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Conselho Universitário mantém medidas restritivas, mas permite retomada de algumas aulas práticas presenciais

Colegiados dos Cursos de Graduação e direções de Centro decidirão sobre atividades práticas

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decidiu, por meio de seu Conselho Universitário (Consuni), manter as medidas restritivas adotadas desde o início de março, com mais de 93% das disciplinas com aulas remotas, mas permitir a retomada de algumas aulas práticas presenciais da graduação que são essenciais para finalização dos cursos pelos estudantes – a maior parte de disciplinas dos cursos de saúde. A decisão foi tomada por ampla maioria de conselheiros, em reunião realizada nesta segunda-feira (19), de forma remota. A autorização foi publicada no Boletim Oficial da UFPE de nº 57.

Cabe aos Colegiados dos Cursos de Graduação da UFPE, em conjunto com as direções de Centro, decidir pela volta das atividades. Quem decidir retomar deverá informar à Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) via Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (Sipac), conforme os termos da Resolução nº 23/2020, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).

“Desde o primeiro momento da pandemia, a universidade tem atuado incansavelmente, em diversas frentes, no enfrentamento desta emergência em saúde pública, cumprindo nossa função social através do ensino, da pesquisa, da extensão e da assistência. De maneira prioritária, estamos com atividades remotas, mas há uma demanda concreta de nossos estudantes por esse retorno, principalmente daqueles que estão em fase de conclusão de cursos que têm habilidades que precisam ser desenvolvidas na presencialidade”, afirmou o reitor Alfredo Gomes, destacando que as demais medidas restritivas adotadas desde o dia 3 de março continuam em vigor nos três campi da UFPE. 

Neste semestre com baixa presencialidade, as disciplinas que tinham atividades práticas previstas são dos cursos de Odontologia e Fisioterapia do Centro de Ciências da Saúde (CCS); Medicina do Campus Recife e do Centro Acadêmico do Agreste (CAA); e Educação Física e Enfermagem do Centro Acadêmico de Vitória (CAV), entre outras cujos diretores de centro não sinalizaram pretensão de retomada, durante a reunião. Em sua maioria, envolvem práticas em clínicas, laboratórios, unidades básicas de saúde, serviços de atenção primária e postos de saúde, bem como o Hospital das Clínicas (HC/Ebserh) da UFPE. 

“Nessas disciplinas, os estudantes estarão observando os cuidados de biossegurança e serão supervisionados pelos cursos e centros”, explicou a pró-reitora de Graduação, Magna do Carmo Silva. A professora destacou que o documento que estabeleceu o calendário acadêmico-administrativo para o ano letivo 2020/2021 já previa essa possibilidade de ajustes e readequações conforme os desdobramentos da pandemia no Estado. As decisões também deverão considerar as Diretrizes de Retomada da UFPE e os protocolos sanitários de biossegurança.

Além da participação dos conselheiros, a primeira sessão extraordinária do Consuni deste ano teve ainda a presença dos convidados Adalberto Tavares, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFPE (Sintufepe); Erlene Santos, representando a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe); Danylo Palmeira, médico infectologista do Hospital das Clínicas; além de representantes dos estudantes da Universidade. 

Segundo João Neto, um dos coordenadores do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPE, desde a semana passada, os discentes têm discutido a possibilidade de retorno presencial com a gestão da UFPE, as Direções de Centro e especialistas em saúde. “Este é um debate que atinge a Universidade em todos os níveis, por isso a importância da discussão nesta instância mais ampla de deliberação. Faço parte de um dos cursos que estava pleiteando o retorno presencial para uma minoria de cursos, para pequenos grupos de estudantes. Entendemos que, para um retorno 100% seguro, é preciso ter a vacinação dos alunos em sua totalidade. Nesse sentido, quero destacar a mobilização dos estudantes e da gestão da UFPE pela ampliação da imunização. Já conseguimos alguns avanços junto às Secretarias de Saúde”, reconheceu o representante do DCE e aluno de Odontologia.

Coordenador do Grupo de Trabalho para o Enfrentamento da Covid-19 (GT Covid-19), o vice-reitor Moacyr Araújo lembrou também as diversas ações institucionais no sentido de biossegurança, que envolve produção e aquisição de equipamentos de proteção individual e coletiva, álcool 70%, triagem de estudantes e servidores com sintomas de covid, testagem, telemonitoramento, entre outras ações. 

A vice-diretora do CCS, Daniela Feitosa, destaca o desafio de todas as instituições frente à emergência em saúde pública que perdura, reiterando a importância das decisões colegiadas, como procedido no Conselho de Centro. “A assistência à saúde da população, o reconhecimento do papel do SUS e a disponibilidade de profissionais qualificados são compromissos da universidade pública”.

Data da última modificação: 20/04/2021, 19:31