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Amaro Quintas

Fotografia de Amaro Soares Quintas – Fonte: Museu de Ciências Nucleares 

Há 111 anos, nascia em Pernambuco, o acadêmico Amaro Soares Quintas, que foi Historiador, advogado, professor e escritor, era um dos mais conceituados historiadores pernambucanos e um dos melhores professores de História dos colégios e universidades de Pernambuco.

Amaro Soares Quintas nasceu no Recife, no dia 22 de março de 1911, filho legítimo do bacharel Gabriel Soares Quintas e de Laura Pacheco Quintas.

Conforme menciona no Diário de Pernambuco, 26 de setembro de 1948, que: Foi no Cabo que o Amaro Quintas fez o curso primário, no colégio do Professor Lumachi. 

Conforme encontrado no dossiê, que fez o curso secundário no Ginásio Pernambucano. E ingressou no Curso Jurídico na Faculdade de Direito do Recife com 17 anos, no dia 22 de abril de 1929, após ter sido aprovado nos exames preparatórios. Como aluno da Faculdade de Direito, participou do grupo de “Agitação”. E ainda estudante começou a colaborar na Folha universitária. Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do Recife em 26 de novembro de 1932.

Ficha do Aluno Amaro Soares Quintas

Exerceu a advocacia no Recife e abriu um escritório de advocacia com o colega de formatura Nilo Pereira. Sendo agraciado com a medalha "José Paulo Cavalcanti" por ter completado 60 anos de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil-PE.

Abraçou o magistério, sua real vocação, ensinando História em vários colégios e escolas recifenses de ensino médio, públicas e privadas. Consolidou uma notável carreira como professor universitário e pesquisador de diversas instituições de ensino, pesquisa e extensão, destacando-se a Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE), a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), a Faculdade de Filosofia de Campina Grande, e a UFPE – que lhe concedeu o título de Professor Emérito –, contribuindo, assim, de forma efetiva para a formação superior de várias gerações de pesquisadores, notadamente da região nordeste. 

Foi também professor catedrático de História do Ginásio Pernambucano e, posteriormente, seu Diretor. Fez parte, entre outros, do corpo docente da Faculdade de Filosofia do Recife (Fafire); do Colégio Israelita; da Escola Oswaldo Cruz; da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Faculdade de Filosofia de Campina Grande, na Paraíba.

Nunca foi um político profissional ou candidato a cargos eletivos, mas tinha uma posição política declarada. Posicionou-se contra a ditadura Vargas (1937/1945), sendo por isso perseguido.

Quando a União Democrática Nacional (UDN) foi organizada como um partido de oposição ao Estado Novo, em 1944, Amaro Quintas tornou-se militante da Esquerda Democrática, presidida no Recife por Gilberto Freyre. Ao separar-se da UDN, a Esquerda Democrática passou a ser um partido autônomo, incluindo no seu programa político o apoio ao divórcio. Por ser um católico praticante, Quintas não aceitou esse apoio, desligando-se então do partido. Apesar do seu desligamento partidário, no entanto, continuou a defender reivindicações da esquerda brasileira da época, como o monopólio estatal do petróleo, a reforma agrária, o combate ao acordo militar Brasil-Estados Unidos.

Foi eleito para a Academia Pernambucana de Letras, tomando posse no dia 26 de janeiro de 1962 - ocupou a cadeira nº 32 e era sócio, entre outras instituições, do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano.

Como cronista, foi colaborador do Diário de Pernambuco e do Jornal do Commercio, nos quais publicou uma série de artigos sobre história e política, alcançando grande repercussão nos mais avançados centros intelectuais do país, sempre advogando a relevância e o supremo significado da liberdade.  

Em 1964, com o início da ditadura militar e a criação do Ato Institucional, nº 5 (AI-5), foi cassado por ter feito uma conferência no Teatro Santa Isabel sobre o tema A livre determinação dos povos, incluindo no texto o assunto da livre escolha do regime político, o que provocou o descontentamento dos militares. Não chegou a ser preso porque foi auxiliado e escondido por seu grande amigo Gilberto Freyre.

Em 12 de maio de 1982, foi agraciado Amaro Soares Quintas - Professor do Dep. de História, CFCH-UFPE, pelo título Professor Emérito

Foi membro associado do Instituto de Coimbra, Portugal, do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi o primeiro Diretor do Departamento de História Social do Instituto Joaquim Nabuco (atual Fundaj), cargo que exerceu até 1964, quando foi cassado.

Morreu de insuficiência respiratória no Recife, no dia 20 de maio de 1998, o historiador pernambucano Amaro Soares Quinta, aos 87 anos.

Fontes Consultadas:

>> Biblioteca Nacional Digital Brasil – Jornal do Brasil (RJ) - 21 de maio de 1998

>> Biblioteca Nacional Digital Brasil –  Diario de Pernambuco (PE) - 26 de setembro de 1948

>> Dossiê do aluno Amaro Soares Quintas – 1932  - Acervo do Arquivo da FDR  

>> Espaço Ciência - Amaro Soares Quintas

>> Lista geral dos bacharéis e doutores que tem obtido o respectivo grau na Faculdade de Direito do Recife, desde a sua fundação em Olinda, no ano de 1828, até o ano de 1931 

>> Lista geral dos estudantes matriculados na Faculdade de Direito do Recife nos anos de 1920 a 1929 

>> Lista geral dos estudantes matriculados na Faculdade de Direito do Recife nos anos de 1930 a 1939 

>> Livro de Registro de diplomas de bacharéis (1931 – 1933)  - Acervo do Arquivo da FDR  

>> Museu de Ciências Nucleares - Notáveis Cientistas de Pernambuco – Edição 2019 - 

>> GASPAR, Lúcia. Amaro Quintas. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2006. 

>> UFPE - Outorga de Títulos Honoríficos - Amaro Soares Quintas

Data da última modificação: 10/04/2022, 07:53