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Exposição resgata história de memória e resistência do Arruado

Exposição, que fica aberta de 14 a 17 deste mês, das 9h às 17h30, dá visibilidade ao lugar, desconhecido por muitos que frequentam o Campus Recife da UFPE

A UFPE recebe, de amanhã (14) até o dia 17 deste mês, a exposição “Arruado: Memória & Resistência”. O Arruado do Engenho do Meio – mais conhecido como Arruado do Engenho Velho pelos seus moradores – caracteriza-se como um lugar de memória e resistência localizado no Campus Recife da Universidade. O evento tem como objetivo dar visibilidade ao lugar, desconhecido por muitos que frequentam o campus e mesmo por aqueles que circulam em seu terreno. A exposição é gratuita e aberta ao público. O horário de visitação é de 9h às 17h30. O acesso ao Arruado fica em frente do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) e ao lado do Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (Litpeg).

A exposição enfatiza a memória e resistência da comunidade porque, no Arruado, existem vestígios e sinais que remontam a origem desse lugar na relação temporal com a memória histórica do ciclo de cana-de-açúcar em Pernambuco. Esses vestígios estão presentes nos artefatos arqueológicos, na fundação da Casa Grande do Engenho e na base da chaminé da Usina. No entanto, mais do que indícios prediais da cultura canavieira, há o passado e o presente vividos pelas pessoas do Arruado, consideradas “rastros vivos”. Elas se constituem por famílias que são heranças dessa cultura e reproduzem práticas cotidianas da vida rural, por meio de pequenas agriculturas e criação de animais, uso de vestimentas tradicionais, como o uso de lenços na cabeça pelas mulheres, o que, de certa forma, representa a manutenção de vínculos com a ancestralidade desse território.

EXPOSIÇÃO - “A principal intencionalidade da exposição é procurar fazer com que os visitantes sejam “Sujeitos de Experiências” no sentido de Jorge Larrosa, em que experiência tem relação com algo que nos acontece ou nos toca, exigindo momento de interrupção. Portanto, requer parar para sentir, parar para olhar, parar para escutar, parar para pensar, pensar mais devagar e expressar o que está sentido. A exposição busca cultivar a arte do encontro dos sentidos no Arruado. É passatempo e reflexão. Para isso, tem que se estar aberto aos “sentidos experienciados” na perspectiva de compreensão sobre este lugar rico de significados, valores, narrativas, memórias e histórias. É memorar seu passado, partilhar o seu presente, sonhar com o seu futuro. É encontrar interesse nas memórias dos moradores, nas narrativas de resistência, nas fotografias a partir dos olhares dos moradores, no conjunto das casas, nas telhas coloniais das casas, na fachada da antiga escola, nas árvores frutíferas, na forma de vida dos moradores, nos objetos domésticos, nas práticas e saberes dos moradores, na base da Casa Grande e nos artefatos arqueológicos. É entrar no Arruado, pisar no caminho secular e querer imaginar os que já pisaram. É sentir o Arruado. É valorizar esse lugar”, destaca o resumo da exposição.

APOIO - A iniciativa é resultado do projeto de extensão "A musealização no Arruado do Engenho Velho e no seu caminho secular”, contemplado pelo Edital nº 09/2021 de Apoio à Pesquisa em Ações de Preservação e Difusão dos Museus, Coleções Científicas Visitáveis e Galeria de Arte da UFPE” da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). O projeto é conduzido pelas professoras Ana Emilia de Castro e Gisela Leão, do Departamento de Design do Centro de Artes e Comunicação, com estudantes dos cursos de Design, Pedagogia, Museologia e Arqueologia. 

Mais informações
Professora Ana Emilia Castro

ana.castro@ufpe.br 
Professora Gisela Leão
gisela.leao@ufpe.br

Data da última modificação: 13/12/2022, 14:37