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Departamento de Física da UFPE promove seminário na próxima segunda-feira (8)

O evento será realizado via Google Meet, a partir das 16h

Os cursos de graduação do Departamento de Física (DF) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) promoverão nesta segunda-feira (8) o seminário “Física e poesia: representações do real?". O evento será apresentado pelo professor visitante do Politecnico di Torino (Itália) Luiz Roberto Evangelista, às 16h, através do Google Meet. 

Luiz Roberto Evangelista foi professor titular de física teórica no Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (1982-2019) e, atualmente, é professor visitante no Politecnico di Torino, Itália. É pesquisador do CNPq na área de fluidos e sistemas complexos, e trabalha com problemas de física-matemática no campo dos cristais líquidos e da mecânica estatística, com a descrição teórica dos fenômenos de difusão anômala, por meio das equações de difusão fracionárias. Já publicou cerca de 200 artigos científicos em revistas internacionais.

Resumo

A atividade do cientista ao descrever a realidade física concreta, – especificamente, o trabalho do físico—, e a atividade do artista (aqui pensamos no poeta), no seu processo criativo, encontram as suas raízes comuns na expressão da vontade, da espontaneidade, e são manifestações autênticas sobre a compreensão de nosso mundo particular e de todas as coisas que o circundam. Propõe-se, aqui, um breve diálogo entre esses dois universos, – que usam linguagens muito distintas, apropriadas ao escopo do conhecimento e ao valor daquilo que se busca –, que se nutrem da mesma pesquisa imaginativa. A ideia de partida é que a física e a poesia sejam consideradas como duas atividades humanas essenciais, autênticas expressões de um modo de estar no mundo encontrável nas pessoas criativas e sensíveis – e que, em medida maior e menor, possam muito bem representar um ideal de conhecimento para toda a humanidade. Para motivar esta breve reflexão sobre a convivência entre essas representações do real, partimos de uma imagem oferecida pelo físico Richard Feynman – inspirada provavelmente pelo poeta Walt Whitman – sobre a que talvez seja a mais notável descoberta da astronomia de todos os tempos, a saber, o fato de as estrelas serem feitas dos átomos que encontramos na Terra – aqueles dos quais somos feitos. Isso pode nos ajudar a compreender por que a descrição poética e a do físico não se excluam necessariamente, mas, ao contrário, se proponham como duas possibilidades a serem exploradas. Afinal, podemos sempre “sair para rever as estrelas” como o fazem os poetas Dante e Virgílio, quando deixam o Inferno (Divina Commedia, Inf. XXXIV, 139), ou como o fazem os astrônomos, ao perscrutarem o céu noturno com os instrumentos da óptica.

Data da última modificação: 04/03/2021, 12:27