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Ex-alunos notáveis: URBANO SANTOS

URBANO SANTOS DA COSTA ARAÚJO, jurista, promotor e político; nasceu na comarca dos Guimarães, MA, no dia 3 de fevereiro de 1859, e faleceu em viagem de São Luís do Maranhão para o Rio de Janeiro, no paquete Minas Gerais, em 7 de maio de 1922.

 

          

 

Filho de Antônio Brício de Araújo. Seu irmão, Antônio Brício de Araújo, homônimo do pai, foi vice-presidente do Maranhão de 1914 a 1917, presidente de 1917 a 1918, e senador de 1929 a 1930. Cursou a Faculdade de Direito do Recife, foi redator da Gazeta Acadêmica de Ciências e Letras e bacharelou-se em 1882.

 

Em seu estado natal, ocupou diversos cargos na magistratura, entre os quais o de promotor público do Baixo-Mearim (atual Vitória de Mearim) e Câmara do Rosário, e juiz municipal de juiz municipal em Coroatá, São Vicente Ferrer e São Bento. Foi deputado federal, em 1897, 1900 e 1903 e senador, em 1906, pelo Maranhão, e presidente desse estado em três ocasiões, em 1898, 1913 e 1918. No Congresso Nacional destacou-se por seus pareceres e discursos parlamentares. Foi ainda juiz de casamentos e do comércio na capital do estado, além de juiz de direito de Campos Novos, SC.

 

Em março de 1914 foi eleito vice-presidente da República ao lado de Venceslau Brás, e nessa condição foi também presidente do Senado Federal. Exerceu interinamente a presidência da República no período de 8 de setembro a 9 de outubro de 1917, quando o titular esteve afastado para tratamento de saúde.

 

Já no governo de Delfim Moreira – que fora eleito vice-presidente ao lado de Rodrigues Alves, e em 15 de novembro de 1918 tomou posse devido à doença do presidente eleito, que viria a falecer –, foi nomeado ministro da Justiça e Negócios Interiores. Ocupou o cargo de 21 de novembro de 1918 a 28 de julho de 1919, e durante sua gestão dinamizou todos os departamentos do ministério, principalmente o de saúde pública. Promoveu o serviço de profilaxia urbana e rural, instalou o Instituto Oswaldo Cruz em São Luís e firmou contrato com a Fundação Rockefeller para o combate à malária.

 

Embora tenha sido eleito por três vezes presidente do Maranhão, em 1898, 1913 e 1918, só aceitou assumir o cargo da última vez, no quadriênio que seguiu ao de Herculano Nina Parga, o qual, por sua vez, foi completado por seu próprio irmão Antônio Brício de Araújo. Ainda assim, não tomou posse de imediato. No início do quadriênio, em 1º de março de 1918, foi substituído pelo primeiro vice-presidente, José Joaquim Marques, que faleceu no dia 9 de outubro seguinte. Assumiu então o governo o segundo vice Raul da Cunha Machado, até 21 de outubro. Só então Urbano Santos assumiu a presidência do estado, para um mês depois se licenciar e tomar posse no Ministério da Justiça.

 

Ao deixar o ministério em 28 de julho de 1919, retornou o Maranhão e reassumiu o governo. Nesse período, desenvolveu o setor de transportes, com a inauguração em 1921 da Estrada de Ferro São Luís – Teresina. Firmou também contrato com a Companhia Nacional de Navegação Costeira para a operação de uma linha de cabotagem entre os pequenos portos do estado. No setor de obras públicas, garantiu a regularidade do abastecimento de água da capital maranhense, construiu a Escola Modelo Benedito Leite, reformou a penitenciária, adquiriu o prédio do Convento dos Mercedários (Convento das Mercês) para a ampliação do quartel da Polícia Militar, e construiu o cais do porto do Guarapiranga e o Aprendizado Agrícola Cristino Cruz, que daria origem à Escola Agrícola Federal do Maranhão. Construiu também o teatro que passou a se chamar Artur Azevedo, o mais importante do estado. Em 25 de fevereiro de 1922 transferiu mais uma vez o governo a Raul da Cunha Machado.

 

Eleito vice-presidente da República em março de 1922 ao lado de Artur Bernardes, faleceu a bordo do navio Minas Gerais, do Lloyd Brasileiro, no dia 7 de maio seguinte, quando se dirigia para o Rio de Janeiro, então capital federal, a fim de tomar posse.

 

Publicou Impostos sobre a transmissão de apólices e embarcações: direitos da União aos terrenos de marinhas, na Revista de Legislação, Doutrina e Jurisprudência, 1905. Foi eleito sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 31 de junho de 1915, passando a benemérito em 1917. Prestou grandes serviços ao Instituto, um deles ter conseguido a publicação integral de todos os volumes relativos ao I Congresso de História.

 

FONTES CONSULTADAS

 

Urbano Santos da Costa Araújo. Biografia. In: ARQUIVO NACIONAL. Disponível em: http://mapa.an.gov.br/index.php/publicacoes2/70-biografias/635-urbano-santos-da-costa-araujo. Acesso em: 28 jan. 2021. CABRAL, Dilma et al. Ministério da Justiça 190 anos: justiça, direitos e cidadania no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2012.

 

Urbano Santos da Costa Araújo. In: INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO. Disponível em:

https://ihgb.org.br/perfil/userprofile/USCAraujo.html. Acesso em: 28 jan. 2021.

 

Urbano Santos. Biografia. In: SENADO FEDERAL. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/2261. Acesso em: 28 jan. 2021.

 

Urbano Santos. Verbete Biográfico. In: CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/SANTOS,%20Urbano.pdf. Acesso em: 28 jan. 2021.

Data da última modificação: 01/02/2021, 12:58