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Raymundo de Farias Britto, o maior filósofo do Brasil

O filósofo e escritor Raymundo de Farias Britto é considerado como um dos maiores nomes do pensamento filosófico do país e autor de uma das mais completas obras filosóficas produzidas originalmente no Brasil. Filho de Marcolino José de Britto e Dona Eugênia Alves Ferreira, Raymundo nasceu em 24 de julho de 1862, na atual cidade de São Benedito, então um povoado, na serra da Ibiapaba, interior do Ceará. Foi batizado a 03 de dezembro do mesmo ano na capela de São Benedito, filial da Matriz de Nossa Senhora da Assumpção da Vila de Viçosa (como consta da certidão de bastismo).

Fez seus primeiros estudos na cidade de Sobral, todavia, devido à seca, teve de mudar-se com a família para Fortaleza, onde completou o curso secundário no Liceu do Ceará. Concluiu seus estudos em 1880 e, no ano seguinte, contando com 18 anos, a família, mudou-se para Pernambuco.  De 1881 a 1884, Raymundo de Farias Britto cursou a Faculdade de Direito do Recife. Na Faculdade, foi um de seus alunos mais distintos e lá conheceu o influente Tobias Barreto, o líder da corrente que na filosofia no Brasil ficou conhecida como a "Escola do Recife". Bacharelou-se em 1884. 

 

Julgamento dos exames do 3º ano de Raymundo de Farias Britto. Fonte: Arquivo da Faculdade de Direito do Recife.

 

Ainda no Recife, foi nomeado promotor público no Ceará, cargo em que tomou posse em Viçosa, no interior daquele Estado, em 1885. Foi também promotor de Aquiraz. Nomeado professor de Grego do Liceu do Ceará, permutou a cátedra com o professor de História, mas preferiu passar uma temporada em Belém (PA), onde montou banca de advogado e lecionou no Liceu do Pará e na Faculdade Livre de Direito de Belém (1902-1909). Tido como autor de prestígio, mudou-se para o Rio de Janeiro (1909) para realizar o concurso para a cátedra de lógica do Colégio Pedro II, classificado em 1° lugar, foi preterido em favor de Euclides da Cunha, mas conseguiu ser nomeado em decorrência da morte do autor de “Os Sertões”.

A sua obra filosófica compõe-se de duas trilogias: Finalidade do mundo: A Filosofia como Atividade Permanente do Espírito Humano (1895), A Filosofia Moderna (1899), Evolução e Relatividade (1905); e Ensaios sobre a Filosofia do Espírito: A Verdade como Regra das Ações (1905), A Base Física do Espírito (1912), O Mundo Interior (1914). É fundador e patrono da cadeira n° 31 da Academia Cearense de Letras. Deu o seu nome ao Ateneu Literário de sua cidade natal e a um dos mais afamados colégios de Fortaleza. Faleceu no Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 1917.

 

Fontes consultadas:

- Centro de Documentação do Pensamento Brasileiro (org.). Dicionário biobibliográfico de autores brasileiros: filosofia, pensamento político, sociologia, antropologia. Salvador: CDPB; Brasília: Senado Federal, 1999. Disponível em:  https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/1030. Acesso em: 24.07.2020.

- Farias Brito e a ideia de filosofia brasileira. Texto escrito por Luiz Alberto Cerqueira. Disponível em: http://textosdefilosofiabrasileira.blogspot.com/2010/03/farias-brito-e-ideia-de-filosofia.html. Acesso em: 24.07.2020.

- Raimundo de Farias Brito. Texto escrito por Rubem Queiroz Cobra. Disponível em: http://www.cobra.pages.nom.br/fbp-fariasbrito.html. Acesso em: 20.07.2020.