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Livro sobre Fernando de Noronha volta ao catálogo de vendas da Editora UFPE

Obra, escrita pela historiadora Marieta Borges Lins e Silva, falecida em 2019, é considerada uma das mais completas a tratar da história do arquipélago

Por conta da possível federalização de Fernando de Noronha e a consequente cobertura jornalística a respeito do assunto, aumentou a procura do público pelo livro “Fernando de Noronha: Cinco Séculos de História”, de Marieta Borges Lins e Silva. A obra, um dos mais completos compêndios escritos a respeito do arquipélago, havia sido publicada, em segunda edição, pela Editora UFPE em 2013 e se encontrava esgotada desde 2019. Após numerosos contatos de leitores em busca da publicação, o órgão suplementar decidiu colocar parte dos exemplares de sua reserva técnica à venda, tanto em seu site quanto em sua loja física.

O livro custa R$ 150 (pagamento via Guia de Recolhimento da União). A loja física fica na própria Editora UFPE, em dias úteis, com funcionamento das 9h às 16h. Pelo site, é oferecido frete grátis para qualquer cidade do país.

Os estudantes beneficiários das ações e programas de inclusão social coordenados pela Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis (Proaes) têm direito a descontos de 50% nos valores dos livros físicos comercializados pela Editora UFPE. Já o público em geral é contemplado com 15% de abatimento.

Ao longo de dez capítulos e 551 páginas, a autora, que faleceu aos 80 anos em 2019, apresenta o resultado de uma pesquisa de quatro décadas através da qual coletou, em acervos oficiais e particulares, um vasto conjunto de informações e imagens históricas a respeito da origem, evolução e atualidade de Fernando de Noronha. Professora Marieta resgata, por exemplo, a ligação do arquipélago com a época das Grandes Navegações, evidenciando o interesse de diferentes nações europeias pelo lugar desde o século XVI; o papel estratégico do conjunto de ilhas atlânticas na Segunda Guerra Mundial, quando foi utilizado, com apoio brasileiro, como base militar pelos norte-americanos; e o uso do território como colônia penal e presídio político, por conta do seu isolamento em relação ao continente. Outro importante assunto tratado pela autora é a renhida reintegração do arquipélago ao Estado de Pernambuco em 1988, após aprovação da Assembleia Nacional Constituinte.

Não poderia faltar na obra a abordagem sobre a “natureza excepcional” de uma localidade que se constituiu como santuário ecológico. A autora, sobre esse tópico, descreve minuciosamente a fauna, flora e relevo de Noronha, enumerando espécies, ilhas, rochedos e praias, aspectos que chamaram atenção de cientistas como Charles Darwin, que visitou o arquipélago em 1832. Professora Marieta destaca ainda a luta para constituir as ilhas como área de preservação ambiental e parque nacional marinho.

A autora também dedica considerável espaço para a riqueza imaterial de Fernando de Noronha, ao apresentar as manifestações humanas que se incorporaram à essência do local. Nas próprias palavras da historiadora, trata-se de um “tesouro intangível que vale ouro”. Um dos mais interessantes temas nesse capítulo são as lendas noronhenses, como a “da Alamoa”, “fulva e cruel donzela” responsável por levar “terror por toda parte nas suas correrias noturnas”. Mas há também outros tópicos cativantes como a farmacopeia ilhéu, com suas plantas medicinais autóctones, bem como o vocabulário local, notável por “rebatizar pessoas e coisas”, legando-nos termos como “euforonha”, a “euforia de Noronha”, que se manifesta em quem é arrebatado pela beleza do arquipélago ao visitá-lo.

Um destaque à parte é a diversificada iconografia da obra. Não bastasse a riqueza textual do livro, a autora brinda o leitor com um vasto repertório de imagens de Fernando de Noronha. O leitor encontra, por exemplo, reproduções de mapas como o Planisfério de Juan de la Cosa (1500), fotos históricas sobre a escala feita em Noronha pelos portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral em seu hidroavião Lusitânia, na primeira travessia aérea do Oceano Atlântico realizada em 1922, e registros da passagem em 1931 do dirigível alemão Graf Zeppelin pelos céus do arquipélago, além de dezenas de fotos que trazem as belezas ecológicas das ilhas.

Data da última modificação: 07/04/2022, 17:54