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Infectologista do HC reforça a importância do uso correto das máscaras contra a covid-19
De acordo com Danylo Palmeira, ainda é extremamente importante o uso correto das máscaras respiratórias
A grande quantidade de casos de covid-19 provocada pela variante ômicron mantém o alerta sobre a importância da manutenção do uso correto de máscaras respiratórias para impedir a disseminação do novo coronavírus, mesmo com cerca de ¾ da população de Pernambuco tendo tomado as duas doses ou a dose única. O chefe do Setor de Gestão da Qualidade e médico infectologista do Hospital das Clínicas da UFPE, Danylo Palmeira, fala sobre o uso das máscaras e quais os materiais mais eficazes para garantir uma maior proteção contra essa variante, além do acondicionamento correto. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
De acordo com Danylo Palmeira, ainda é extremamente importante o uso correto das máscaras respiratórias. “Com essa variante ômicron de altíssima transmissão, houve um agravamento nos indicadores epidemiológicos e ainda não chegamos ao pico da onda, por isso é necessário usá-las principalmente em lugares fechados”.
O médico infectologista também ressaltou que mesmo que alguns pesquisadores tenham sugerido apenas o uso das máscaras PFF2 ou N95, órgãos, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não modificaram as recomendações. Sendo assim, todas podem ser usadas, mas devem estar adequadas ao grau de exposição. “No hospital, por exemplo, é obrigatório o uso da PFF2 ou N95 em situações em que haja a produção de aerossóis, como coleta de amostra respiratória, intubação, animação cardiopulmonar, aspiração de via aérea, nas UTIs e bloco cirúrgico. No entanto, na maior parte dos contatos usa-se a máscara cirúrgica para profissionais da assistência ou a máscara de tecido, quando não se está atendendo diretamente pacientes, como os profissionais do administrativo”.
Em geral, detalhes como o tempo de uso das máscaras variam de acordo com o protocolo específico de cada local, visto que diversos fatores influenciam nessa decisão. Principalmente, o nível de exposição e a disponibilidade de insumos. Para as máscaras N95, idealmente deve-se seguir a recomendação do fabricante na embalagem, entretanto pode ser usada por até sete dias, exceto, se houver algum dano, sujidade visível ou umidade excessiva. Algumas possibilidades de acondicionamento dessas máscaras são dentro de sacos de papel, pois há a absorção da umidade com mais facilidade, ou dentro de sacolas plásticas, desde que elas não fiquem fechadas. Outra estratégia é usar a máscara N95 em dias alternados, pois a reutilização após 48 horas faz com que ela “descanse” por mais tempo, o que inviabiliza as partículas virais.
“A troca das máscaras cirúrgicas pode ser feita a cada três horas, mas deve ser realizada imediatamente caso esteja danificada de alguma forma. Podem-se utilizar também duas máscaras respiratórias EPIs faciais para aumentar o nível de proteção, colocando sempre a máscara cirúrgica primeiro, em contato com a pele, e a de tecido por cima, ou ainda utilizar um protetor facial ou face shield”, explica Danylo Palmeira. Além disso, é essencial se programar com antecedência para saber quanto tempo estará fora de casa e levar a quantidade de máscaras suficiente para serem trocadas ao longo do dia.
O médico Danylo Palmeira também aconselha o cuidado ao manusear as máscaras, manipulando-as pelas abas para evitar tocar na parte da frente, em que a contaminação pode estar concentrada e, claro, higienizar as mãos antes e depois de tocar na proteção facial.