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Programa de Pós-Graduação em Geociências realiza defesa de dissertação amanhã (29)

“Petrologia e geoquímica do granito com epidoto magmático carmo, terreno Cachoeirinha - Salgueiro, Pernambuco” é o tema

O Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGeoc) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza amanhã (29), às 14h, a defesa da dissertação de mestrado “Petrologia e geoquímica do granito com epidoto magmático carmo, terreno Cachoeirinha - Salgueiro, Pernambuco”. A mestranda Bianca Thalita Araújo de Lima Albuquerque foi orientada pela professora Valderez Pinto Ferreira e coorientada pelo professor Alcides Nóbrega Sial. Haverá transmissão via Google Meet. 

Resumo

Durante a Orogênese Brasiliana, extenso magmatismo granítico foi gerado na Província Borborema, Nordeste do Brasil. No Domínio Central desta província, os granitoides que correspondem ao pulso mais antigo (640 – 620Ma) são principalmente granodioritos e tonalitos, cálcio-alcalinos de alto K, metaluminosos, com epidoto magmático. Novos dados do pluton Carmo, intrusivo nas rochas metassedimentares do Domínio Cachoeirinha-Salgueiro são apresentados neste trabalho. O stock Carmo é constituído por monzogranitos e granodioritos porfiríticos, com megacristais de plagioclásio. As rochas contêm abundantes enclaves microgranulares máficos (MMEs) de composição quartzo monzodioritica e clots ricos em anfibólio, ambos distribuídos aleatoriamente no pluton. Dados U-Pb LA-ICP-MS em grãos de zircão indicam cristalização em torno de 615 para os granitoides Carmo. Pressões de solidificação de 6 a 7 kbar, temperaturas (TZr) próximas ao liquidus (749 a 776°C), e condições moderadamente oxidantes, ligeiramente abaixo do tampão NNO (¿NNO de -1,2 a -0,4), foram estimadas para o granodiorito Carmo, e são consistentes com a presença de epidoto magmático cristalizando a altas pressões. Granitoides e MMEs apresentam padrões de REE normalizados em relação a condrito enriquecidos em LREE e empobrecidos em HREE, sendo moderadamente fracionados para os granitoides ([La/Yb]N = 17,36 – 25,82) e mais horizontalizados para os MMEs ([La/Yb]N = 5,33 – 12,39). As rochas apresentam enriquecimento em elementos LILE (e.x., U, K e Ba) e empobrecimento em HFSE (e.x., Nb, Ti e P) em diagramas multielementares normalizados em relação ao manto primitivo. As composições isotópicas são sobrepostas para os MMEs e granitoides hospedeiros, com altas razões (87Sr/86Sr)i (0,70786 – 0,70968), eNd(t) fracamente negativo (-2,1 a -3,1) e idades modelo TDM de 1,31 – 1,40Ga. A similaridade dos valores isotópicos junto com evidências petrográficas, tais como a presença de megacristais de feldspato inclusos nos MMEs, apatita acicular, quartzo ocelli e plagioclásio com zonação oscilatória, indica que MMEs representam bolhas de magma máfico derivado do manto injetado em uma câmara magmática félsica evoluindo. Dados de química dos minerais ferromagnesianos, geoquímica de rocha total e isotópicos sugerem que a fonte do granodiorito Carmo tem componentes do manto e da crosta. As composições isotópicas de Sr-Nd-O são sugestivas de crosta oceânica alterada hidrotermalmente como a fonte máfica, enquanto que as altas razões de Th/La e (La/Sm)N, bem como a presença de lumps de quartzo nos granitoides, apontam para a participação de sedimentos na fonte. Assim, é concluído neste trabalho que os granitoides foram produzidos a partir da fusão parcial de crosta oceânica mais sedimentos. O conjunto de dados petrológicos, geocronológicos e geoquímicos combinados com as características geológicas regionais sugerem que o stock Carmo foi mais provavelmente gerado em um ambiente sin-colisional após o rompimento cedo de uma placa oceânica relativamente fraca.

Data da última modificação: 28/07/2021, 17:48