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Pesquisadores da UFPE comprovam eficácia do isolamento social no combate à transmissão do coronavírus

Em vários artigos, estudiosos de diversas áreas abordam estratégias para reduzir o risco de transmissão

Estudos desenvolvidos por pesquisadores e pesquisadoras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desde o início da pandemia de Covid-19 atestam a eficácia de medidas de restrição de convívio social para reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV2), agente causador da enfermidade que, em um ano, já provocou a morte de mais 280 mil pessoas no País. Levantamentos depositados no Observatório Covid-19 ou divulgados no link de Pesquisa da Assessoria de Comunicação da Universidade (Ascom-UFPE), de variadas áreas de conhecimento – Economia, Ciência Política, Estatística, Saúde Pública, Biofísica, entre outros – comprovam a validade da relação positiva entre lockdown e redução dos casos de Covid-19, ou partem desse pressuposto para alcançar novas e válidas assertivas sobre a pandemia.

É o caso do artigo científico desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Métodos de Pesquisa em Ciência Política (MPCP), que conta com docentes e especialistas da UFPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e Instituto de Criminalística de Pernambuco (IC-PE). Segundo o estudo “O efeito do lockdown sobre a epidemia da Covid-19 no Brasil: evidências a partir de uma análise de séries temporais interrompidas”, publicado em 31 de agosto de 2020, a depender do rigor com que o Estado de Pernambuco adotasse o sistema de isolamento social, até 30 de junho do ano passado, poderiam ter sido poupadas cerca de quatro mil vidas, com uma média de 93 mortes a menos por dia.

De acordo com o artigo, em meados do ano passado, quando o Brasil apresentava curva ascendente da primeira onda da pandemia, “em São Luís (MA), observamos uma redução de 37,85% enquanto em Fortaleza a queda foi de 33,4% na diferença média de óbitos diários se o lockdown não fosse implementado. Da mesma forma, a intervenção diminuiu a mortalidade em Recife por 21,76% e Belém por 16,77%. Políticas de distanciamento social podem ser ferramentas úteis para achatar a curva epidêmica”.

Estudiosos de Economia da UFPE, no estudo “Assessing the impact of social distancing on covid-19 cases and deaths in Brazil: an instrumented difference-in differences approach 1”, concluíram, em outubro de 2020, que o alinhamento entre as esferas de governo, em tempos de crise social, deve ser ampliado por meio da consonância de discursos e políticas públicas. “Soluções que não são essencialmente farmacológicas, como lockdown, são necessárias para combater a contaminação por doenças respiratórias virais com propagação rápida”. Os autores vão adiante e alertam que “o sucesso dessa estratégia depende da conscientização da população e da ação coordenada pelos poderes públicos, que se mostra fator decisivo para o engajamento da população”.

Outra evidência científica produzida no âmbito das pesquisas da Universidade Federal de Pernambuco, o artigo “Chaotic model for Covid-19 growth factor", da área da Engenharia Biomédica, relata que o fator de ascensão dos casos de covid oscila de grandes valores para pequenos valores, “como característica de um comportamento caótico, e não apenas por um crescimento exponencial constante”. Os autores concluem que “compreender a complexa dinâmica da disseminação da Covid-19 é fundamental para a tomada de decisões, como manter distância social e encontrar novos medicamentos e vacinas”.

Data da última modificação: 18/03/2021, 17:09