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Artigos de servidores da UFPE sobre a pandemia da covid-19 são publicados em periódicos nacional e internacional

Trabalhos, inclusive, estão sendo divulgados como sugestão de leitura científica sobre o tema pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

Dois artigos científicos sobre a pandemia da covid-19, que têm os servidores da UFPE Joebson Maurilio Alves dos Santos e Rodrigo Gomes de Arruda entre seus autores, foram publicados recentemente em dois periódicos, sendo um nacional e o outro internacional. Os trabalhos, inclusive, estão sendo divulgados como sugestão de leitura científica sobre o tema pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O artigo “The Effect of Politician Denialist Approach on Covid-19 Cases and Deaths” foi publicado no periódico EconomiA, em dezembro de 2021. O trabalho aborda a influência do discurso negacionista por parte da atual gestão do governo federal sobre as taxas de contaminação e morte pela covid-19. Os autores são Rodrigo Gomes de Arruda, Tatiane Almeida de Menezes, Joebson Maurilio Alves dos Santos, Antônio Paez e Fernando Lopes. A publicação no site da OMS está aqui. 

Já o artigo “Climate Influences on Covid-19 Prevalence Rates: An Application of a Panel Data Spatial Model” foi publicado pela Regional Science Policy & Practice, também em dezembro de 2021. O trabalho mostra como as características climáticas dos estados brasileiros podem afetar a dinâmica das taxas de prevalência da Covid-19. A autoria é de Joebson Maurilio Alves dos Santos, Tatiane Almeida de Menezes, Rodrigo Gomes de Arruda e Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes. A publicação no site da OMS pode ser conferida aqui. 

Joebson Maurilio Alves dos Santos é economista-auditor de controle interno da UFPE. É economista e mestre em Economia pelo Programa de Pós-Graduação em Economia (Pimes) da UFPE e está concluindo o doutorado em Economia também pelo Pimes/UFPE. Desenvolve pesquisas nas áreas de Economia do Setor Público, Economia da Saúde e Economia do Crime.

Rodrigo Gomes de Arruda é doutor em Economia pela UFPE e atualmente atua como economista na Pró-Reitoria de Planejamento Orçamentário e Finanças (Proplan) da UFPE. Também atua em pesquisas científicas relacionadas à Economia Social e Demográfica e Avaliação de Políticas Públicas.

Resumos dos artigos

“The Effect of Politician Denialist Approach on Covid-19 Cases and Deaths”

A preocupação com o alto índice de contágio da covid-19 levou as autoridades mundiais a utilizarem estratégias de isolamento e distanciamento social como principais armas contra a doença que rapidamente matou milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, evidências indicam que a retórica negacionista da atual gestão do governo federal influenciou negativamente o comportamento das pessoas em relação à obediência às medidas não-farmacológicas de combate à contaminação do novo coronavírus.

Com a finalidade de investigar a correlação entre o discurso negacionista e a baixa adesão às medidas de isolamento social e o consequente aumento de novos casos e mortes por coronavírus, o artigo científico “The Effect of Politician Denialist Approach on Covid-19 Cases and Deaths” levantou dados diários sobre o nível de contaminação por covid-19, distanciamento social e informações dos estados brasileiros entre os meses de fevereiro e maio de 2020.

Além disso, os autores levaram em consideração as diferenças entre os discursos do governo federal do Brasil e dos governadores estaduais sobre a gravidade da pandemia e a importância do distanciamento social para obter, utilizando instrumentos e ferramentas da Econometria Moderna de avaliação de políticas públicas, o real impacto da política de isolamento e distanciamento social, prejudicada pela retórica negacionista presidencial, na mitigação de casos e óbitos por covid-19. Os resultados sugerem que, se o Índice de Isolamento Social médio brasileiro aumentasse de 39,77% para 51% entre 1º de fevereiro e 18 de maio de 2020, o país teria tido aproximadamente 318.850,03 casos a menos de covid-19 e mais de 10.000 vidas teriam sido salvas.

“Climate Influences on Covid-19 Prevalence Rates: An Application of a Panel Data Spatial Model”

O artigo “Climate Influences on Covid-19 Prevalence Rates: An Application of a Panel Data Spatial Model” mostrou em linhas gerais como as características climáticas dos estados brasileiros podem afetar a taxa de disseminação da covid-19. Para isso, foram coletados dados diários das taxas de casos confirmados de covid-19 e dados diários do clima, tais como temperatura, umidade relativa do ar e incidência de luz solar, no período de março a abril de 2020, caracterizado pela primeira onda da covid-19, onde ainda não existiam muitas das intervenções farmacológicas e não farmacológicas para contenção da pandemia.

As características socioeconômicas dos estados e as políticas de isolamento social que foram impostas por diversos governos estaduais foram incluídas nos modelos estatísticos, uma vez que estas podem afetar a dinâmica da disseminação da covid-19 no espaço. Além disso, foi controlado o efeito da proximidade geográfica entre os estados, uma vez que as pessoas podem circular entre estados e levar o SARS-CoV-2 para além das fronteiras estaduais. Utilizou-se também a quantidade de pessoas que entraram nos estados brasileiros vindas de países estrangeiros, por via aérea, como forma controlar a interação dos estados brasileiros com outros países que estavam sofrendo um aumento expressivo nos casos confirmados da covid-19 bem como foram utilizadas as características do perfil de saúde da população brasileira como forma de controlar a vulnerabilidade da população brasileira ao SARS-CoV-2.

Os resultados obtidos mostraram que, após isolar o efeito dos fatores não climáticos, estados com maior incidência de luz solar, maior nível de temperatura e maior umidade relativa experimentam uma diminuição nas taxas de prevalência da covid-19. Este resultado mostra que as políticas de isolamento social não conseguem por si só ser um fator determinante para a diminuição da prevalência da covid-19, sendo necessária uma combinação de ações baseadas em diversos outros fatores que também influenciam as dinâmicas das taxas referentes à covid-19, como os fatores climáticos e geográficos, para que o resultado final no combate ao SARS-CoV-2 seja maximizado.

Mais informações
Joebson Maurilio Alves dos Santos 

joebson.maurilio@ufpe.br

Data da última modificação: 12/05/2022, 16:21