O professor Rafael dos Santos Henrique, do Departamento de Educação Física, participou de um estudo global sobre as tendências de crescimento físico e índice de massa corporal (IMC) de crianças e adolescentes, publicado na revista científica The Lancet, uma das mais prestigiadas do mundo. A pesquisa reúne dados de mais 2 mil autores de todo o mundo, dentre os quais cerca de 60 pesquisadores são brasileiros. O estudo está disponível aqui. 

O estudo, publicado na The Lancet, foi desenvolvido pelo Imperial College London, reuniu dados de 65 milhões de jovens com idade entre 5 e 19 anos de 200 países, e mostrou que a baixa qualidade nutricional pode gerar uma diferença estatural de até 20 centímetros entre os países. De acordo com o estudo, além disso, a falta de nutrição adequada pode levar a um crescimento atrofiado e a um aumento da obesidade infantil, afetando a saúde e o bem-estar de crianças por toda a vida. Esses resultados são especialmente importantes durante a pandemia da Covid-19, uma vez que a maior parte das escolas estão fechadas e muitas famílias de baixa renda são incapazes de fornecer uma alimentação saudável para suas crianças. Tais achados devem motivar a criação e implementação de políticas públicas para aumentar a disponibilidade e diminuir os custos de alimentos nutritivos.

De acordo com Rafael Henrique ,“os resultados dessa pesquisa valorizam a necessidade de estratégias preventivas de saúde na escola e programas comunitários para a adoção de hábitos nutricionais adequados e um estilo de vida ativo e saudável na infância e adolescência. Essas medidas podem auxiliar no combate à inatividade física e à obesidade ainda nessa fase da vida, que repercutirão positivamente no estado de saúde atual e futuro desses jovens”.

LAGOA DO CARRO – Rafael dos Santos Henrique faz parte da NCD Risk Factor Collaboration, uma rede de cientistas da saúde que fornece dados sobre fatores de risco para doenças não transmissíveis (DNTs) de 200 países em todo o mundo. Dados da pesquisa “Vida saudável em Lagoa do Carro-PE: um estudo de base familiar” foram utilizados no estudo publicado na The Lancet. 

A pesquisa realizada em Lagoa do Carro busca descrever e interpretar o quadro relacional de fatores familiares e ambientais sobre variáveis do crescimento físico, estado nutricional, aptidão física, coordenação motora e atividade física de crianças e adolescentes do município. Aproximadamente 94% de toda a população de escolares da rede pública de ensino foram avaliados em 2018 

Os impactos dessa pesquisa já têm sido observados tanto no campo de saúde pública, com a criação de programas municipais de vigilância em saúde (Gestão em Foco e Família na Escola), quanto no campo acadêmico-científico, com a apresentação de mais de 20 trabalhos em eventos científicos nacionais e internacionais, premiações, desenvolvimento de dissertações e teses, e escrita de artigos científicos submetidos a revistas de elevado impacto. 

Além disso, o docente explica que o estudo em Lagoa do Carro trouxe impactos tão positivos que muitas ações foram realizadas durante e após a realização da pesquisa. Nesta gestão, cuja prefeita é doutora em Letras pela UFPE, os principais investimentos da gestão foram em Educação e Saúde. “Além das reformas na maioria das escolas, foram construídas praças e quadras em locais que não tinham espaço para a prática de atividades físicas e esportes, e foram criadas novas unidades básicas de saúde, dentre outros. No próximo ano, auxiliaremos na implementação das aulas de Educação Física no município, proporcionando não apenas benefícios para os escolares de Lagoa do Carro, mas também para discentes da UFPE que residem no interior e passarão a ter campo de estágio curricular na região”, complementa o docente Rafael dos Santos Henrique.