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Licenciatura Intercultural Indígena é lançada como curso regular amanhã (29) no Centro Acadêmico do Agreste

Cerimônia terá início, às 9h30, com a realização do Toré (dança ritual praticada pelos indígenas no Nordeste) e apresentação cultural de Riáh

A Licenciatura Intercultural Indígena, oferecida no Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da UFPE, em Caruaru, será lançada como curso regular, amanhã (29), a partir das 9h30, no Auditório Mestre Vitalino. Com o tema “A Interiorização da Universidade Pública e seu Caminhar pelo Reconhecimento Indígena: quando os povos originários em Pernambuco ocupam a academia pautados na interculturalidade”, esse evento insere-se na programação do Abril Indígena e terá a participação de representantes de diversos povos indígenas, de gestores da Universidade e da comunidade acadêmica.

A cerimônia terá início, às 9h30, com a realização do Toré (dança ritual praticada pelos indígenas no Nordeste) e apresentação cultural de Riáh, artista descendente do Povo Xukuru do Ororubá. Estarão presentes autoridades indígenas (caciques e lideranças), representantes da Comissão de Professores Indígenas de Pernambuco (Copipe), do reitorado da UFPE, da gestão do CAA, da sociedade civil, além dos participantes da construção da Licenciatura Intercultural Indígena.

A programação prossegue, às 10h30, com a mesa “Quando os povos indígenas e a Universidade Federal de Pernambuco ocupam o cenário para celebrar suas conquistas: o nascedouro da Licenciatura Intercultural Indígena”, que será coordenada pelo professor Saulo Feitosa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da UFPE/CAA. Nela, serão ressaltados o papel da Universidade em seu processo de Interiorização e o comprometimento social e político com a população interiorana, em articulação com os anseios dos povos indígenas em Pernambuco.

Após intervalo para o almoço, os trabalhos serão retomados, às 13h30, com o lançamento do clipe, em formato de curta, do novo disco da cantora Riáh, enfatizando a ancestralidade e suas origens Xukuru. A partir das 13h40, haverá a segunda mesa temática: “Memórias e perspectivas da Licenciatura Intercultural Indígena: estranhamentos, aprendizados, compromissos, emoções e rupturas epistemológicas nas aprendizagens construídas com o outro”, coordenada pelo professor Janssen Felipe da Silva, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea (UFPE/CAA) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (UFPE/CE, Campus Recife). No encerramento, às 16h30, a artista Rhiá fará nova apresentação cultural. 

Todo o evento de amanhã (29) é coordenado pela professora Maria Joselma do Nascimento Franco, do Núcleo de Formação Docente do CAA. Com essas atividades, a UFPE encerra sua programação no Abril Indígena, importante mobilização do movimento indígena no Brasil, surgida a partir de um acampamento de indígenas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em abril de 2003, que se tornou um acontecimento político significativo para o movimento indígena em todo o território nacional.

LICENCIATURA – Vinculada ao Núcleo de Formação Docente do CAA, a Licenciatura Intercultural Indígena teve início, em Caruaru, por meio do então Programa de Apoio às Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), em 2009. O curso, enquanto programa, propiciou a formação de duas turmas de professoras e professores indígenas.

Agora, para a primeira turma do curso regular, com início em 2022.1, são ofertadas 40 vagas para candidatos e candidatas indígenas, distribuídas nas áreas de Linguagens, Ciências Naturais e Ciências Humanas. O processo seletivo está sendo realizado pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), com edital específico (disponível aqui) voltado exclusivamente para o público indígena dos povos em Pernambuco. As inscrições acontecem em maio.

A Licenciatura Intercultural Indígena é atualmente coordenada pelo professor Sandro Guimarães de Salles, antropólogo, músico, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea (UFPE/CAA) e do Programa de Pós-Graduação em Música (UFPE/CAC – Campus Recife). Ele também coordena o Laboratório de Antropologia, Arqueologia e Bem-Viver (NCV) da UFPE.

O curso será desenvolvido pela metodologia da alternância pedagógica, que conta com o Tempo Universidade e o Tempo Comunidade. Segundo os professores Joselma Franco e Sandro de Salles, no contexto da interiorização da universidade pública, a Licenciatura Intercultural Indígena é uma reivindicação do movimento indígena de Pernambuco, acolhida pela UFPE, com a compreensão de que esta é uma dívida histórica para com a população do interior, sobretudo para com os povos originários, o que propicia aprendizagens construídas a partir da interculturalidade.

Mais informações
coord.intercultural@ufpe.br

Date of last modification: 29/04/2022, 17:23