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Programa de iniciação científica da UFPE comemora 30 anos de atividades

Pibic foi implantado na instituição em 1991 para apresentar a pesquisa científica aos estudantes de graduação

Por Renata do Amaral

Há 30 anos, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) dava início ao seu programa de iniciação científica. A professora Beate Santos, coordenadora geral de Iniciação Científica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesqi), conta que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) foi iniciado três anos antes, em 1988, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Anteriormente, as solicitações eram feitas diretamente ao CNPq pelo pesquisador orientador através de editais nacionais. Em 1991, o Pibic foi implantado na UFPE, que lançou seu primeiro edital Institucional visando promover a iniciação do estudante de graduação na produção do conhecimento, sob a orientação de professor pesquisador e buscando fomento nacional através do CNPq para aporte de bolsas”, explica.

De 1991 a 2021, a UFPE teve ao todo cerca de 28 mil inscrições para o programa, tendo uma média anual, nos últimos cinco anos, de 1,2 mil inscrições nas oito macroáreas descritas pelo CNPq: Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Engenharias; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; e Lingüística, Letras e Artes.

Na edição de 2021/22, houve 1.025 inscrições e há no momento 894 estudantes desenvolvendo projetos no Programa Pibic, sendo 770 bolsistas e 124 voluntários. Atualmente, 78% dos bolsistas recebem cota CNPq e 22% cota Propesqi para desenvolver suas atividades. “A iniciação científica promove também a entrada de nossos estudantes na pós-graduação, dando continuidade à pesquisa na UFPE”, afirma Beate.

A professora ressalta que, no desenvolvimento de seu projeto de pesquisa de iniciação científica, o estudante passa por um ano de dedicação, que inclui leitura, pesquisa bibliográfica, aplicação de métodos, experimentação, modelagem, teste, análise, interpretação, discussão, comparação e redação dos resultados na forma de relatórios e resumos.

“A pesquisa realizada durante a iniciação à ciência inclui a formulação de hipóteses e o desenvolvimento de um raciocínio crítico, através do estímulo da curiosidade. A iniciação científica é, em resumo, uma ferramenta educacional completa, que inicia o estudante ao desenvolvimento de seu pensar crítico e o prepara para ingresso na pós-graduação”, destaca Beate.

Confira depoimentos de pessoas que fazem parte da história do Pibic na UFPE

“No início dos anos 1990, a inflação chegava a 90% ao mês. Iniciava-se um período de grandes greves nas universidades, com os professores reivindicando maior apoio à educação pública. No meu primeiro ano na graduação em Física, com o início da greve de 1991, iniciei meu primeiro trabalho de iniciação científica. Orientado pelo professor Anderson Gomes, fui desafiado a construir um controlador de motor de passo para um espectrômetro óptico.

Permaneci como aluno de IC, envolvido com diferentes trabalhos de pesquisa, durante toda a minha graduação. Foi como aluno de IC que nasceu e se firmou meu interesse por pesquisa científica. Hoje oriento alunos de IC e de pós-graduação, tentando sempre fortalecer a curiosidade científica e o pensamento crítico dos estudantes.”

(Professor Renato Evangelista de Araujo, do Departamento de Eletrônica e Sistemas, que fez parte da primeira leva de bolsistas de IC da UFPE, em 1991.)

"Considero um programa de excelência na Universidade Federal de Pernambuco, de importância fundamental na formação em pesquisa, produção de ciência e tecnologia, difusão de conhecimentos, fomentador de núcleos de pesquisa, com rebatimentos importantes nas pós-graduações, como o ingresso e a formação de mestres e doutores."

(Professora Ana Cristina Brito Arcoverde, do Departamento de Serviço Social, que ingressou na UFPE em 1991 e orienta estudantes de IC há quase três décadas.)

 

Saiba mais sobre os objetivos do programa de iniciação científica

De acordo com o CNPq, o Pibic é um programa voltado para o desenvolvimento do pensamento científico e iniciação à pesquisa de estudantes de graduação do ensino superior. Entre seus objetivos está contribuir tanto para a formação de recursos humanos para a pesquisa quanto para a formação científica de recursos humanos que se dedicarão a qualquer atividade profissional.

Em relação às instituições, o programa busca incentivar a formulação de uma política de iniciação científica, possibilitar maior interação entre a graduação e a pós-graduação e qualificar alunos para os programas de pós-graduação. Em relação aos orientadores, a meta é estimular pesquisadores produtivos a envolverem estudantes de graduação nas atividades científica, tecnológica, profissional e artístico-cultural.

Em relação aos estudantes, o objetivo é proporcionar ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa. Saiba mais sobre o Pibic no site do CNPq.

Data da última modificação: 23/12/2021, 18:51