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Estudo do HC associa comprometimento respiratório ao uso inadequado do binder em homens trans
Binder é usado por homens trans para atenuar o volume das mamas e aliviar episódios de disforia de gênero
Queixas relacionadas a desconforto na respiração e dores na região do tórax são maiores em homens transexuais que fazem uso do binder, uma peça de roupa ou faixa para minimizar a aparência dos seios. Essa foi a conclusão do estudo “Chest binding and respiratory complaints in transgender men (Uso de binder e queixas respiratórias em homens transexuais)”, de autoria de profissionais do Hospital das Clínicas da UFPE, e publicado na Revista Fisioterapia em Movimento. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
O binder é usado por homens trans para atenuar o volume das mamas e aliviar episódios de disforia de gênero (a desconformidade entre o sexo anatômico e a identidade de gênero), sendo um recurso comum para a construção da masculinidade dos transexuais não mastectomizados. O artigo investigou possíveis complicações respiratórias e torácicas que o uso inadequado do binder poderia acarretar. Participaram da pesquisa 60 homens transexuais, com mais de 18 anos, e 53,3% deles faziam uso da faixa.
“Usamos como modelo investigativo duas subpopulações, uma atendida no Espaço Trans do HC e outra no ambulatório LGBTQI da Policlínica Lessa de Andrade”, explicou o fisioterapeuta Washington Santos, do HC, um dos autores do artigo. “Também é importante levantar essa discussão para ressaltar a necessidade de celeridade da cirurgia de mastectomia, tão importante no processo de transexualização dessas pessoas”, pontuou.
A associação entre o uso da faixa e queixas na região do tórax demonstrou que há prevalência maior de incômodos torácicos e respiratórios nos homens transexuais que fazem uso do binder, o que reforça a necessidade de ampliar o olhar sobre a saúde dessa população.
Além de Washington, outras profissionais do HC também assinam o artigo: as fisioterapeutas Renata Baltar e Daniele Rodrigues e a docente do Departamento de Medicina Social da UFPE Albanita Ceballos. De outras instituições, cooperam o psicanalista e docente da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Geraldo Moura, e a ex-residente da Secretaria de Saúde do Recife Lara Rocha.