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Conheça a história de Dyego Morais, um dos pacientes de Covid-19, vindo de Manaus

Um dos sonhos do agora paciente do HC era visitar o Recife

Nesta primeira de uma série de três reportagens, produzida pela Unidade de Comunicação Social do HC-UFPE/Ebserh com pacientes de Manaus com Covid-19 que estão internados no Hospital das Clínicas da UFPE, filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o entrevistado é Dyego Morais, que tinha o sonho de visitar o Recife.

O manauara e funcionário da Secretaria de Estado da Assistência Social do Amazonas, Dyego Morais, 31 anos, já tinha até passado pela capital pernambucana, mas nunca, de fato, para ficar em solo recifense. O sonho de conhecer o Recife sempre esteve presente em sua vida. “Quando soube que o destino seria o Recife, para mim, foi muito gratificante. Apesar da situação e do momento, me sinto muito bem. O povo é acolhedor, hospitaleiro, povo humano. E isso fez com que eu me sentisse bem melhor, com mais vontade de viver e com força. A receptividade foi maravilhosa no Hospital, aliás, está sendo. A equipe é muito boa. Todos estão de parabéns, desde a equipe da limpeza aos médicos. Eu tenho muita gratidão a todos vocês”, disse.

Dyego é pai de duas crianças, Isabelly, de 10 anos, e Matheus, com 3 anos. Ele diz que sua força vem dos filhos. “Além de Deus, minha família e minha namorada, Rayane, me deram muito apoio para eu conseguir vencer a cada dia esta doença”, destacou.

Quando descobriu que estava infectado pelo novo coronavírus, Dyego estava sozinho em casa – sua família havia viajado e ele decidiu ficar em Manaus para estudar para uma seleção pública. Em 1º de janeiro, surgiram os primeiros sintomas. Começou com diarreia, depois, febre muito alta. Em sete dias, o quadro de saúde piorou: com tosse, dificuldade para respirar e falta de ar. Estava já muito debilitado.

A mãe dele, Mara Nubia Cintra, comentou que a situação da saúde pública em Manaus é crítica e que acredita que isso assustou o seu filho, que acabou não procurando de imediato ajuda médica. Nove dias após o início dos sintomas, uma amiga, que é profissional da saúde, foi visitar Dyego e o levou imediatamente ao hospital. Na ocasião, o pulmão já estava entre 80-90% comprometido e ele respirava com a ajuda de cilindro de oxigênio.

“Então, a equipe que o estava acompanhando me falou que não tinha condições de mantê-lo naquele hospital, em Manaus. Já estavam faltando medicações e, em breve, iria faltar oxigênio. Falaram que ele precisava ir para outro estado para ser tratado. A situação em Manaus é muito crítica. Tudo que está passando nos jornais é verdade. Ou até pior. Só quem sabe é quem está lá dentro”, disse Mara Nubia.

A notícia da transferência assustou um pouco a família, mas, ciente de que seria o melhor para Dyego, autorizou a transferência. As malas foram feitas às pressas, e o destino dito na véspera. “Foi a melhor escolha ter deixado o meu filho ir. Estou muito feliz, e ele também. Dyego está sendo muito bem assistido no Hospital das Clínicas da UFPE. Seria bom que fosse assim em todos os outros hospitais do país”, afirmou a mãe do paciente.

Dyego está internado, desde o último sábado (23), na enfermaria de Doenças Infecciosas e Parasitárias do HC. Já está praticamente curado, respirando sem auxílio de cilindro de oxigênio, aguardando apenas a alta hospitalar. “Sou gratidão. A equipe que me acolheu aqui é muito maravilhosa, é de excelência. Voltarei para casa com o coração cheio de alegria e amor. Agradeço a todos. Meu muito obrigado”, falou Dyego que espera carregar a plaquinha “Eu venci a Covid-19” e entrar nas estatísticas de mais um curado no país, renovando as esperanças de todos aqueles que esperam por dias melhores.

Data da última modificação: 28/01/2021, 18:36