Será realizada via Instagram a 4ª edição do Festival de Música do Grupo de Estudos e Pesquisas em Autobiografias, Racismos e Antirracismos na Educação (Gepar) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com o tema “A vez da minha voz”, as apresentações acontecem em todas as quartas-feiras de setembro, sempre às 16h. Amanhã (2), as atrações serão Apolo e Rikon (rap), Siba Puri (reggae, ritmos pernambucanos e hip hop) e Adjanira Félix (canto lírico).

No dia 9, é a vez de Cleydson Luan (violinista), Igor Sá (cavalo marinho) e Jana Morena (canto). No dia 16, tocam Ana Benedita (música ancestral), Ziel Mendes (toré) e Isildinha Oliveira (música nordestina). No dia 23, apresentam-se Aleff Oliveira (canto), Grupo Mixidinho da Xambá (coco) e Andala Quituche (cavalo marinho). No dia 30, encerram o festival Vítor Trindade (world music), Boi Quebra Coco da Xambá (coco) e Tsumbe Malya (música ancestral).

O festival foi idealizado pela professora Auxiliadora Martins, do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino (DMTE), ao lecionar a disciplina eletiva “Educação em Africanidades e Afrodescendências” em Pedagogia. Ela conta que, ao solicitar escritas autobiográficas dos estudantes, na perspectiva de por que desejavam se tornar pedagogos, percebeu uma maioria de mulheres negras, pobres, mães, que possuem habilidades artísticas variadas: cantoras, poetas, pintoras, dançarinas, prestadoras de serviços estéticos e culinários.

“A riqueza da diversidade de práticas e estratégias de ser e de viver dessas estudantes, no entanto, ficava invisibilizada e ocultada diante do processo rígido de produção do conhecimento científico e dos processos de ensino-aprendizagem da sala de aula, o que nos motivou a criar espaços de visibilização da riqueza desses dados, histórias, culturas e memórias trazidas pela leitura atenta das autobiografias, criando um Festival de Música do Gepar”, explica a professora. O evento é realizado no hall do Centro de Educação (CE).

Além dos estudantes, participam artistas e grupos culturais pernambucanos, numa troca entre saberes científicos e populares. “Houve edição do festival em 2017, 2018, 2019 e, em 2020, faremos a 4ª edição, de forma remota, acreditando que a arte, especialmente em tempos tão difíceis da pandemia da Covid-19, tem colaborado para manter nossa saúde mental e nosso equilíbrio diante das inúmeras ameaças às vidas dos povos pretos, pobres e tradicionais”, afirma.