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Saúde Coletiva promove sete defesas de mestrado

Confira o cronograma das apresentações, as bancas examinadoras e os resumos dos trabalhos

O Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza sete defesas de dissertações de mestrado nos próximos dias, todas no auditório do Núcleo de Saúde Pública e Desenvolvimento Social (Nusp).
 
Confira abaixo o cronograma das apresentações, as bancas examinadoras e os resumos dos trabalhos.
 
Defesa 1
 
Título: Análise da relação usuário-profissional nos Centros de Especialidades Odontológicas do Brasil
Autora: Cybelle Carneiro de França
Orientadora: Nilcema Figueiredo (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Banca: Edson Hilan Gomes de Lucena (Departamento de Clínica e Odontologia Social da UFPB) e Solange Laurentino dos Santos (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Data e horário: 26/08 – às 14h
 
A avaliação dos serviços de saúde pode ser entendida como um meio de prover a melhoria contínua da atenção, gerando um atendimento de qualidade para o usuário. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) institucionaliza a cultura de avaliação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no Sistema Único de Saúde (SUS). A mensuração da satisfação do usuário passou a ser considerada um elemento de avaliação da qualidade dos serviços de saúde. O objetivo desta pesquisa foi analisar a relação usuário-profissional nos Centros de Especialidades Odontológicas do Brasil. Trata-se de um estudo avaliativo, com abordagens quantitativa e exploratória, utilizando dados secundários do Módulo III (Entrevista na Unidade de Saúde com Usuário) da Avaliação Externa (AE) do 1º Ciclo do PMAQ-CEO. Esses dados foram utilizados para construção de dois índices, um de Satisfação e outro de Percepção, além de um Indicador Global de Satisfação e Percepção da relação usuário-profissional. Também foram utilizadas variáveis de serviço (tipo de CEO e tempo de implantação) e as variáveis de contexto (Índice de Desenvolvimento Humano - IDH municipal, cobertura de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família e porte populacional dos municípios). A população foi composta por 8.749 usuários de 930 Centros de Especialidades Odontológicas. Os dados foram classificados de forma sistemática, com sumarização de dados para avaliar as características gerais da população de estudo e as características dos CEO. Durante a fase analítica foram testadas as associações, entres as variáveis do Módulo III para com as demais variáveis, utilizando-se o teste qui-quadrado de Pearson e análise multivariada, por meio do programa estatístico SPSS. O perfil sociodemográfico dos mesmos indicou que a maioria era do sexo feminino (69,9%), na faixa etária de 30 a 59 anos de idade (64,1%), de cor parda/mestiça (44,8%), com ensino fundamental incompleto (29,9%) e com rendimento familiar entre 1 a 2 salários mínimos (46,8%). O resultado do nosso estudo foi que a grande maioria dos usuários está satisfeita com o atendimento recebido nos CEO.
 
Defesa 2
 
Título: Apoio social e consumo de álcool e/ou outras drogas em mulheres participantes de uma coorte iniciada em 2005
Autor: Marcio Roberto Pinto Soares
Orientadora: Ana Bernarda Ludermir (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Banca: Albanita Gomes da Costa de Ceballos (Departamento de Medicina Social da UFPE) e Elisabete Pereira Silva (Departamento Materno Infantil da UFPE)
Data e horário: 29/08 – às 10h
 
