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Pesquisa evidencia benefícios da cafeína precoce em neonatos prematuros

Uma das suas autoras do estudo é a estudante do 6° período de Medicina, do Campus Recife da UFPE, Cynthia Florêncio de Mesquita

Por Petra Pastl

Um estudo inovador envolvendo pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em colaboração com instituições nacionais, revelou dados importantes sobre a administração de cafeína em neonatos prematuros. O artigo, intitulado “Early versus late caffeine therapy administration in preterm neonates: an updated systematic review and meta-analysis”, foi publicado na revista Neonatology, traz uma das suas autoras a estudante do 6° período de Medicina, do Campus Recife da UFPE, Cynthia Florêncio de Mesquita, e mostra novas perspectivas sobre o momento ideal para iniciar a terapia com cafeína em bebês prematuros.

O estudo foi realizado pelos médicos Vanessa Karlinski Vizentin, da Universidade do Vale do Itajaí; e Rafael Alvim Pereira, da Universidade de Taubaté; e pelos estudantes de Medicina, Isabela Madeira de Sá Pacheco, da Universidade Federal do Piauí; Thalita Fahel Vilas Bôas Azevêdo, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública; e Cynthia Florêncio de Mesquita, da UFPE.

A pesquisa apresentou uma análise sistemática e meta-análise atualizada sobre a administração precoce “versus” administração tardia de cafeína em neonatos prematuros, um tema de relevante impacto clínico na prática neonatal. A cafeína é comumente utilizada no tratamento da apneia da prematuridade e tem mostrado potencial na prevenção de outras condições em neonatos prematuros. No entanto, o momento ótimo para iniciar a terapia com cafeína permanecia incerto até a publicação deste estudo.

A equipe analisou um total de 12.579 pacientes de 11 estudos, dos quais dois eram ensaios clínicos randomizados. Os resultados indicaram que a administração precoce de cafeína está associada a uma redução significativa nas taxas de displasia broncopulmonar, hemorragia intraventricular, retinopatia da prematuridade, sepse de início tardio e persistência do canal arterial. Surpreendentemente, houve também uma taxa de mortalidade maior no grupo de administração precoce de cafeína, um achado que necessita de mais estudos para ser esclarecido, considerando a possibilidade de viés de sobrevivência em estudos observacionais favorecendo o grupo de tratamento tardio.

O estudo é um passo importante na compreensão da administração de cafeína em neonatos prematuros, oferecendo uma base para a prática clínica informada e a tomada de decisão terapêutica. O trabalho da aluna da UFPE e seus colaboradores contribui significativamente para a literatura existente, fornecendo evidências atualizadas que apoiam o uso precoce de cafeína, com implicações diretas na melhoria dos cuidados neonatais e resultados em longo prazo para essa população vulnerável.

Para mais informações sobre o estudo e suas implicações clínicas, o artigo completo está disponível na plataforma on-line da revista Neonatology e no Pubmed

Mais informações
Cynthia Florêncio de Mesquita

cynthia.florencio@ufpe.br