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Dr. José Maria Tourinho

Fotografia de Dr. José Maria Tourinho -  Fonte: domínio Público
 
Natural da Bahia, José Maria Tourinho, nasceu a 30 de julho de 1863, filho de Dr. Demétrio Cyríaco Tourinho (catedrático da Faculdade de Medicina da Bahia, deputado provincial (1864-1869 e 1880- 1881) e conselheiro do Império) e Maria das Mercês Ferreira Tourinho. Seu avô paterno José Vicente Tourinho foi comendador da Ordem de Cristo em Portugal, por carta do rei dom Luís I, e cavaleiro da mesma ordem no Brasil, por carta de dom Pedro II. 
 
Descendente de uma família que ocuparam posições de relevo, como seus tios: João Gonçalves Tourinho foi deputado provincial (1882-1889) e deputado estadual (1891-1894); José Vicente Tourinho recebeu o título de visconde de Tourinho; frei Manuel de São Caetano Pinto foi abade do mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro e abade geral, responsável pela alforria de quatro mil escravos pertencentes à ordem beneditina, o que lhe valeu o reconhecimento do imperador dom Pedro II. 
 
Tiveram mais descendentes que foram seu primo Eugênio Gonçalves Tourinho foi deputado federal (1897-1905 e 1915-1923) e senador estadual (1910-1916). Outro primo, João Gonçalves Tourinho Filho, foi conselheiro do Tribunal de Conflitos e Administrativo da Bahia (1898-1906), diretor do Tesouro do Estado (1906-1916) e secretário da Fazenda (1916-1920). Sua prima Ana Tourinho Junqueira Aires casou-se com José Carlos Junqueira Aires, que foi secretário geral do estado (1908-1911), conselheiro e presidente (1920-1932) do Tribunal de Contas. 
 
Em 1880, ingressou no Curso Jurídico na Faculdade de Direito do Recife, após ter sido aprovado nos exames preparatórios. Nesse mesmo Ano, em abril, participou como um dos secretários da sociedade Club Acadêmico Dezenove de Abril (cerca de 30 alunos da Faculdade de Direito do Recife para discutirem as teses de Direito Natural e Direito Romano), onde era composta pelo padre Manoel Cavalcante de Assis Bezerra de Menezes (Presidente), João Buarque Lima (secretário), João Antunes de Araújo Pinheiro (Tesoureiro) e a comissão do Estatuto foram Adriano Tocantins, Antunes Pinheiro e Celso Cavalcante, onde sempre se reuniam no primeiro andar do prédio nº 44 da Rua larga do Rosário.
 
Em 28 de setembro de 1880, através do Club Abolicionista, fez parte dos cavalheiros que dirigiram as comissões para subscrição popular, cujo fim é alforriar escravos.
 
Com 21 anos de idade, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do Recife em 17 de novembro de 1884 e foi aprovado plenamente.
Após sua formatura, dedicou-se ao exercício da magistratura, de julho de 1885 a março de 1886 – exercendo os cargos de adjunto dos promotores da comarca de Salvador; de 1886 – 1890 – juiz municipal e de órfãos dos termos de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália, Trancoso e Vila Verde; em 1890 – delegado de polícia; de abril de 1891 a agosto de 1892 – juiz substituto da comarca de Salvador; juiz das comarcas de Areia, de outubro de 1892 a junho de 1896 – do termo de Porto Seguro, de junho de 1896 a dezembro de 1897 – Canavieiras, de janeiro a outubro de 1898 – Nazaré das Farinhas e de outubro de 1898 a outubro de 1904 – Itaparica. 
 
De outubro de 1904 a janeiro de 1906, era procurador da Secretaria Fazenda da Bahia nas cidades de Santo Amaro da Purificação, Alagoinhas, Camamu e Ilhéus (). 
 
Em 1904-1908, nomeado chefe de polícia no governo de José Marcelino de Sousa, sendo mantido no cargo pelo governador João Ferreira de Araújo Pinho, em 1908-1911. 
 
Em seguida foi eleito deputado federal pelo 2º distrito para a legislatura 1909-1911 e teve a sua eleição reconhecida em 2 de maio de 1909. Terminado o mandato, tentou a reeleição mas não teve êxito. Retornou à Câmara dos Deputados na legislatura 1915-1917, ao final da qual renovou o mandato para mais duas: 1918-1920 e 1921-1923. Nesse novo período foi colega de bancada de seu primo Eugênio Gonçalves Tourinho. 
 
Sendo o autor da emenda apresentada a lei nº 236 de 31 de Dezembro de 1910, e que autorizou o governo federal a avocar, o Instituto Agrícola de São Bento das Lages, na Vila de São Francisco no estado da Bahia.
 
Na cidade do Rio de Janeiro no dia 1º de outubro de 1932, aos 69 anos, faleceu Dr. José Maria Tourinho, que foi antigo juiz de direito e chefe da polícia da Bahia, ex-deputado federal e jurista. 
 
Fontes consultadas:
 
>> Biblioteca Nacional Digital Brasil – Diario de Pernambuco (PE) - 27 de abril de 1880
 
>> Biblioteca Nacional Digital Brasil – Diario de Pernambuco (PE) - 19 de agosto de 1880
 
>> Biblioteca Nacional Digital Brasil – Revista do Brasil (BA) - 1911
 
>> Biblioteca Nacional Digital Brasil – O Paiz (RJ) - 25 de janeiro de 1930
 
>> Biblioteca Nacional Digital Brasil – Diario da noite - 03 de fevereiro de 1930
 
>> Biblioteca Nacional Digital Brasil – A noite - 07 de outubro de 1932
 
>> Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930)
 
>>Lista geral dos estudantes matriculados na Faculdade de Direito do Recife nos anos de 1881 a 1887 
 
>> Livro de Registro de diplomas de Doutores 1881 - 1894 - Acervo do Arquivo da FDR 
 
>> Lista geral dos bacharéis e doutores que tem obtido o respectivo grau na Faculdade de Direito do Recife, desde a sua fundação em Olinda, no ano de 1828, até o ano de 1931 – Acervo do Arquivo da FDR 
Data da última modificação: 30/07/2021, 13:54