O objetivo desta pesquisa foi investigar a associação entre apoio social e o consumo de álcool e/ou outras drogas em mulheres. Estudo transversal que integra a terceira etapa de um estudo de coorte iniciado em 2005. A amostra compreendeu 644 mulheres cadastradas na Estratégia de Saúde da Família do Distrito Sanitário II da cidade do Recife (PE). O apoio social foi mensurado pelo Medical Outcomes Study Questions – Social Support Survey (MOS-SSS). As variáveis dependentes foram uso de álcool e uso de drogas ilícitas nos últimos setes anos (sim/não). Foram realizadas análises descritivas e obtidas a frequência do apoio social e a prevalência do uso do álcool e drogas ilícitas. A associação entre o apoio social e o uso do álcool e drogas ilícitas foi analisada por regressão logística, estimando-se os odds ratio (OR) bruto e ajustado, com avaliação da significância estatística considerando p = 0,05 e intervalos de 95% de confiança (IC95%). As variáveis que se mostraram associadas à exposição e ao desfecho na análise bivariada, e que haviam sido previamente selecionadas, foram incluídas no modelo para o ajuste. Para auxílio nas análises, utilizou-se o programa Stata, versão 13.1. Resultados: 57,6% das mulheres apresentaram alto apoio social; 56,2% usuárias de álcool e 5,1% usuárias de drogas ilícitas. O apoio social mostrou-se associado ao uso de álcool (OR ajustado=1,4; IC 95% 1.0 – 2.0), mas não com o uso de drogas ilícitas (OR=0.95; IC95% 0,4 – 1.9). Os fatores de proteção descritos na literatura sobre álcool e/ou drogas possuem características semelhantes e contidas nas cinco dimensões do apoio social (suporte afetivo, emocional, material, informação e interação social positiva). Outros estudos devem ser realizados, com aprimoramento dos instrumentos de coleta de dados, para que outros fatores de proteção que influenciam na redução de danos a saúde possam ser mais bem evidenciados.
 
Defesa 3
 
Título: Cobertura das equipes de saúde da família e programa mais médicos
Autor: Carlos Nobre e Silva Filho
Orientador: Petrônio José de Lima Martelli (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Banca: Adriana Falangola Benjamin Bezerra (Departamento de Medicina Social da UFPE) e Paulette Cavalcanti de Albuquerque (IAM/Fiocruz)
Data e horário: 29/08 – às 14h
 
A dificuldade de contratação e fixação do profissional médico pelos municípios brasileiros, principalmente nas regiões mais carentes economicamente e com maior perfil de vulnerabilidade, sempre foi um importante entrave para a consolidação da Atenção Básica no Brasil. Ao longo dos anos, diversas iniciativas de políticas públicas foram tomadas com intuito de aumentar a cobertura desse profissional à população. Entre eles, o Programa Mais Médicos, de julho de 2013, conseguiu fazer o provimento de mais de 14 mil médicos em um ano, tornando-se um dos maiores programas de provimento emergencial de médicos do mundo. O objetivo desse trabalho foi caracterizar a cobertura das Equipes de Saúde da Família, após um ano do Programa Mais Médicos em todo o território brasileiro, sendo utilizados bancos de dados secundários. Como resultados, identificaram-se municípios brasileiros que não aderiram ao programa (1.785 municípios), sendo realizado a descrição de perfil desses municípios. Além disso, pode-se perceber que em 3.190 cidades não houve um incremento esperado de ESF.
 
Defesa 4
 
Título: Regulação assistencial: um estudo de caso da fila de espera e absenteísmo na Unidade Pernambucana de atendimento Especializado (UPAE) – Petrolina(PE)
Autora: Priscila Rossany de Lira Guimarães Portella
Orientadora: Adriana Falangola Benjamin Bezerra (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Banca: Carlos Renato dos Santos (CAV/UFPE) e Petrônio José de Lima Martelli (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Data e horário: 30/08 – às 9h
 
Para a efetivação do conceito de Redes de Atenção à Saúde, dentre outros elementos, depende do funcionamento adequado da regulação assistencial. A dificuldade no acesso aos serviços, sobretudo no que refere a atenção secundária à saúde, é caracterizada como uma problemática desde a criação do Sistema Único de Saúde. Longas esperas e o não comparecimento do usuário ao atendimento especializado são fatores que merecem destaque na gestão da regulação assistencial. Nesse contexto, este estudo analisou fatores associados à fila de espera e absenteísmo de consultas especializadas. Trata-se de um estudo quantitativo de corte transversal, realizado a partir de dados secundários da Unidade Pernambucana de Atenção Especializada do município de Petrolina (PE) no período de 2014-2017. Os dados foram analisados com uso do software R3 e todos os testes foram realizados com nível de significância de 5%. Os principais resultados revelam que a probabilidade de absenteísmo para consultas especializadas é de 31,4%, e quanto maior o tempo de espera a probabilidade do não comparecimento do usuário ao serviço aumenta. Considerando a especialidade fisioterapia, quando o tempo de espera ultrapassa 60 dias a probabilidade do absenteísmo pode atingir 56,46% para o sexo masculino e 55,03% para o feminino. Logo, investir em estratégias que reduzam a espera em filas por longos períodos de tempo, repercutirá na diminuição do absenteísmo na atenção ambulatorial especializada, bem como trará, possivelmente, benefício em relação ao custo de funcionamento do sistema de saúde, para o desempenho no cuidado, para a resolutividade de satisfação do usuário.
 
