da propriedade privada e dos meios de produção. Por outro lado, construíram elementos históricos que permitiram o desenvolvimento de uma consciência pública e a universalização do discernimento da necessidade de organizações de classes em defesa de seus interesses singulares. Com o fracasso do primeiro levante operário denominado “Revolução de 1848”, as discussões filosóficas que tentaram discernir o significado dos termos “socialismo” e “comunismo” diminuem de importância e o problema principal dos pensadores passou a ser pensar novas formas de organizações operárias autônomas. Em meados do século XIX, a grande discussão baseava-se na necessidade de explicar as diferenA§as entre o socialismo utópico e o socialismo científico.
Engels em sua obra “O Anti-Duhring” e Marx, no “Manifesto Comunista”, foram os primeiros filósofos, a apresentar explicações que diferenciariam o significado entre eles. A partir da 1a e especialmente com a 2a Internacional delineiam-se as diversas tendências de socialismos, formando assim caminhos diferentes na tentativa de se construir uma nova ordem política, coexistindo harmoniosamente, inclusive, até a Primeira Grande Guerra, e, com certa liderança, do grande pensador Karl Kautsky, filósofo da Social-Democracia. Com a revolução de 1917 nasce a União Soviética e com ela a esperança de uma nova ordem social mais justa, com novas lideranças de pensadores tais como V. I. Lênin, Rosa Luxemburg, Leon Trotsky, consolidando-se mais uma vez, novas tendências.
Cisões nos movimentos operários passam a ser o novo desafio uma vez que elas resgatam interpretações teóricas que se antagonizam em defesa de suas próprias ações. No caso organizações políticas diversas, com práticas diferenciadas, pretensamente assentadas no pensamento de um mesmo filósofo. [...]
Paralelamente a esta linha ortodoxa, numerosos grupos e movimentos propuseram uma mudança pelo menos tão radical por outros meios organizativos, enriquecendo o elenco das idéias e propostas anti-capitalistas. Embora o verso momentos de repressão contra as correntes anarquistas e libertárias, particularmente na fase estalinista, estratégias convergentes contribuíram em vários momentos para fortalecer movimentos operários e, mais amplamente , populares na sua luta por uma sociedade mais justa.
O desafio desta edição é colocar em questionamento, na nossa contemporaneidade, esses problemas e, mais uma vez, expor em evidência a importância de se distinguir o significado de socialismo utópico e socialismo científico. Compreensão esta que possivelmente nos levará a entender melhor as sucessivas crises atuais de hegemonia dos Estados Capitalistas."
Engels em sua obra “O Anti-Duhring” e Marx, no “Manifesto Comunista”, foram os primeiros filósofos, a apresentar explicações que diferenciariam o significado entre eles. A partir da 1a e especialmente com a 2a Internacional delineiam-se as diversas tendências de socialismos, formando assim caminhos diferentes na tentativa de se construir uma nova ordem política, coexistindo harmoniosamente, inclusive, até a Primeira Grande Guerra, e, com certa liderança, do grande pensador Karl Kautsky, filósofo da Social-Democracia. Com a revolução de 1917 nasce a União Soviética e com ela a esperança de uma nova ordem social mais justa, com novas lideranças de pensadores tais como V. I. Lênin, Rosa Luxemburg, Leon Trotsky, consolidando-se mais uma vez, novas tendências.
Cisões nos movimentos operários passam a ser o novo desafio uma vez que elas resgatam interpretações teóricas que se antagonizam em defesa de suas próprias ações. No caso organizações políticas diversas, com práticas diferenciadas, pretensamente assentadas no pensamento de um mesmo filósofo. [...]
Paralelamente a esta linha ortodoxa, numerosos grupos e movimentos propuseram uma mudança pelo menos tão radical por outros meios organizativos, enriquecendo o elenco das idéias e propostas anti-capitalistas. Embora o verso momentos de repressão contra as correntes anarquistas e libertárias, particularmente na fase estalinista, estratégias convergentes contribuíram em vários momentos para fortalecer movimentos operários e, mais amplamente , populares na sua luta por uma sociedade mais justa.
O desafio desta edição é colocar em questionamento, na nossa contemporaneidade, esses problemas e, mais uma vez, expor em evidência a importância de se distinguir o significado de socialismo utópico e socialismo científico. Compreensão esta que possivelmente nos levará a entender melhor as sucessivas crises atuais de hegemonia dos Estados Capitalistas."