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Uma estrutura de modelagem para avaliar a provável eficácia das máscaras faciais em combinação com o ‘bloqueio’ no gerenciamento da pandemia de COVID-19

Com o intuito de verificar a eficácia do uso de máscaras de proteção no combate à propagação da Covid-19, pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriram, a partir de um estudo de modelagem matemática, que o uso do item por pelo menos 50% da população é uma grande arma contra o novo coronavírus. O trabalho concluiu que, se no mínimo esta parte da população aderir ao uso das máscaras sempre que estiver em público, o fator Re (ou número de reprodução efetiva), que representa o número de indivíduos que uma pessoa com Covid-19 é capaz de infectar, diminui drasticamente. Vale ressaltar: para que a pandemia seja contida essa taxa deve ser menor do que 1.

Título original: A modelling framework to assess the likely effectiveness of facemasks in combination with ‘lock-down’ in managing the COVID-19 pandemic

Título traduzido: Uma estrutura de modelagem para avaliar a provável eficácia das máscaras faciais em combinação com o ‘bloqueio’ no gerenciamento da pandemia de COVID-19

Autores: Richard O. J. H. Stutt, Renata Retkute, Michael Bradley, Christopher A. Gilligan & John Colvin

Projeto Covid-19 e a Matemática das Epidemias - Fazendo a Ponte entre Ciência e Sociedade

Tradução: Danillo Barros de Souza e Jonatas Teodomiro

Síntese: Camila Sousa e Júlia Lyra

Coordenação: Felipe Wergete Cruz

Resumo

Com o intuito de verificar a eficácia do uso de máscaras de proteção no combate à propagação da Covid-19, pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriram, a partir de um estudo de modelagem matemática, que o uso do item por pelo menos 50% da população é uma grande arma contra o novo coronavírus.

O trabalho concluiu que, se no mínimo esta parte da população aderir ao uso das máscaras sempre que estiver em público, o fator Re (ou número de reprodução efetiva), que representa o número de indivíduos que uma pessoa com Covid-19 é capaz de infectar, diminui drasticamente. Vale ressaltar: para que a pandemia seja contida essa taxa deve ser menor do que 1. No entanto, também de acordo com os resultados do estudo, o uso das máscaras, apesar de efetivo, só apresentará bons resultados se associado a outras medidas, como o distanciamento social e a quarentena obrigatória (lock-down).

Destrinchando

A pesquisa fornece duas modelagens para examinar a eficácia da máscara em combinação com períodos de lock-down na dinâmica da epidemia do vírus.

O primeiro modelo, baseado na transmissão por processo de ramificação, investiga que nível de adoção do item pelo público, associado ao seu nível de eficácia, seria necessário para reduzir o número de reprodução efetiva dos casos para abaixo de 1.

Já o segundo, intitulado de Modelo Suscetível-Infectado-Removido (SIR) com inóculo de “vida livre” (substância com concentração de microrganismos que não dependem de outros corpos para sobreviver) divide a amostragem populacional entre aqueles que usam máscaras e os que não usam. Nele, cada indivíduo se encaixa em uma das seguintes categorias: suscetível, exposto, assintomático infectado, sintomático infectado e removido.

Ambos modelos mostram que, sobre uma grande variedade de possíveis condições, o uso de máscaras pelo público poderia reduzir significativamente a taxa de propagação da Covid-19, prevenir futuras ondas e permitir o afrouxamento de regimes de lock-down. O efeito é mais visível, claro, quando 100% da população se utiliza das máscaras. Sobre este ponto, inclusive, as estimativas do trabalho também mostram que se todas as pessoas utilizassem máscaras, novas ondas de contaminação seriam evitadas por pelo menos 18 meses. 

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Data da última modificação: 03/07/2020, 18:53