Defesa 5
 
Título: Do apelo à demanda? Uma análise da atuação de profissionais psicólogas/os no processo transexualizador no SUS
Autora: Suzana Konstantinos Livadias
Orientadora: Sandra Valongueiro Alves (Hospital das Clínicas da UFPE)
Banca: Luciana Leila Fontes Vieira (Departamento de Psicologia da UFPE) e Maria do Socorro Veloso de Albuquerque (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Data e horário: 13/09 – às 10h
 
Processo transexualizador é uma modalidade de cuidado disponível à população de travestis e transexuais no Sistema Único de Saúde (SUS). Engloba um conjunto de procedimentos para alterações corporais cirúrgicas e não cirúrgicas, com tecnologias especializadas de adequação da conformidade física ao gênero de identificação da pessoa. No Brasil, são poucos os serviços de referência para realização dos procedimentos previstos na Portaria n.º 2803/GM/MS, de novembro de 2013, que regulamenta o processo transexualizador no âmbito público. Este é um estudo qualitativo que investigou o poder de nomeação médica nos diagnósticos acerca da transexualidade e sua influência sobre a atuação de psicólogas/os nos serviços credenciados para o processo transexualizador no SUS. Foram entrevistadas/os psicólogas/os de três serviços públicos credenciados na modalidade hospitalar no Brasil. A pesquisa adotou uma abordagem interpretativa, cuja análise dos dados se deu a partir de elementos das falas, considerando a estruturação dos serviços, historicidade, protocolos e fluxos; requisitos para cirurgias, diagnósticos e avaliação da psicologia; dificuldades e entraves, baseados na hermenêutica dialética. Os resultados mostram que os serviços hospitalares habilitados permanecem com a mesma configuração de equipes desde o início de seu credenciamento; que os profissionais entrevistados referiram inexistência de discussão sobre a diversidade sexual durante sua graduação em psicologia; que a atuação dos profissionais de Psicologia se mantém vinculada ao poder de nomeação médica, respondendo apenas a necessidades e dúvidas das equipes cirúrgicas. Observou-se ainda ausência de padronização dos critérios de definição para cirurgia, com manutenção de elementos cisnormativos como determinantes dessa autorização. Neste sentido, o estudo reafirma a falta de autonomia de transexuais e travestis na decisão sobre os procedimentos e intervenções em seu próprio corpo.
 
Defesa 6
 
Título: Transtornos mentais das mães na gestação e após o parto e problemas no desenvolvimento comportamental e emocional dos seus filhos
Autora: Jéssica Rodrigues Correia e Sá
Orientadora: Ana Bernarda Ludermir (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Banca: Jaqueline Galdino Albuquerque Perrelli (CAV/UFPE) e Marília de Carvalho Lima (Departamento Materno Infantil da UFPE)
Data e horário: 30/08 – às 14h
 
