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Estudo inédito sobre tronco do nervo vestibular superior é publicado em periódico internacional

O autor principal é o professor Carlos Augusto Carvalho de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde (CCS)

As pesquisas sobre nervos lesados e doenças auditivas ganharam nova dimensão com o artigo “Morphological and morphometric study of the superior vestibular nerve trunk in guinea pigs” (“Estudo morfológico e morfométrico do tronco do nervo vestibular superior de cobaias”), publicado, no dia 15 deste mês, na revista científica americana The Anatomical Record, pertencente à Academia Americana de Anatomia. O estudo inédito tem como autor principal o professor Carlos Augusto Carvalho de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE, do Campus Recife.

Também assinam o artigo Maria Cristina Lopes Schiavoni, Miguel Angelo Hyppolito e Wilson Marques Jr., todos vinculados à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa teve como objetivo principal estudar a anatomia microscópica do nervo vestibular superior (NVS), Nervo Coclear e a junção dos dois nervos formando o nervo vestíbulo-coclear ou VIII nervo craniano de cobaias por meio da microscopia de luz e buscar padrões de normalidade para uso em modelos experimentais em pesquisa otológica básica.

Para a realização do estudo, foram utilizadas oito cobaias albinas machos, pesando de 400g a 500g. Essas cobaias (“porquinhos-da-Índia”) foram escolhidas como modelo de pesquisa para estudos otológicos ou neuropáticos devido à relativa facilidade da dissecção da cóclea, nervo coclear e nervo vestibular, bem como a cóclea parecida com a do humano. A morfologia e a morfometria foram especialmente descritas e avaliadas usando o aplicativo KS 400 Kontron 2.0, EchingBei, Munique/Alemanha, por macro, um programa de computador projetado e desenvolvido especialmente para o estudo do VIII nervo craniano.

Após dissecção e outros procedimentos, percebeu-se que o NVS é desprovido de epineuro, com apenas uma fina camada de tecido conjuntivo, como os outros nervos adjacentes. A bainha de mielina dos nervos nas cobaias é relativamente fina em comparação com os nervos sensoriais e motores encontrados em mamíferos. A área fascicular média SVN foi de 0,19 ± 0,05 mm2, sendo a maior área encontrada de 0,24 mm2 e a menor de 0,12 mm2. O número médio de fibras nervosas foi de 5.753,00 ± 538 fibras. A densidade das fibras mielinizadas atingiu 32316,08 ± 11375,29 fibras/mm2. Seu diâmetro variou de 1,0 a 9 µm e seu pico foi de 3 µm. A mesma técnica foi realizada para estudo dos outros nervos descritos no artigo.

Segundo os autores, os resultados medidos e avaliados macro e microscopicamente confirmam os resultados de outros estudos, indicando que a metodologia é apropriadamente reprodutível e inédita. Esses achados são relevantes para a avaliação de nervos lesados – em modelos experimentais de neuropatias periféricas, doença de base da orelha e doenças autoimunes que possam afetar o sistema auditivo, especialmente agora com o possível envolvimento da Síndrome de Guillain-Barré em pacientes com covid-19, causando transtornos na orelha interna.

O professor Carlos Vasconcelos explicou que o estudo durou vários anos para ser finalizado devido à complexidade e ao aperfeiçoamento da técnica microcirúrgica e apropriada morfometria dos nervos aferentes puramente sensoriais envolvidos.

Mais informações
Professor Carlos Augusto Carvalho de Vasconcelos

carlos.cvasconcelos@ufpe.br

Date of last modification: 18/08/2022, 08:24