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Pesquisadores do Convênio UFPE-Reciprev desenvolvem modelo de Gestão de Ativos e Passivos para fundos de pensão no Brasil
Os resultados obtidos capacitam os gestores de fundos de pensão a formular estratégias de investimento bem informadas
Pesquisadores ligados à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um modelo de Gestão de Ativos e Passivos (ALM, na sigla em inglês) específico para fundos de pensão no Brasil empregando uma estratégia de otimização que minimiza as contribuições esperadas que precisam ser feitas pelos indivíduos ao longo de suas vidas laborais. O modelo proposto é apresentado no artigo “A study of asset and liability management applied to Brazilian pension funds”, publicado no periódico científico European Journal of Operational Research (EJOR). O estudo é focado na gestão ALM para Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) e para aquelas enquadradas no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
O trabalho é um dos resultados do convênio Análises Estatísticas e Informatização de Processos do Fundo Previdenciário Reciprev (UFPE-Reciprev), coordenado pelo professor dos cursos de Ciências Atuariais e Ciências Contábeis do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais (DCCA) da UFPE Wilton Bernardino. Ele é autor principal do artigo, junto com os pesquisadores Rodrigo Falcão (egresso do Centro de Informática da UFPE), João Jr. (egresso do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFPE), Raydonal Ospina (UFPE/UFBA), Filipe Costa de Souza (professor do DCCA) e José Jonas Alves Correia (egresso do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da UFPE).
“Gestão de Ativos e Passivos é uma estrutura crítica para fundos de pensão, garantindo que eles possuam ativos suficientes para cumprir as obrigações futuras (pagamentos de pensão) enquanto gerenciam os riscos de investimento de forma eficaz”, explicam os autores. Eles acrescentam ainda que a estratégia de otimização empregada no modelo proposto por eles adere a limitações de fluxo de caixa e restrições regulatórias e que, na função objetivo, utiliza-se uma abordagem de otimização robusta min-max baseada em um esquema de planejamento de três cenários inspirado na Taxa Interbancária do Brasil (a taxa CDI).
Além de dados atuariais extraídos de fonte oficial da Superintendência de Seguros Privados (Susep), foram utilizadas informações históricas referentes ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI); ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA); ao índice IMA-B; ao rendimento real de um título denominado ‘‘IPCA de Longo Prazo’’; ao índice do mercado de ações brasileiro Ibovespa e a dois índices bolsistas internacionais, o S&P500 e o MSCI.
“Incorporamos uma abordagem de aprendizado de máquina baseada no CMARS [Conic Multivariate Adaptive Regression Splines] para prever intervalos de confiança para os principais parâmetros do modelo estocástico, particularmente aqueles relacionados aos retornos reais das classes de investimento brasileiras”, continua o grupo.
Os pesquisadores afirmam ainda que os resultados obtidos capacitam os gestores de fundos de pensão a formular estratégias de investimento bem informadas. “Destacamos estratégias de alocação que podem reduzir as taxas de contribuição sem comprometer a solvência do fundo, mesmo para gestores com um perfil de risco mais agressivo, favorecendo uma maior alocação em ações. Além disso, o estudo é enriquecido por uma análise empírica utilizando dados de um fundo de pensão brasileiro, demonstrando a aplicação prática do modelo. Em resumo, este modelo oferece insights valiosos que podem beneficiar uma ampla gama de fundos de pensão no mercado brasileiro, além de poder ser aplicado a situações similares globalmente”, destacam os pesquisadores.
UFPE e RECIPREV – O professor Wilton Bernardino recorda que o convênio surgiu quando ele propôs ao então gestor da equipe de investimentos (José Marcos Alves de Barros) a informatização dos processos de cadastro, registros financeiros e acompanhamento da carteira de investimentos do RPPS Reciprev.
“Dentre os itens contemplados com a informatização está a estratégia de modelagem ALM que hoje está automatizada e um relatório ALM automatizado pode ser emitido pelo gestor do RPPS utilizando uma das aplicações web entregues como resultado do convênio. A Reciprev hoje possui um esquema próprio informatizado e automatizado para auxílio à gestão dos fluxos de investimentos do RPPS”, especifica Wilton Bernardino.