Este estudo tem como objetivo analisar a associação dos Transtornos Mentais nas mães durante a gestação e após o parto com os problemas comportamentais e emocionais dos seus filhos no início da escolaridade formal. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo com mulheres grávidas cadastradas na Estratégia de Saúde da Família do Distrito Sanitário II da cidade do Recife, Pernambuco em 2005-2006. As mulheres foram entrevistadas na gestação, no pós-parto e seis a nove anos após o parto, quando foram avaliados 631 pares mãe-criança. Em cada contato, as mulheres foram questionadas sobre a experiência de transtornos mentais e na terceira etapa sobre os problemas comportamentais e emocionais dos seus filhos no início da escolaridade formal. A saúde mental da mãe, atual e na gravidez, foi avaliada pelo Self Reporting Questionnaire-20 (SRQ-20) e a depressão após o parto pela Edimburg Postpartum Depression Scale (EPDS). Os problemas comportamentais e emocionais dos filhos foram rastreados pelo Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). Foram estimados os riscos relativos brutos e ajustados para a associação estudada, utilizando-se a regressão de Poisson. Das 631 mães, 353 (55,9%) tiveram transtornos mentais em algum momento da pesquisa. A incidência dos problemas comportamentais e emocionais das crianças foi de 31,5%. A associação apresentou significância estatística. As mães com altos escores de TM em 1 momento (RR ajustado= 1,46; IC95% 1,0-2,0), em 2 momentos (RR ajustado= 2,21; IC95% 1,6-3,1) e em 3 momentos (RR ajustado= 2,90 IC95% 2,0-4,0) apresentaram uma probabilidade maior de terem filhos com problemas comportamentais e emocionais quando comparadas com as que não tiveram TM. Os resultados deste estudo mostraram que a associação entre os TM maternos e os problemas comportamentais e emocionais da criança indicam a necessidade de intervenções que previnam e acompanhem a saúde mental das mulheres antes, durante e após a sua gestação.
 
Defesa 7
 
Título: Análise das relações e condições de trabalho nos Centros de Especialidades Odontológicas do Brasil
Autora: Cindy Avani Silva Ceissler
Orientadora: Nilcema Figueiredo (Departamento de Medicina Social da UFPE)
Banca: Petrônio José de Lima Martelli (Departamento de Medicina Social da UFPE) e Maria Ercilia de Araújo (Departamento de Odontologia da USP)
Data e horário: 02/09 – às 14h
 
A conquista da Política Nacional de Saúde Bucal representou um importante avanço na oferta de serviço odontológico no SUS. Diante dos avanços, faz-se necessário estudos sobre a gestão do trabalho a fim de nortear políticas e práticas de gestão. Assim, o presente estudo objetivou analisar a relação entre o cumprimento de metas com relações e condições de trabalho de cirurgiões- dentistas trabalhadores de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Com delineamento observacional, descritivo e inferencial de natureza quantitativa, foi desenvolvido a partir dos seguintes dados secundários de domínio público: dados da Avaliação Externa do 1o Ciclo do PMAQ-CEO e dados de produção ambulatorial dos CEO. A partir desta produção, realizou-se o cálculo do indicador Cumprimento Global de Metas (CGMM) e posterior classificação dos CEO em ruim (CEO que não cumpriu nenhuma meta); regular (cumpriu 1 ou 2 meta); bom (3 ou 4 metas); ótimo (5 ou 6 metas). Para análise estatística, foram feitas as distribuições de frequência e medidas de tendência central das variáveis e testadas suas associações utilizando-se o qui-quadrado de Pearson (nível de significância 5%). Observou-se que estabelecimentos com maior proporção de dentistas com vínculos protegidos, que ingressaram por concurso público, com presença de plano de cargo, carreira e salários e em municípios que realizaram atividade de educação permanente concentraram seu desempenho nas categorias boa e ótima. O mesmo aconteceu em CEO em que havia um profissional para exercer exclusivamente a função de gerente. Em relação às condições de trabalho, verificou-se melhor cumprimento de meta em estabelecimentos com presença de banheiros para funcionários e em unidades em que o atendimento não foi interrompido pela falta de material ou insumos. O indicador na classificação boa foi predominante para CEO que indicaram que todos os seus profissionais haviam sido imunizados para as vacinas investigadas. Diante do exposto, considera-se que estabelecimentos que garantem melhores condições de trabalho e direitos trabalhistas alcançam mais as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
 
Mais informações
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
(81) 2126.3766
Date of last modification: 23/08/2019, 16:55